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terça-feira, 4 de maio de 2010

Movendo montanhas

Havia nos Andes duas tribos em guerra. Uma vivia na parte baixa; a outra, na parte alta das montanhas.

Um dia, a parte baixa foi invadida pelos povos do alto, que, além de saquearem os inimigos, raptaram um bebê e o levaram para as montanhas.

Os povos da parte baixa não conheciam os caminhos usados pelos povos da montanha. Não sabiam como chegar ao alto, como chegar aos inimigos ou rastrear seus passos pelos terrenos escarpados.

Mesmo assim, enviaram seus melhores guerreiros para subir a montanha e trazer a criança de volta. Os homens tentaram diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro.

Após vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros.
Sentido-se impotentes e sem esperança, os homens da parte baixa consideraram a causa perdida e se prepararam para voltar para sua cidade.

Enquanto arrumavam o equipamento para a descida, viram a mãe do bebê andando na direção deles.

Perceberam que ela estava descendo a montanha que eles não tinham conseguido subir. E então descobriram que o bebê estava amarrado às costas da mulher. Como era possível? Um dos homens a saudou, dizendo:
- Nós não tivemos êxito em subir a montanha. Como você chegou ao alto se nós, os homens mais fortes e capazes da cidade, não conseguimos?

Ela encolheu os ombros e respondeu:
- É que não era o filho de vocês que estava lá.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A PAZ QUE TRAGO EM MEU PEITO

A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança, na fé...
Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando é não que se quer dizer...
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...
Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos...
É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.
.....................
Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.
Quando alguém está irritado.
Quando a maledicência te procura.
Quando a ofensa te golpeia.
Quando alguém se encoleriza.
Quando a crítica te fere.
Quando escutas uma calúnia.
Quando a ignorância te acusa.
Quando o orgulho te humilha.
Quando a vaidade te provoca.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ONDE MORA A FELICIDADE?

Você sabe onde mora a felicidade?
Sim, se você deseja encontrar a felicidade, primeiro é preciso saber
onde ela mora.

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a felicidade pode ser
encontrada em vários lugares e revestida das mais variadas formas.

No entanto, é preciso procurar com sabedoria, para não seguir falsos
guias ou falsas trilhas.

Muitas vezes o prazer tem acenado para as pessoas que estão em busca
da felicidade, mas logo ele se vai, deixando rastros confusos e um
forte sabor de amargura.

Outras vezes a riqueza se diz proprietária da felicidade, mas nem
sempre consegue aprisionar essa fugitiva, que logo se vai, deixando
uma sensação de vazio naqueles que acreditam em suas falsas promessas.

Não raro, o poder, travestido de orgulho, se coloca como único
mensageiro da felicidade, iludindo aqueles que caem em suas malhas
cruéis.

Sem escrúpulos, a ambição desmedida tem se apresentado como guia capaz
de conduzir os interessados à morada da felicidade, mas, tão logo suas
vítimas abrem os olhos, já estão bem distantes do seu objetivo.

Outras vezes, a juventude, de combinação com a beleza física, arrebata
criaturas descuidadas que estão em busca da felicidade, para logo mais
abandoná-las, sem rumo e sem esperança, na estrada da desilusão.

Talvez seja por isso que a felicidade é o tesouro mais procurado e
mais dificilmente encontrado.

E você sabe por quê? Porque o homem a tem buscado em coisas
exteriores, situações passageiras ou em outras pessoas.

Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem a juventude, nem mesmo
todas essas condições tão desejadas reunidas são condições essenciais
à felicidade...

Isso se pode constatar porque incessantemente se ouvem, no seio das classes
mais abastadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da
situação em que se encontram.

Quem deseja, sinceramente, ser feliz, sabe que a felicidade independe
de valores externos, mas é a somatória de vários fatores internos,
como o dever cumprido, a consciência tranqüila, a serenidade da alma.

Ao contrário do que se pensa, a felicidade não é ausência de
sofrimento, de dor, de obstáculos no caminho, mas é o estado da alma
que o ser conquista, apesar de todos os desafios naturais da caminhada.

Todos os grandes líderes da humanidade lutaram até atingir sua meta:
alcançar a felicidade possível, nesta vida de provas e expiações.

Buda renunciou a todo conforto principesco para conquistar a iluminação.
Maomé sofreu perseguições e permaneceu invencível até alcançar sua meta.
Gandhi foi preso inúmeras vezes, sem reagir, fiel aos planos de
não-violência e da liberdade para seu povo.

E Jesus preferiu a cruz infamante à mudar seu comportamento baseado no amor.

Como se pode perceber, a felicidade de cada indivíduo depende da fidelidade
que cada um tem para consigo mesmo e para com as metas que estabeleceu
para alcançá-la.

Assim sendo, a felicidade encontra morada onde quer que exista alguém
disposto a lhe dar guarida.

Pode ser num casebre ou numa mansão, num leito de dor ou num jardim de
alegrias, o importante é saber senti-la e saber cultivá-la.


"Na terra, a felicidade somente é possível quando alguém se esquece de
si mesmo para pensar e fazer tudo que lhe seja possível em favor do
seu próximo."

domingo, 28 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Conhecimento de si mesmo

Os adultos geralmente não lêem revistas em quadrinhos, mas algumas delas trazem ensinamentos profundos, de maneira lúdica e inteligente.

Com desenhos bem feitos e cores vivas, os personagens criados pelos artistas vão passando lições de filosofia e conceitos importantes para a formação de uma geração mais consciente.

Por vezes, numa única página encontramos grandes lições.

E uma dessas começa com o personagem chamado Horácio, um pequeno dinossauro verde, que caminha por entre as rochas e de repente se vê diante de um grande espelho.

Olha para sua imagem refletida diante de si, e algo lhe chama a atenção.

Depois de uma observação atenta, exclama para si mesmo: perninhas curtinhas...

Olha mais detidamente e pensa: bracinhos minúsculos!

Uma olhada a mais e se dá conta: olhos esbugalhados e um cabeção enorme!

Observa-se um pouco mais e depois se vai, feliz da vida, pensando consigo mesmo: ah, tudo bem, deve ser um daqueles espelhos que deformam a gente!

Nós também nos deparamos constantemente com o espelho da nossa própria consciência, que não só aponta as nossas deformidades morais, como indica a melhor conduta que deveríamos adotar.

Quando não é o espelho da consciência, são as pessoas que convivem conosco que nos falam sobre os nossos defeitos.

No entanto, muitos de nós fazemos como Horácio.

Damos as costas e dizemos que a deformidade é culpa do espelho.

Quando a consciência nos alerta sobre a inveja que enfeia a nossa imagem, nós nos desculpamos dizendo que o outro não tem direito ou merecimento, e que fomos preteridos pela Divindade.

Se o ciúme projeta uma imagem deformada e o espelho íntimo nos assinala o problema, dizemos que é excesso de amor ou bem-querer, e que temos o direito de exigir posse exclusiva.

Se a avareza mostra sua face distorcida em nosso espelho íntimo, conformados, nos consolamos: sou apenas econômico e previdente!

Quando o orgulho alardeia sua soberania, e a consciência faz o alerta, a desculpa surge de imediato: em mim só há dignidade!

Mas se as nossas deformidades morais são apontadas pelos outros, que são nossos espelhos externos, nós dizemos que isso não passa de inveja, ciúme, despeito...

Não há dúvida de que o auto-engano é uma realidade, e ocorre em nível inconsciente, mas existem maneiras de verificar se nossa conduta está ou não equivocada.

Também não há dúvida de que o autoconhecimento é a chave do progresso individual.

Para quem deseja realmente se autoconhecer, para fazer em si a reforma moral necessária à felicidade eterna, eis algumas dicas do grande filósofo Santo Agostinho:

Quando estiver indeciso sobre o valor de uma de suas ações, pergunte como a qualificaria se fosse praticada por outra pessoa.

Se você a censura noutrem, não a pode ter por legítima quando for o seu autor, pois Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.

Procure também saber o que dela pensam os seus semelhantes e não despreze a opinião dos seus inimigos.

Os inimigos nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao seu lado como um espelho, a fim de que seja advertido com mais franqueza do que o faria um amigo.

Todo aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas, deve indagar a sua consciência sempre e sem receio de ouvi-la.

É justo que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.

Não trabalhamos todos os dias com o objetivo de juntar haveres que nos garantam repouso na velhice, que geralmente é cheia de dores e sofrimentos?

Seguramente valerá muito mais a pena investir alguns esforços para conquistar a felicidade sem fim.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

QUANDO OS FILHOS CRESCEM

Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem pequenos e frágeis os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais nos finais de semana nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
Ontem estavam no banco de trás do automóvel, hoje estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
Tempos que não retornam a não ser na figura dos netos que nos compete esperar.
Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.
Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.
Não economizemos abraços, carícias, atenções porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
......................................
A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
Em essência,as crianças aprendem o que vivem.

sábado, 1 de março de 2008

Um enorme coração

Uma sorveteria famosa sempre lotada nos dias de calor.
Sorvete delicioso. Sabores variados.
Clientela bem atendida.
Homens, mulheres, crianças,
todos fazem fila e aguardam pacientemente a sua vez.
Tudo por um sorvete gostoso. Refrescante.

A menina sozinha, com o dinheiro na mão,
também entrou na fila.
Esperou, sem reclamar,
mesmo quando uns garotos passaram à sua frente,
sem cerimônia e sem polidez.

Quando chegou ao caixa,
antes que pudesse falar qualquer coisa,
o funcionário lhe ordenou que saísse
e lesse o cartaz na porta.
Ela baixou a cabeça, engoliu em seco e saiu.
E leu o cartaz, bem grande, na porta de entrada:
Proibido entrar descalço!
Olhou para os seus pés descalços
e sentiu as lágrimas chegarem aos olhos.

O gosto do sorvete não comprado se diluindo na boca.
Ia se retirando, cabisbaixa,
quando uma mão forte a tocou no ombro.
Era um homem alto, grande.
Para a menininha, ele parecia um gigante.
Foi com ela até o meio-fio,
sentou-se e tirou os seus sapatos número 44
e os colocou em frente a ela.
Depois, a suspendeu e enfiou os pés dela nos seus sapatos.
- Eu fico aqui, esperando. - disse ele.
- Vá buscar o seu sorvete! Não tenho pressa.

Ela foi deslizando os pés,
arrastando os sapatos, até o caixa.
Comprou sua ficha e saiu, vitoriosa, com seu sorvete na mão.
Quando foi devolver os sapatos para aquele homem,
de pés grandes, barriga grande,
ela se deu conta de que se ele tinha pés enormes,
muito maior ainda era o seu coração.

Amar ao próximo é fazer a alegria de alguém,
por mais insignificante que ela possa parecer.
É ter olhos de ver a necessidade embutida nos olhos tristes.
É ter ouvidos de ouvir os soluços afogados na garganta
e os pedidos jamais expressos.
Amar ao próximo é simplesmente
ter a capacidade de olhar um pouco além de si mesmo.