domingo, 5 de dezembro de 2010

Natal, uma Alegria Passageira?

Num mundo de conflitos e violência diária, no qual o homem a cada dia
se revela seu pior predador, o Natal se apresenta como um tempo de
trégua, o armistício tão desejado num momento de guerra. Mesmo que
apenas uma vez ao longo dos dias que compõem o ano, algumas pessoas
conseguem parar e refletir sobre suas vidas embaladas no clima
natalino de paz e fraternidade.

Salomão com a sua sabedoria afirmou que tudo tem
seu tempo. E é nesse tempo que podemos desacelerar, reduzir a
velocidade dos nossos dias tão conturbados em busca, às vezes, de
objetivos irreais e inalcançáveis, e fitar nossos olhos em outras
paragens. No Natal devemos mudar de janela! É a oportunidade de
enxergarmos o mundo sob uma outra óptica, uma outra visão, a visão de
Cristo.

Para nós, o Natal é a promessa renovada, a
esperança reacendida da presença encarnada de Deus entre nós. O
advento é o momento de espera da vinda do Salvador do mundo, aquele
que transformou as estruturas e conceitos, aquele que mudou de forma
radical a nossa percepção da vida e da nossa existência, um marco, um
divisor de águas. Jesus deixou para todos nós uma mensagem indelével
nos nossos corações; uma alternativa possível à nossa experiência de
vida limitada e pobre espiritualmente. O apóstolo Paulo percebe a
dimensão do que Deus reservou para nós e nos anima na sua carta aos
Coríntios (2:9):
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do
homem aquilo que Deus preparou para os que o amam.”
Com Cristo aprendemos que a alegria do Natal não é
efêmera, pois a sua presença entre nós é real e constante. A alegria
do Cristão extrapola limites do calendário e se estende no seu
dia-a-dia. Não apenas no Natal, mas todos os dias do ano são
oportunidades para exercermos a nossa solidariedade, esse gesto tão
significativo que consolida o nosso amor ao próximo, e nos alegrarmos
no Senhor.

A mensagem do Natal pode ser traduzida em amar a
Deus com a toda a expressão das nossas emoções e sensações sem deixar,
porém, a nossa razão alienada e sem excluir a nossa vontade e
percepção da realidade; e estender as nossas mãos a todos aqueles que
estão excluídos e à margem da justiça social. O menino Jesus nasceu
para todos.

Feliz Natal!

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