domingo, 9 de março de 2008

DESARMAMENTO ÍNTIMO

Aclaras, que reagiste com ira descontrolada, porque já aguardavas a agressão do outro.

Explicas que, informando das ciladas que estavam armadas contra ti não tiveste tempo de refletir, desferindo, então, o primeiro golpe.

Justificas que, ferido mil vezes pela impetuosidade dos desequilíbrios eu desgovernam a Terra, foste forçado à decisão infeliz.

Conjecturas que, em verdade, poderias ter sido mais brando. No entanto, saturado pela recidiva dos problemas afligentes, não tiveste outra alternativa, senão a do gesto tresloucado.

Informas que, a fim de não seres esmagado pelas circunstâncias, preferiste tomar a dianteira, na ação indébita.

De fato, como constatas, embora sob justificativas não justificáveis, estás armado intimamente contra os outros.

Feres, pensando, assim, evitar a tentativa do outro.

Acossas, na suposição de que te poupas à perturbação nefasta do outro.

Esmagas, considerando ser a forma eficaz de poupar-te à sanha do outro que se compraz em afligir e malsinar.

Todavia, convenhamos, o outro é o teu irmão.

Violento, inditoso, agressivo, vingador porque, infelizmente, não tem encontrado entendimento e ajuda, fraternidade e afeição...

Tu que és amigo do Cristo, que tens dado à família sofrida da Terra, aos desorientados do caminho, em nome d’Ele?

=o=

Desarma-te interiormente e agirás melhor.

Agridem-te, porque também agrides, se a oportunidade é tua.

Magoam-te, porquanto farias o mesmo, fosse-te o ensejo propício.

Somente modificarás as tristes paisagens morais do Orbe, se exteriorizares pacificação e beleza, ternura e confiança que deves manter gravadas nos recessos do espírito.

Não sejas tu, sob motivo algum, o violador, o agente do mal.

Propõe-te à harmonia, e dá oportunidade ao teu irmão, mesmo que sejas convidado a pagar o tributo desse gesto de socorro.

Quem ama sempre se transforma em mártir do amor.

E o amor somente é autêntico, quando imola quem ama.

Não fora essa grandiosa realidade, e Jesus não se teria permitido imolar por amor a nós todos, comprovando que, se nos não despojarmos das armas morais interiores que engendram a guerra, não triunfará o Bem de que Ele se fez ímpar vexilário, que te propões restaurar e manter na atualidade.

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