Até quando eu não sei,
Um dia eu voltarei!
Espere-me pelas manhãs vazias
Nas tardes e nas noites frias
E outras vezes quando o calor voltar
Nunca querido deixe de me esperar.
Espere-me...
Ainda que em tuas mãos
Minhas cartas já não cheguem mais
Ainda que o ontem for esquecido
E o amanhã já não tiver sentido.
Espere-me,
mesmo que no meu lar
Todos se cansem de me esperar.
Não de ouvido nunca por favor
Aqueles que te dizem que o amor
Não poderá os mortos reviver e
Que é bem melhor você me esquecer.
Deixe que os amigos que um dia
Brincaram comigo,
A você digam que acabou a brincadeira
Deixe-os beberem seus vinhos amargos
E magoados e sombrios falarem
De heroísmo ou de glória
Erguendo uma viva a minha memória...
Espere-me tranqüilo sem sofrer
E não te sentes também para beber,
Esperando-me, tu serás mais forte.
Sendo esperado eu vencerei a morte...
Só nos dois querido, saberemos o sentido
De alguém morrer sem ter morrido
Só porque tu me esperas se além da esperança
Por aquilo que fui e que não mais sou
Como ninguém nunca me esperou...
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