quarta-feira, 19 de março de 2008

MADEIROS SECOS

“Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?” — Jesus.
(LUCAS, capítulo 23, versículo 31.)


Jesus é a videira eterna, cheia de seiva divina, espalhando ramos fartos,
perfumes consoladores e frutos substanciosos entre os homens, e o mundo não
lhe ofereceu senão a cruz da flagelação e da morte infamante.

Desde milênios remotos é o Salvador, o puro por excelência.

Que não devemos esperar, por nossa vez, criaturas endividadas que somos,
representando galhos ainda secos na árvore da vida?

Em cada experiência, necessitamos de processos novos no serviço de reparação
e corrigenda.

Somos madeiros sem vida própria, que as paixões humanas inutilizaram, em sua
fúria destruidora.

Os homens do campo metem a vara punitiva nos pessegueiros, quando suas
frondes raquíticas não produzem. O efeito é benéfico e compensador.
O martírio do Cristo ultrapassou os limites de nossa imaginação. Como tronco
sublime da vida, sofreu por desejar transmitir-nos sua seiva fecundante.

Como lenhos ressequidos, ao calor do mal, sofremos por necessidade, em favor
de nós mesmos.

O mundo organizou a tragédia da cruz para o Mestre, por espírito de maldade
e ingratidão; mas, nós outros, se temos cruzes na senda redentora, não é
porque Deus seja rigoroso na execução de suas leis, mas por ser Amoroso Pai
de nossas almas, cheio de sabedoria e compaixão nos processos educativos.

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