Ah, meu amor, que da ventura, fizeste-te mulher,Por homens, a sua desventura, espargidaEm teus nãos, porque não és uma qualquer,Que a olhos ávidos te entregues e à tua vida,
Dime porque sofres, o que de tanto amor vives?Se por ti me apaixonei e enfim homem me fiz,De que escolhos assombrados ainda revives?Porque, em ti, mulher amada, nada te desdiz.
Por ti me comprometi e escolhi teu esplendor,Que ao astro rei faz inveja, suscitaCor, que me é dada pelo teu amor.
Pelos homens, tua sina, tens a pesarosaRazão, de a todos desconfiar, vida maldita,Que te fez mulher, bendita, assaz temerosa.
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