sábado, 3 de julho de 2010

PERDOAR

Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de
surpresa, quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não
desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa
ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor. Ele deve estar
enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.

Ante a tua aflição, talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em
face múltipla e uma delas e a impiedade, outra o sarcasmo, podendo
revestir-se de aspectos muito diversos.

Se ele agiu, cruciado pela ira, sacando as armas da calúnia e da
agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair
desequilibrado ou comprometido organicamente. Possivelmente, não irá
perceber esse problema, senão mais tarde.

Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu
caráter? O descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo. Continuas
o que és e não o que ele disse a teu respeito.

Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando
a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da
alienação com indisfarçável presunção.

Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.

O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz
espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.

Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender
largamente, sem parcimônia.

O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é Espírito em lucro.

Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor
condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em
marcha invejável pela rota do bem.

Todo agressor sofre em si mesmo. É um Espírito envenenado, espargindo
o tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar.

Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé
clara e nobre que enflora em tua alma - que te desacostumaste ao
convívio do sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o
petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de
imediato cicatrizar.

Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com
ele, o teu ofensor.

O que te é inusitado, nele é habitual.

Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!

A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega,
está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude,
usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.

O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode
afastar, contorna-os ou pára, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante.

A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdecendo
tudo e logo multiplicando flores e grãos.

E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar,
parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da
oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.

Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo
uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de
misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por
intercessão de Jesus?!

Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando
todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e,
se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.

"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete
vezes". - Mateus, 18:22

"A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não
for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no
esquecimento e no perdão das ofensas". - Cap. X, Item 4 - ESE

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