A terra adusta a perder de vista e a ação de três homens joeirando o chão.
Ao primeiro, indaguei: — Que fazes?
— Eu? — respondeu-me, amargo — atormento-me no trabalho deste solo infeliz, donde nada, certamente, retirarei.
Ao segundo, inquiri:— Que realizas?
— Eu? — interroga-me, respondendo — trabalho e vou seguindo, porque o destino do homem é trabalhar.
Ao terceiro, perguntei:— Que fazes aqui?
Ele parou, retirou da face o porejante suor, e, com voz cansada, mas alegre, fitando a amplidão, esclareceu:
— Eu preparo, primeiro, uma seara onde medre o trigo para o pão; depois, uma sementeira para alimentar a Terra toda, e, por fim, um pomar, em cuja sombra de árvores frutíferas espoquem flores e sorriam perfumes balsamizando a natureza, por enquanto árida e triste...
... E volveu, sorrindo, à ação.
*
A revolta obnubila a razão e infelicita qualquer atividade.
O pessimismo obscurece toda paisagem de luz, mesmo a do futuro ridente.
A confiança enriquece de júbilos e borda de beleza o deserto, que se transforma em bênção de fartura, ou a dor que lapida para a felicidade da vida.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário