quarta-feira, 25 de junho de 2008

A FIRMEZA

Não será lícito ignorar o serviço prestado por uma grande quantidade de elementos que, mesmo não sendo percebidos ou considerados, porque pequenos ou ocultos, tornam-se sustentáculos ou suportes de realizações que se revestem de importância, sem que ninguém se dê conta do que lhes está por detrás, aprumando o seu desempenho feliz.

Ao agradecermos o esforço da ponte, por onde costumamos transitar, raramente lembramos do pilotis ou dos dormentes sobre os quais ela se estira para que possa servir.

Quando vemos o rio caudaloso e arrojado, na sua movimentação em busca do mar, poucas vezes pensamos no leito seguro sobre o qual ele corre.

Abençoamos a rapidez da aeronave, que nos conduz pelos céus, desafiadora, sem que consideremos a energia do combustível que a mantém nas alturas.

Na movimentação tranqüila do navio que singra grandes mares, soberbo, quase nunca identificamos a condição da massa líquida que lhe dá o apoio da sua densidade.

As notas musicais são reconhecidas, graças a pauta que lhes empresta valor, acompanhadas por vários símbolos que as distinguem entre si.

A voz que modula a canção maviosa ou que pronuncia o discurso inflamado, não poderá menosprezar o serviço das ondas do mar.

Os olhos penetrantes, que tudo conseguem enxergar, dependem, totalmente, dos raios de luz.

Convenhamos que toda firmeza demonstrada por alguém, no campo da existência terrena, indiscutivelmente, se deve ao próprio ser, no que diz respeito ao empenho com que se dispôs à conquista.

Não olvidemos, todavia, a participação oculta de mãos amigas e vozes atenciosas, de sorrisos fraternais ou de látegos sibilantes, de guardiães invisíveis e do suporte familiar, da saúde débil ou da robustez física, da carência geral ou da facilidade econômica, e tantos outros participantes pouco notados, que contribuem e instigam o indivíduo para atingir segurança através dos seus caminhos.

Agradeça a Vida, companheiro, pela matéria prima da ventura colocada ao seu dispor, para que possa produzir o melhor valorizando os seus dias no mundo e fazendo amigos verdadeiros com os valores que não lhe pertencem, como ensinou Jesus.

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