quarta-feira, 26 de novembro de 2008

No Retoque da Palavra

Seja onde for, não afirme: – “Detesto esse lugar!”
Cada criatura vive na terra dos seus credores.

Ouvindo a frase infeliz, não grite: – “É um desaforo!”
Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.

Atravessando a madureza, não se lamente: – “Já estou cansado”.
Sintoma de exaustão, vontade enferma.

Sentindo a mocidade, não assevere: – ”Preciso gozar a vida!”
Romagem terrestre não é excursão turística.


À frente do amigo endividado, não ameace: – “Hoje ou nunca!”
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.


Ao companheiro menos categorizado, não ordene: – ”Faça isso!”
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.


Perante o doente, não exclame: – ”Pobre coitado!”
Compaixão desatenta, crueldade indireta.


Ao vizinho faltoso, nunca diga: “Dispenso-lhe a amizade.”
Todos somos interdependentes.

Sob o clima da provação, não se queixe: – ”Não suporto mais!”
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.


No cumprimento do dever, não clame: – ”Estou sozinho.”
Ninguém vive desamparado.

Colhido pelo desapontamento, não reclame: – ”Que azar!”
A Lei Divina não chancela imprevistos.


À face do ideal, não se lastime: – “Ninguém me ajuda.”

No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.

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