Quando Jesus entrou, vitorioso, em Jerusalém, houve um instante em que parou para respirar livremente.
Com ele, apenas Bartolomeu, apagado e discreto.
O discípulo exultava.
Até eles chegavam os ecos do grande êxito.
Hosanas ao Messias.
Cânticos. Algazarra.
Perfumes no ar. Não longe, Simão Pedro, que negaria o Senhor. Judas, que o negociara. Tomé, que o abandonaria. Tiago e João, que dormiriam descuidados, sem lhe perceberem a angústia.
E toda uma legião de admiradores que, no dia seguinte, se transformariam em adversários.
Bartolomeu, feliz, observou a atmosfera festiva e disse, contente:
Oh! Mestre, quanta felicidade!
Afinal! Afinal a glória, apesar dos perseguidores!
Notando que Jesus continuava em grave silencio, o aprendiz perguntou:
- Por que tristeza, Senhor, se estamos triunfando de tantos inimigos?
O Cristo, porém, meneou a cabeça e, fitando a turba próxima, falou sereno:
- Bartolomeu, Bartolomeu, vencer, mesmo tendo inimigos, é sempre fácil, porque os inimigos se colocam a distancia, por si mesmos.
E profundamente desencantado:
- A batalha mais árdua é vencer com os amigos.
sábado, 31 de julho de 2010
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