quarta-feira, 2 de julho de 2008

Visão Turva

Como podes querer-me e ao mesmo tempo estar com outrem?

Roubaste de mim a essência de meu ser...

Sinto-me perdido...

Quanto estive em teus pensamentos e de teu espírito fiz meu,

E, até mesmo próximo aos anjos te coloquei...

Agora, vens em teu olhar indiferente,

busca entre palavras sem sentindo

explicações a me dar,

mas, sente-se segura ainda, às vezes,

parece-me que desejas ver-me senhor de teu universo

outras, parece que deseja liquidar-me de tua existência...



Torna minha vida sem o doce néctar

do amor que te entreguei...

deste-me como retorno teu olhar de desprezo...

Desejas o quê de mim?...

Transformar-me em um bichinho de pelúcia

colocado entre teus troféus?

Criei uma dependência

que me parece veneno das serpentes do Nilo...

Acabaste com meu prazer, com meu sorriso,

arrancando-me a voz...

Sou mudo perante tudo...

Vieste com a paixão que dominou meu ser;

Partis entre os rios da cobrança...



Afinal, o que pensa ser vós?

deusa que poderá sobrepor até mesmo o amor?

Fostes cura de muitas de minhas doenças...

Mas agora, me entrega este breu

que me leva ao meu recanto solitário...

Encontrar-me-ei com as sombras da morte...

E, nem ela...

Será tão fria quanto tu!...



Mas sou pureza, sou amor...

Já te fiz grandiosa quando eras pequenas,

renegada por tudo...

Não desejo ser fantasma em tua vida sutil...

Em tua insegurança te proclamas mulher forte...

Para aquele que te ofereceu luz

ao final tentaste jogar-me às trevas,

Mas, mesmo assim, partindo agora de tua vida...

Vou para meu cantinho...

Poderei observar o início de tua decadência...

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