Diana não sabia porque não encontrava seu príncipe. Via sempre no horizonte de seus pensamentos um rosto com um par de olhos verdes, expressivos. O olhar exalado era profundo e os lábios bem definidos.
Diziam-lhe:
-É obsessor... ele a persegue.
Diana não acreditava, pois a expressão dele era de imenso amor.
Paula era a única amiga que compreendia tratar-se de um amor à espera de concretização. Muitas vezes, ao ver Diana cabisbaixa, consolava-a dizendo:
-Um dia vocês estarão juntos para sempre.
Nenhum namoro deu certo e ela não fizera questão que desse. Vivia à espera daquele rosto que a encantava. Em alguns momentos, Diana tinha a impressão de que "sentia" a presença dele. Não sabia porque, mas decidiu chamá-lo de Renato.
Certa noite, ela sonhou com Renato de corpo inteiro. Andar descontraído, de menino, olhar romântico. Ele seguia à frente dela, virando o rosto para trás a todo instante da caminhada, observando-a sempre com um leve sorriso. Até que chegou próximo a um portão cercado lateralmente por canteiros de flores suavemente perfumadas. Ao toque de suas mãos o portão abriu-se e ele acenou para ela, despedindo-se.
Diana teve a impressão de que ele lhe disse antes que o portão se fechasse:
-Estaremos juntos, somos seres afins, mesmo que as muralhas das provações nos separem. Já estivemos juntos antes.
Renato fechou o portão vagarosamente e Diana acordou com a nítida visão dele na mente... suas palavras vibrando em sua dimensão emocional. A partir dessa noite, Diana não mais sonhou com ele. Não viu mais seus olhos. Toda noite ela procurava sua face nas estrelas. Ele parecia fixar-se numa delas, na mais bonita.
A saudade foi crescendo... a solidão também. Uma noite, Diana adormeceu. Para sua felicidade tornou a sonhar com Renato. Desta vez, ele chegou bem perto, enlaçando-a com amor. Sua voz fez-se nítida:
-Diana, agora é para sempre... não mais nos separaremos.
E selou seus lábios com um beijo.
Voltaram abraçados para lá do portão florido.
Na Terra, o lamento dos pais de Diana. Em prantos, amargavam sua morte.
Morte?! Não, a morte não existe... muitas almas afins vivem felizes nas dimensões etéreas.
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