quarta-feira, 22 de outubro de 2008

MELHORAR

Sofres constantes vicissitudes e suspiras por melhorar.

De afeições prediletas, colheste calhaus por flores.

Amigos que abraçavas, confiante, voltaram-te o rosto, atirando-te fogo ao peito.

Age, porém, como se nada disso houvesse acontecido, e continua distribuindo o pão da bondade.

Observas que o trabalho te pede sacrifício maior.

Tarefas, reconhecidamente dos outros, são relegadas às tuas mãos.

Procede, entretanto, como se os deveres agravados te pertencessem, honrando a casa de responsabilidade e suor, casa que te valoriza a existência.

Apreciações incompletas, que te escaparam da boca, são motivo a comentários que te deprimem.

Reparas, com tristeza, que te pregam às costas o cartaz da ironia.

Caminha, contudo, como se a maldade circulante não existisse, porque, em verdade, os melhores companheiros não tem obrigação de conhecer-te os intentos nobres.

Ações edificantes que iniciaste foram interrompidas com desrespeito.

Retalharam-te o nome e apedrejaram-te a alma.

Segue, no entanto, à frente, como se tudo isso tivesse de suceder mesmo assim, para que refaças as próprias obras, no rumo da perfeição.


Todos trazemos do passado larga bagagem de defeitos e prejuízos.

Alimenta-los ap preço de inquietação e revide seria perpetuar o desequilíbrio e a aflição.

Se aspiras a solucionar os problemas da vida, serve e perdoa, sem condições.

No mundo moral não existe oposição que resista indefinidamente à força do exemplo.

Se o desânimo te ameaça, desce os olhos e contempla o teu próprio corpo e o teu próprio corpo dirá em silêncio que, para sustentar-te o espírito, infatigavelmente, ele mesmo vive em regime incessante de serviço e perdão para melhorar.

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