Há muitas experiências que só podem ser feitas no laboratório da própria alma, sem o
que o resultado não compensará.
Ouvimos, várias vezes, advertências sensatas e desejamos pô-las em execução, julgando
sinceramente não ser difícil tal propósito. A vida coloca, porém, determinadas situações
à nossa frente e nos diz: -"eis aí o momento de provares que estás preparado para viver
essa experiência". Então ficamos aterrados. Não conseguimos dominar nossa excitação e
nos desgovernamos.
A vida não se compadece de ninguém, não afasta do nosso caminho as experiências
proveitosas, pois, como mestra amiga que é, sabe que temos obrigação e necessidade
de passar pelas portas que marcam fronteiras de imprevistos, para nos libertarmos daquilo
que atrás dela se oculta e que tanto nos apavora. E ao transpô-la, reclamamos contra a vida.
Não nos esqueçamos de que ela apenas nos ajuda, trazendo-nos situações que nos
colocam frente a frente conosco mesmos e nos mostram nossa verdadeira face, sem a
máscara da mentira, tão bem afivelada, que julgávamos ser nossa real fisionomia.
Companheiros! Não há mais justificativas para vossos desmandos. Não vos escandalizeis
com as advertências do amigo que já partiu do vosso meio e que, livre da matéria, mas
ainda pejado de falhas e ansioso por se libertar, deseja chegar até vós, trazendo as
experiências por que passou; que, como vós, muitas vezes não teve a devida serenidade
para viver seus problemas, e por isto tomou a si a incumbência de trazer, sempre que
possível (até o dia que lhe seja designado voltar a esse magnífico planeta-escola, onde
passou sem grande aproveitamento) um pouco do que conseguiu aprender agora, vendo,
de longe, as conseqüências do tempo tão mal aproveitado...
O que vêm até nós, pessoas ou circunstâncias, agradáveis ou desagradáveis, são
enigmas que devemos decifrar, e o resultado, arquivar na nossa alma como patrimônio nosso.
Se enriquecermos cada experiência com amor, elevando as adversidades à categoria de
lições dignas de figurarem no arquivo universal, chegaremos à compreensão do nosso eu;
teremos conquistado a grande vitória sobre nós mesmos.
É inútil classificar pessoas ou circunstâncias por vocábulos. Se não entendermos, com
um sentimento de compreensão, a mensagem contida em cada um, é melhor silenciarmos.
Que o terreno palmilhado por vós seja semeado por vossas operosas mãos, tornando-se
um caminho de paz a estrada que palmilhardes.
Cada criatura é um vaso contendo determinada essência para ser trabalhada no
laboratório secreto da alma, em forma de experiências contínuas, até se transformar num
poderoso antídoto para os males da humanidade.
Assim como o artista toma entre seus dedos o barro informe, o pincel ou a pena, e com
estes instrumentos consegue dar ao mundo grandes obras de arte e beleza, assim deveis
tomar a vida e fazer das experiências, o vosso material de trabalho, a mais bela obra universal.
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