terça-feira, 8 de janeiro de 2008

UMA HISTÓRIA DE AMOR

Diana não sabia porque não encontrava seu príncipe. Via sempre no horizonte de seus pensamentos um rosto com um par de olhos verdes, expressivos. O olhar exalado era profundo e os lábios bem definidos.

Diziam-lhe:

-É obsessor... ele a persegue.

Diana não acreditava, pois a expressão dele era de imenso amor.
Paula era a única amiga que compreendia tratar-se de um amor à espera de concretização. Muitas vezes, ao ver Diana cabisbaixa, consolava-a dizendo:

-Um dia vocês estarão juntos para sempre.

Nenhum namoro deu certo e ela não fizera questão que desse. Vivia à espera daquele rosto que a encantava. Em alguns momentos, Diana tinha a impressão de que "sentia" a presença dele. Não sabia porque, mas decidiu chamá-lo de Renato.
Certa noite, ela sonhou com Renato de corpo inteiro. Andar descontraído, de menino, olhar romântico. Ele seguia à frente dela, virando o rosto para trás a todo instante da caminhada, observando-a sempre com um leve sorriso. Até que chegou próximo a um portão cercado lateralmente por canteiros de flores suavemente perfumadas. Ao toque de suas mãos o portão abriu-se e ele acenou para ela, despedindo-se.

Diana teve a impressão de que ele lhe disse antes que o portão se fechasse:

-Estaremos juntos, somos seres afins, mesmo que as muralhas das provações nos separem. Já estivemos juntos antes.

Renato fechou o portão vagarosamente e Diana acordou com a nítida visão dele na mente... suas palavras vibrando em sua dimensão emocional. A partir dessa noite, Diana não mais sonhou com ele. Não viu mais seus olhos. Toda noite ela procurava sua face nas estrelas. Ele parecia fixar-se numa delas, na mais bonita.
A saudade foi crescendo... a solidão também. Uma noite, Diana adormeceu. Para sua felicidade tornou a sonhar com Renato. Desta vez, ele chegou bem perto, enlaçando-a com amor. Sua voz fez-se nítida:

-Diana, agora é para sempre... não mais nos separaremos.

E selou seus lábios com um beijo.
Voltaram abraçados para lá do portão florido.
Na Terra, o lamento dos pais de Diana. Em prantos, amargavam sua morte.

Morte?! Não, a morte não existe... muitas almas afins vivem felizes nas dimensões etéreas.

Sem comentários: