Mostrar mensagens com a etiqueta João das Flores. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta João das Flores. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Saudade

A saudade é uma porção de vida
Que se escondeu nos buracos da alma!
É ela que vem nos avivar quando a realidade vacila
Nos limites da alegria ou nas indelicadezas da dor.
Desperta com os pingos da chuva, ou a ingenuidade da flor;
De um perfume assoprado do corpo de alguem,
Que chega em paz, no vento da memória.

Saudade é lua cheia em noites de abraços
É uma canção que nos vem arrebatar
É roupa nova em pele macia
É o cabelo esvoaçante e brincalhão
Festejando um olhar de quinze anos.

Saudade é sentir as mãos trêmulas do primeiro encontro,
As pernas bambas - a vontade de sair correndo.
É procurar o gosto do primeiro beijo.

Saudade é embargar o peito
Estrangular a garganta
Não controlar a lágrima
Por alguem que ainda está aqui.

Saudade é bandinha no coreto
Busca-pé e quentão
Leilão de broa de milho
Em noite de São João.

Saudade é um abraço de mãe
Um sorriso de pai
Nos olhos da lamparina.

Saudade é uma imensidão de passado
Que insiste em não ir embora!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Toda nascente é sagrada

A nascente é a filha singela do útero da terra.
Brotando de suas entranhas, vem irrigá-la, perfumando as matas e refrescando a vida.

É ela que humildemente embala a canção da natureza, e se evaporando ao calor do sol, traz a alegria da chuva.

Os Romanos no grande império, nos confins da terra, faziam festas quando descobriam um fio de água. Consideravam o achado um bom "augúrio", que merecia ser comemorado.
Foram eles que ensinaram o valor da agua que brota da terra, e mostraram ao mundo antigo, o poder das aguas minerais para bebida e banho, com seus chafarizes e suas termas.

Os Druidas faziam de suas nascentes de agua, santuários intocados. Sabiam que a água correndo, era o fluído de santidade carregando alegria, abençoando e rejuvenescendo a terra com o hálito de deus.

Os povos da floresta afirmam que um córrego de água é uma veia do "grande pai". Sai do seio da divindade, circula a natureza, vai brincar de nuvem e volta, para fazer perfeito o circulo da vida.
Maltratar um fio de água, é profanar o corpo sadio da mãe natureza. Uma ofensa grave ao criador.

Da memória dos antigos com sua sabedoria popular ouví: Há tanta miséria espiritual no coração de uma criatura que não cuida desta dádiva de deus, que a insensibilidade o torna um animal incompleto, irracional e imperfeito. Nasceu deserto. Não merece o respeito dos homens nem a ternura divina.

E que nenhuma criatura, com exceção do homem imperfeito, tem corajem de agredir esta benção que anuncia e permite o germinar da vida.

Quem assassina uma nascente de água, mata um córrego, empobrece o rio, esteriliza a terra. Comete um crime contra a humanidade.

Causa espanto aos olhos do "novo homem" que está surgindo, um córrego sujo, suplicando ajuda;
Causa horror ao coração do homem espiritualizado, a indiferença conformista do predador irracional, o "assassino de águas".

Os belos de espirito que chegam para habitar o planeta, começam a olhar a nascente como a "flor das águas", que vai formar o canteiro dos rios, e o jardim dos mares.

E que é a irmã dos animais, mãe dos peixes e cúmplice da vida!

Por ser frágil, não ter como se defender, tem que ser cuidada como uma criancinha risonha: O presentinho do ventre da terra.

Para ser amada e preservada como o mais valioso diamante:

É o tesouro da terra!.

sábado, 30 de agosto de 2008

Viver

Viver é fazer transparecer

O sonho do seu bem querer

É cuidar de se abrir

Ou saber que está indo

A lugar algum



Mas seguir

Se deixar seduzir

Pelo perfume das manhãs

Pelo sol de verão

Que ilumina a vida

E aquece o nosso coração



Da vida

Vibrar acordes de canções

Renascer ilusões

Se fartar das paixões

Nos braços do seu bem querer



Viver

Todo amor enfim

Como se um dia

A chama fosse se apagar

Primaveras febrís

Nos teus beijos de anis

O amor conjuga o verbo amar.