Contou em sussurros a surdas paredes
de incomodas lágrimas
que homem não chora.
E agora ele mesmo traiu-se
em única gota cristalizada,
por amor que nada valeu.
As suas mãos ainda sangram
de flor espinhosa,
maldosa,
que nunca tocou, já não é mais cativa
empalidecida perdeu sua cor.
Despiu-se pétala a pétala
sem maciez da pele,
ferindo-se em sua própria vaidade.
Sentirá saudade,
de um breve tempo em que
homem-menino lhe protegeu.
Redomas com seus braços,
nem um mal para lhe assustar.
Reinou rainha ,tão bela flor,
em seu egoísmo levou as cores
desse jardim.
Mas tão ingrata se quis livre de invalido e
imprestável ser.
Desejando vê-lo morrer em leito de dor,
machucou por prazer.
Rogou por todo mal
ao saber que suas carícias
já não lhe pertenciam.
Se fez erva daninha,
alastrando seu ódio
entre tantas frágeis vidas.
Ficou perdida em solidão,
fez um coração perder o encanto ,
mas todo pranto se faz lição.
Agora aquele jardineiro fiel,
voa livre buscando mel,
qual beija-flor ,
em inocente beijo
em paraíso de amor.
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