Senhor!
Abriste-me o próprio seio e confiaste-me os filhos do Teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha força.
Ajuda-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile as asas dos anjos tenros que me deste e adoça-me o raciocínio para que a minha devoção afetiva não se converta em severidade arrasadora.
Defende-me contra o egoísmo para que a minha ternura não se transforme em prisão daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir amando, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercam.
Senhor, auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcerem nas sombras.
Pai, sou também Tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que saiba conduzir ao Infinito Bem os promissores rebentos de Tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quando a tua Sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego para que eu Te restitua as jóias vivas do meu coração, com serenidade e alegria, e quando a vida me impuser em Teu nome, o desprendimento e a solidão, reaquece minh’alma ao calor de Teu Carinho Celeste para que eu venere a Tua vontade para sempre.
Assim seja.
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