“Desfalecem-me os meus olhos à espera da Tua salvação e da promessa da Tua justiça.” (Salmo 119 123).
“Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem?” (Jó 3:20,21)
“Também através dos Teus juízos, Senhor, Te esperamos; no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma.”
“Com minha alma suspiro de noite por Ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu Te procuro diligentemente; porque, quando os Teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” (Isaias 26:8,9).
Estamos trazendo à memória profundos suspiros da alma de três grandes homens de Deus. Um rei, um rico piedoso e íntegro e um grande profeta.
Cada um com a sua demanda, já exaustos por uma espera longa, seguida pelo silêncio absoluto do Único que os poderia livrar.
Não tenho idéia de qual personagem na história bíblica tenha esperado mais tempo por uma resposta de Deus nas horas em que mais carecia de uma. Sabemos, no entanto, que: David foi campeão de espera, José, preso injustamente, esperou o tempo da sua libertação, Abraão esperou pelo filho prometido, Moisés, apascentando no deserto, com toda uma bagagem cultural e espiritual, esperou a direção de Deus para sua vida durante longos anos, Jacó esperou catorze anos pela mulher do seu amor, Daniel esperou vinte um dias angustiantes por uma resposta de Deus, Jeremias, no calabouço, seus dias de espera foram como uma eternidade. Quantos anos esperou Ana, em humilhação, pelo nascimento do famoso filho Samuel?
Seria longa a lista de homens e mulheres de Deus que esperaram pelo Senhor nas suas aflições.
Muitos dos que figuram na bíblia viveram as mesmas tribulações e angústias que abatem o espírito de qualquer mortal. Jeremias questionou com Deus sobre a prosperidade e paz que desfrutavam os perversos. Asafe, por sua vez, quase se desviou dos caminhos do Senhor quando se apercebeu, como Jeremias, que os perversos eram prósperos e viviam felizes. Jó fez esta mesma observação: como é, pois, que vivem os perversos, envelhecem e ainda se tornam mais poderosos, as suas casas têm paz e a vara de Deus não os fustiga.
Incrível que Jeremias e Jó chegaram a amaldiçoar o dia do seu nascimento e Jeremias desvairadamente amaldiçoa até o pobre homem que anunciou a seu pai que ele havia nascido, e Elias pediu pra si a morte.
É lamentável que hoje muitos filhos de Deus, tanto quanto o foram os personagens bíblicos, ao passarem por situações semelhantes, tenham que exibir a máscara da alegria constante, a impressão de um corpo saudável, uma falsa aparência de prosperidade financeira, de harmonia absoluta no lar por medo de discriminação, críticas, ou serem mais feridos, enquanto consideramos como heróis e grandes em fé apenas aqueles que foram escolhidos por Deus para figurarem nas páginas da bíblia...
O convívio entre irmãos, segundo a palavra, deve ser aprazível, sanador, acolhedor, fortalecedor, onde se partilha cargas pesadas, confessionário,
ministrador de perdão, depositário de lágrimas, construtor de auto-estima,
paterno, materno, libertador de traumas, conselheiro. Jamais uma câmara fria, onde se conservem os nossos irmãos que transgrediram em algum lugar do caminho. Quantos serviços mais forem necessários para o bom andamento da comunidade cristã, devemos prestar como ao próprio Jesus.
Ouvi uma história que achei muito interessante: Um senhor comprando em uma loja percebeu que no bolso da camisa do vendedor havia alguma coisa incompreensivelmente escrita, mas que lhe chamou atenção. Perguntou então ao vendedor o que estava escrito ali. O moço lhe respondeu: "Tenha paciência comigo, Deus ainda não me terminou."
domingo, 3 de agosto de 2008
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