Há somente duas coisas que me incutem respeito: o céu estrelado sobre
mim, e a consciência moral dentro de mim.
(Kant)
A análise profunda nos faz vibrar no respeito diante da criação universal,
quando, mesmo em parte, a contemplamos. O céu estrelado, de certo modo nos
convida à meditação sobre assuntos transcendentais e, se a consciência já
deu sinal de alguma maturidade, é justo afirmarmos que deparamos com Deus,
por toda a expressão que a vida cósmica desenrola no infinito.
E esse Deus que os sentidos começam a perceber exteriormente passa a ser
a força interna que nos move e nos dá vida. Esse é o maior fenômeno da
existência da alma, como ocorreu com o apóstolo Paulo, no caminho de
Damasco: vendo e ouvindo Jesus, o Cristo nasceu em seu coração, ficando
eternamente com ele.
É lícito suportar todos os embates dos caminhos para chegar a esse
ponto, pois, quando o alcançamos, nunca mais seremos escravos da ignorância,
iniciando-nos na escola da verdade, a qual nos torna, aos poucos, mais
livres, nos indicando a Felicidade. Quanto à consciência moral, é ela a maior força
da vida, a dominar as forças menores, no complexo espiritual do ser. Fala-se
demasiadamente em moral nos bastidores da Terra, todavia, os iniciados no
Evangelho de todas as religiões duvidam de muito preceitos “mastigados” e impostos
pelos que se dizem preceptores.
A moral humana e a espiritual estão, na verdade, programadas nas
sutilezas das páginas do Evangelho; porém, é de justiça que cada um assimile seus
deveres de acordo com a sua posição na escala evolutiva, que cada criatura use a
sua própria filtragem consciencial, acendendo as luzes do coração, pela energia
da inteligência, e caminhe com os seus próprios pés.
A falta de moral na vida da alma cria estigmas por onde a drenagem da
mente faz escorrer o ácido invisível da depressão psicológica, oriunda de
impactos emocionais, que haverá de ser corrigida pela consciência do amor.
Alivia-se-nos a tensão mental, quando somos chamados pela maturidade
espiritual à auto-disciplina. Eis que chegou a hora da maioridade, ou se essa fala
esclarecer mais, da identidade da alma, de sorte poder ela entrar, por sua
conta própria e por sua própria decisão, na universidade educativa de todos
os seus impulsos, apresentando-se como aluna das primeiras horas, no alvorecer do
dia.
É nesta conversa e no entendimento desse assunto que chegaremos à
conclusão de que o céu estrelado poderá brilhar igualmente dentro de nós, em plena
consonância com as leis morais, que escolhemos e que temos necessidade de
vivê-las.
terça-feira, 3 de junho de 2008
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