terça-feira, 3 de junho de 2008

CONSCIÊNCIA

Há somente duas coisas que me incutem respeito: o céu estrelado sobre

mim, e a consciência moral dentro de mim.

(Kant)



A análise profunda nos faz vibrar no respeito diante da criação universal,

quando, mesmo em parte, a contemplamos. O céu estrelado, de certo modo nos

convida à meditação sobre assuntos transcendentais e, se a consciência já

deu sinal de alguma maturidade, é justo afirmarmos que deparamos com Deus,

por toda a expressão que a vida cósmica desenrola no infinito.

E esse Deus que os sentidos começam a perceber exteriormente passa a ser

a força interna que nos move e nos dá vida. Esse é o maior fenômeno da

existência da alma, como ocorreu com o apóstolo Paulo, no caminho de

Damasco: vendo e ouvindo Jesus, o Cristo nasceu em seu coração, ficando

eternamente com ele.

É lícito suportar todos os embates dos caminhos para chegar a esse

ponto, pois, quando o alcançamos, nunca mais seremos escravos da ignorância,

iniciando-nos na escola da verdade, a qual nos torna, aos poucos, mais

livres, nos indicando a Felicidade. Quanto à consciência moral, é ela a maior força

da vida, a dominar as forças menores, no complexo espiritual do ser. Fala-se

demasiadamente em moral nos bastidores da Terra, todavia, os iniciados no

Evangelho de todas as religiões duvidam de muito preceitos “mastigados” e impostos

pelos que se dizem preceptores.

A moral humana e a espiritual estão, na verdade, programadas nas

sutilezas das páginas do Evangelho; porém, é de justiça que cada um assimile seus

deveres de acordo com a sua posição na escala evolutiva, que cada criatura use a

sua própria filtragem consciencial, acendendo as luzes do coração, pela energia

da inteligência, e caminhe com os seus próprios pés.

A falta de moral na vida da alma cria estigmas por onde a drenagem da

mente faz escorrer o ácido invisível da depressão psicológica, oriunda de

impactos emocionais, que haverá de ser corrigida pela consciência do amor.

Alivia-se-nos a tensão mental, quando somos chamados pela maturidade

espiritual à auto-disciplina. Eis que chegou a hora da maioridade, ou se essa fala

esclarecer mais, da identidade da alma, de sorte poder ela entrar, por sua

conta própria e por sua própria decisão, na universidade educativa de todos

os seus impulsos, apresentando-se como aluna das primeiras horas, no alvorecer do

dia.

É nesta conversa e no entendimento desse assunto que chegaremos à

conclusão de que o céu estrelado poderá brilhar igualmente dentro de nós, em plena

consonância com as leis morais, que escolhemos e que temos necessidade de

vivê-las.

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