sábado, 2 de fevereiro de 2008

PARAÍSO DE AMOR

Contou em sussurros a surdas paredes

de incomodas lágrimas

que homem não chora.

E agora ele mesmo traiu-se

em única gota cristalizada,

por amor que nada valeu.



As suas mãos ainda sangram

de flor espinhosa,

maldosa,

que nunca tocou, já não é mais cativa

empalidecida perdeu sua cor.



Despiu-se pétala a pétala

sem maciez da pele,

ferindo-se em sua própria vaidade.

Sentirá saudade,

de um breve tempo em que

homem-menino lhe protegeu.



Redomas com seus braços,

nem um mal para lhe assustar.

Reinou rainha ,tão bela flor,

em seu egoísmo levou as cores

desse jardim.



Mas tão ingrata se quis livre de invalido e

imprestável ser.

Desejando vê-lo morrer em leito de dor,

machucou por prazer.

Rogou por todo mal

ao saber que suas carícias

já não lhe pertenciam.



Se fez erva daninha,

alastrando seu ódio

entre tantas frágeis vidas.



Ficou perdida em solidão,

fez um coração perder o encanto ,

mas todo pranto se faz lição.

Agora aquele jardineiro fiel,

voa livre buscando mel,

qual beija-flor ,

em inocente beijo

em paraíso de amor.

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