domingo, 21 de outubro de 2007

Voando para amar...

Desligo-me de ti, a tempo de poder,
enfim, voltar a sorrir...
Quero voltar a correr pelas areias,
como pequeno livre, finalmente,
destas algemas cruéis do passado...
Agora, não sou mais teu escravo,
a edificar em torno de ti reinos,
onde te fazias pousar de Príncipe falso...
Se tu és covarde para não assumir que me amas,
eu sou filho do amor
e, como tal, meus poros exalam perfume
de paixão constante...
Não será o tempo me trazendo idade,
pois sou jovem no leito de quem desperta em mim
a fera guardada;
sou meigo a quem de mim souber tirar a seiva,
fonte de minha força interior...
Se de meu mundo te foste
é porque, tal como os seres imundos,
não soubeste viver entre pérolas;
se pensas que o reino que te dei é eterno
erraste, porque ele o seria só se regido fosse com o amor ...
E tu estás longe da luz e sem teu reino és treva...
O mesmo instrumento que utilizei,
para edificar teu reinado,
passo, agora, a desenhar novos campos,
onde, enfim, entre flores
encontrarei meu anjo prometido
e de lá passarei a assistir tua derrocada...

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