quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

JARDINEIRO DE ILUSÕES

No jardim dos mais belos sonhos,

ele buscou plantar lindas rosas,

cuidando com todo desvelo e carinho,

para florescerem na primavera do amor.





Cresciam vigorosas coroando os canteiros

da glória infinita que a natureza dispõe,

para amenizar o peso do cotidiano,

daqueles que as buscam na contemplação.





Houveram momentos de enlevado deleite.

Os dedos acariciavam as pétalas acetinadas,

e o doce perfume inebriava as entranhas.

Desabrochavam-se os corações apaixonados.





Porém, numa quente tarde de outono,

escurecido o céu com pesadas nuvens,

a chuva veio com força descomunal,

despedaçando as rosas sem piedade.





Em desespero, o jardineiro de ilusões

correu por entre as flores sem acreditar,

que todo o seu trabalho fora destruído,

pela própria natureza, em sua fúria.





Encharcado pela chuva e pelas lágrimas,

quedou-se cansado no meio das flores.

Recolheu uma rosa e a aproximou de si,

percebendo nela, uma lágrima rubra.





Neste momento de profunda emoção,

relembrou a sua trajetória amorosa.

Quantas vezes chorou escondido,

tal qual a rosa, por sentir-se perdido.





A chuva que inundou a sua alma,

no princípio trouxe tristes lágrimas,

mas depois as vibrantes cores do arco-íris,

inundaram sua vida de novas esperanças.





Assim é a vida, somos nós e a natureza.

Surpreendentes, inquietos e passionais,

atuando em ciclos que se alternam,

tendo como alvo a sonhada harmonia.

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