Ah! tarde aquela...
a ver-te fugir de mim,
ao encontro da sedução...
momento de dor profunda,
agonia da alma,
a qual a lágrima se fez companheira
dos dias e noites
por virem à espera de tua volta...
Em teu retorno,
a luta de desejar acreditar
que tudo era só mais uma aventura;
mas não: era o feitiço da sedução,
levando o amor à derrota.
Se destes momentos de dor
me fiz senhor
a suplantar a própria morte;
se o cansaço da solidão
me fez gêmeo de minha alma;
se os delírios a sentir-te,
mesmo sem tê-la,
me fez tolo amante da crença do amanhã...
Se, no hoje, vivo à espera do impossível,
o tempo se fez senhor da correção de minhas falhas,
transformando-me em mero leigo aprendiz de amor,
apresentando-me novo anjo,
para acalentar meu ser...
Tua distância, frigidez,
o modo carrasco a tratar-me,
dilacerou-me,
mas ao mesmo instante,
que me tomou o sorriso,
fazia-me acreditar
em forças como a crença, amizade;
gestos pequenos de carinho,
emanados, às vezes, da própria natureza,
através dos pássaros,
da chuva, do sol e da lua,
sentindo-me filho de alguém,
pronto a socorrer-me das feridas,
que me causaste...
Nesta tua partida,
se foi muito de mim,
mas não o todo;
se me retirastes o sorriso,
me deste o aprendizado;
me retirastes a mão amiga,
me deste oportunidade
de conhecer outras mãos...
Se tentaste sepultar o amor,
falhaste: és, agora, derrotada
e, entre as cinzas desta louca paixão,
renovo-me e volto a estar ao lado do sol,
da lua e das estrelas;
do sol que me foi a luz,
mesmo em dias de trevas;
da lua que me foi mestra de romantismo
e das estrelas a fazer-me ver
que havia esperança;
que meu mundo imaginário,
feito de uma só estrela,
que era você,
estava errado,
pois lá existiam outras
à minha espera...
Ah! esta tua partida,
quanto levou de mim...
mas quanto mesmo
que, através da dor mais profunda,
devolveu-me...
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