quarta-feira, 25 de junho de 2008

EVANGELHO QUOTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Quarta-feira, dia 25 de Junho de 2008

Hoje a Igreja celebra : São Máximo, bispo de Turim, +séc. V

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Jean Tauler : Dar bons frutos


Livro de 2º Reis 22,8-13.23,1-3.

O Sumo Sacerdote Hilquias disse ao escriba Chafan: «Encontrei no templo do Senhor o Livro da Lei.» Hilquias entregou este livro ao escriba Chafan, o qual, depois de o ler, foi ter com o rei e prestou-lhe contas da missão que lhe fora confiada: «Teus servos juntaram o dinheiro que se encontrava na casa do Senhor e entregaram-no aos encarregados do templo do Senhor.» E acrescentou: «O Sumo Sacerdote Hilquias entregou-me um livro.» E leu-o na presença do rei. Ao ouvir as palavras do Livro da Lei do Senhor, o rei rasgou as suas vestes e ordenou ao sacerdote Hilquias, a Aicam, filho de Chafan, a Acbor, filho de Miqueias, ao escriba Chafan e ao seu oficial Asaías: «Ide e consultai o Senhor acerca de mim, do povo e de todo o Judá, sobre o conteúdo deste livro, que acaba de ser descoberto. A cólera do Senhor deve ser grande contra nós, porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, nem puseram em prática o que nele se nos prescreve.» O rei mandou vir à sua presença todos os anciãos de Judá e de Jerusalém, e subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, sacerdotes, profetas e todo o povo, pequenos e grandes. Leu, então, diante de todos, as palavras do Livro da Aliança, descoberto no templo do Senhor. Pondo-se de pé sobre o estrado, o rei renovou a aliança na presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus mandamentos, as suas instruções e os seus preceitos, com todo o seu coração e com toda a sua alma, e a cumprir todas as palavras da aliança contidas neste livro. Todo o povo concordou com esta aliança.

Livro de Salmos 119,33.34.35.36.37.40.

Ensina-me, SENHOR, o caminho das tuas leis e eu hei-de cumpri-las com fidelidade.
Dá-me entendimento para cumprir a tua lei; hei-de obedecer-lhe de todo o coração.
Conduz-me pela senda dos teus mandamentos, porque neles estão as minhas delícias.
Inclina o meu coração para as tuas ordens, e não para a cobiça.
Desvia os meus olhos dos deuses vãos; faz-me viver nos teus caminhos.
Vê como tenho desejado os teus preceitos; faz-me viver segundo a tua justiça. Vau


Evangelho segundo S. Mateus 7,15-20.

«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 7


Dar bons frutos


Numa vinha, revolve-se a terra à volta das vides e mondam-se as ervas daninhas. Também o homem se deve mondar a si próprio, e estar profundamente atento ao que mais poderá ainda arrancar no fundo do seu ser, para que o Sol divino possa aproximar-se mais de si e em si brilhar. Se deixares a força do alto fazer a sua obra [...], o sol tornar-se-á brilhante, dardejará os seus quentes raios sobre os frutos e torná-los-á mais e mais transparentes. Maior doçura terão, finíssimas se tornarão as suas finas cascas. Assim é também no domínio espiritual. Os obstáculos de permeio tornam-se por fim tão ténues, que recebemos ininterruptamente os toques divinos, de muito perto. E sempre que nos voltarmos para Ele, encontraremos no interior o divino Sol a brilhar com muito mais intensidade que todos os sóis que alguma vez brilharam no firmamento. E assim tudo no homem será deificado a tal ponto que ele já não sentirá, não experimentará nem verdadeiramente conhecerá, com tão profundo conhecimento, mais nada a não ser Deus, e tal conhecimento ultrapassará em muito o modo de conhecimento da razão.

Arrancaremos por fim as folhas aos sarmentos, para que o sol possa bater nos frutos sem encontrar obstáculo algum. Assim será com os homens: tudo o que estiver de permeio cairá e tudo receberão de modo imediato. Cairão orações, representações de santos, práticas de devoção, exercícios. Mas que o homem se livre de rejeitar estas práticas enquanto por si próprias elas não caírem. Só então, atingido esse estádio, o fruto se há-de tornar tão doce, de uma forma tão indescritível, que não haverá razão capaz de tal compreender [...] Seremos já só um com a doçura divina, ainda que o Ser divino penetre completamente o nosso ser, e que sejamos como uma gota num grande tonel de vinho [...]. Aqui, as boas intenções, a humildade, são a mera simplicidade, um mistério tão essencialmente pacificador, que teremos, até, dificuldade em tomar consciência disso.

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