sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Perdoe-me

Por todas vezes que eu não respondi o seu e-mail.
Por aquela poesia inspirada que você quis partilhar comigo
e não encontrou a alegria de uma resposta no seu correio.

Por aquela foto da sua netinha, da formatura do seu filho,
como que me convidando a entrar e participar um pouquinho da sua vida,
sem que eu me manifestasse, dando-lhe o merecido retorno.

Por aquele texto hilário do Veríssimo e aquele soneto perfeito da Florbela que você sabia que me abalariam, um pelo riso, outro pela lágrima e nem assim eu retornei.

Pela poesia linda que você fez entrelaçada com a minha
deixando claro nos seus versos, que os meus versos atingiram seu coração
e nem assim eu respondi.

Por aquela Atualização especial em rica formatação que você deve ter levado horas para fazer, e triunfante, partilhou-a com seus amigos dentre os quais eu estava, sem que eu tivesse em seguida lhe enviado o meu sincero aplauso.

Por aquele depoimento longo e emocionado onde você abriu seu coração após identificar-se com um texto meu, cobrindo-me de palavras doces e enaltecedoras e eu simplesmente me calei, sem aquecer seu coração na mesma dose com que você aqueceu o meu.

E se você me perguntar por que, mais uma vez eu lhe pedirei perdão mas não lhe direi e ainda lhe deixarei o malefício da dúvida, pelo simples fato de que espero que você possa compreender e interpretar a plenitude deste silêncio carregado de amor.

Se eu me justificar soará falso e se você verdadeiramente gostar de mim, verá de quantas formas indiretas eu tenho me utilizado para dizer o quanto lhe quero bem.
Descobrirá um pedacinho de você e sentirá a sua própria presença em cada detalhe daquilo que lhe envio em "Undisclosed".

Imagino que eu desapontei e desaponto você muitas e muitas vezes.

Perdoe-me!

Mas saiba apenas isto:

Aquela sua poesia inspirada atravessou todas as minhas fibras.

Aquelas fotos familiares receberam meu amplo sorriso de aprovação e sem que você soubesse, eu abençoei sua netinha, seu filho na formatura. Abençoei seu gesto, seu lar, seus feitos e vibrei de uma ternura inexplicável.

Ri sim (e muito) com o texto do LFV e chorei um bocado com o soneto da Flor.

Aquele seu entrelace poético deixou-me orgulhosa, honrada e eu tive que puxar minhas orelhas para não deixar a vaidade subir à cabeça.
Eu sempre lhe disse que a tragédia humana é o ego, não foi?

Aquela sua rica Atualização arrancou aplausos aqui, assim do tipo:
Bravooooooooo! Que linda ela estava ! E como eu
me surpreendi com a sua criatividade !

Seu depoimento? Ah... seu depoimento, sua franqueza, seu gesto de abrir seu coração e confiar a mim seus segredos foram recebidos com um zelo e com um respeito que você jamais poderá avaliar.

Foi-se o tempo - e já faz tempo - que eu podia chamar você de
Sandra, Renato, Alice, Alex ...

Hoje a Net deixou-me apenas a opção do "Undisclosed"
Não me julgue!

Dia haverá que você também chamará seus amigos de
"Undisclosed" ou na melhor das hipóteses, de "Grupo Especial"
e rezará para que entendam a sua impossibilidade de dividir-se além das suas possiblidades e do seu tempo, mas de multiplicar-se de um amor silencioso
que só você conhece e espera que suas atitudes possam ser
intuídas pela multidão que interage com você.

E saberá também que entre dar um retorno corrido, mal feito, envernizado e formal ( colando as respostas todas iguais nos e-mails) você simplesmente
preferirá não escrever nada ... mas provará, por uma sucessão de pequenos gestos subsequentes, que tudo que você fez e faz é tão somente

POR AMOR AOS SEUS AMIGOS

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