segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pra te ouvir respirar

Hoje levei meu barquinho,
naquele rio sem corredeiras
e fui navegando mansamente.
Meu espírito..ahh!! esse meu espirito inquieto,
mesmo sendo levado por brandas águas,
queria adentrar rapidamente ao paraíso.
Queria olhar tudo, como a criança num parque
de diversões, queria tocar, sentir, absorver.
Era tudo tão tranquilo, ouvia a tua respiração
a minha ficava inaudível.
Qual é a nossa esfera?
será que andamos juntos em algum lugar?
Foi naquele deserto?.. porque adoro desertos,
adoro passos na areia. Me fascinam.
Ou foi no trigal amarelo do Vale Fértil,
onde o sol iluminava os campos de trigo,
e o vento balançava como se fossem cabelos de ouro.
Não sei. há tanta energia no ar. Eu sinto.
E quando comecei a navegar o meu coração
ficou sacudido, aos pulos e dos meus olhos
vazaram pesadas lágrimas.
A sensação de estar dentro de você
navegando por teu sangue.
Sabe, te sinto no silêncio das horas
no acalanto do tempo, na ponta dos meus dedos.
Escrevo nossa história sem fim
como se fosse sempre um recomeço,
como se fosse pra te ouvir respirar.

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