Raramente queremos que as pessoas nos digam o que desaprovamos, nós mesmos, em nós. Já é difícil o suficiente termos que reconhecer que não sabemos tudo, não temos todos os poderes e não somos um modelo de beleza ou de comparação. Sabemos quem somos, mas se nos dizem, isso nos espeta, contraria, afinal, somos assim e pronto e os que devem nos amar devem aprender a passar por cima dessas coisas.
Então, por que não guardamos essa mesma linha de pensamento com relação às pessoas que dificilmente queremos dar a mão ou oferecer nossa amizade? As julgamos pessoas difíceis e amá-las parece estar além das nossas forças.
Me lembro de ter tido uma professora de biologia que, no auge dos meus 17 anos, devo ter chegado a detestar. Hoje, com mais maturidade, eu vejo as coisas de maneira diferente. O pior é que eu a detestava não porque ela não gostava de mim, era exatamente pelo contrário. Ela não me julgava igual aos outros, não escondia isso e se preciso fosse até nota me dava. Meu coração, pobre de sentimentos, menosprezava essa pessoa que tinha por mim uma adoração, indevida e aos meus olhos, mal colocada. Quando alguém nos julga diferentes, em mal ou em bem, o peso nos ombros é quase insuportável. Não a amei na época, não me esforcei e nem via importância, mas hoje as coisas mudaram tanto! Hoje eu tentaria entendê-la ou pelo menos pegar alguns minutos para conversar com ela. Não sei, portanto, voltar atrás, mas sei seguir adiante.
Vejo, no dia-a-dia a fidelidade dos amigos que continuam me amando apesar de eu ser quem sou, porque, creiam, não é assim tão fácil continuar a me amar. Tudo o que sai de mim parece belo, ajuda muitos, segundo me dizem, e isso cria a ilusão de que sou alguém próximo da perfeição. Mas meus amigos próximos poderão dizer da paciência que têm para comigo quando fico dias e dias sem dar notícias, quando pareço esquecê-los (isso é engano, pois estão no meu coração) ou não dar importância à amizade. Quem me conhece verdadeiramente sabe que sou assim, que às vezes me retiro, me retraio, não saio, evito multidões.
E quem me conhece assim, me ama e eu agradeço a Deus pela existência dessas pessoas. Porque é com elas que aprendo a aceitar as diferenças que vejo nos outros, tolerá-las e amá-las. Se eu quero para mim, devo ser consciente de que devo oferecer. Aos 45 anos quero poder dizer que não detesto ninguém, quero olhar duas vezes mais nos olhos dos que me desagradam pra encontrar neles uma razão para aceitá-los. Tenho ainda um longo caminho pela frente, mas me esforço, brigo comigo mesma e sinto que avanço. O importante não é conseguir resultados imediatos, mas não desistir de um caminho começado. E eu não quero desistir. Acho que Deus não quer que eu desista...
Escrevi sobre amizade e tolerância essa manhã. Espero que apreciem:
Desejo, para o dia de hoje, muita paz e serenidade no coração de vocês. Que o Senhor os ensine e ver a vida com olhos novos e os que estão no mundo, com um coração mais receptivo! Que bênçãos nunca faltem nas suas vidas, nem nas que são caros a cada um! Para os que necessitam de sol, muitos e muitos raios; para os que necessitam de chuva, o frescor de um dia de chuva.
Obrigada pelas visitas e até breve, se assim Deus permitir!
Um caloroso e grande abraço,
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