quinta-feira, 26 de março de 2009

VÓS SOIS DEUSES

“Vós sois deuses” (1), disse o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.

“Podeis fazer tudo que faço e muito mais”(2), acrescentou ainda.

Recordamos-lhe a vida e o vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.

O povo, a sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-lo a espalhar o consolo.

Ele adentra Naim e, deparando-se com um féretro que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.

Estanca o passo dos homens e ordena ao moço que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.

Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.

Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem conspurcar-se.

Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a a reformulação íntima.

Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.

Imparcial, sempre. Sereno, também.

Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.

Como se pudesse o beneficiado deter a alegria de que se revestiu.

Liberta o homem de Gadara da legião de espíritos infelizes que o atormentavam.

Aponta diretrizes renovadas à mulher, na fonte, e lhe possibilita o crescimento espiritual.

Da virtude que emana de seu espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesaréia de Felipe.

Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.

“Podeis fazer muito mais...”

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