Observa a flor tenra que desabrocha no jardim de teu lar...
Espírito extasiado, exclamas ante o hóspede frágil que te pede refúgio
ao coração:
— Meu filho! Meu filho!
E sentes o suave mistério do amor que te renova as forças para o
trabalho, enriquecendo a alma, com estímulos santos.
Dessa criaturinha leve e doce que ainda não fala, recolhes
poemas inarticulados de esperança e ternura...
Desse anjo nascituro que ainda não caminha, recebes sugestões
silenciosas de coragem para marchar com destemor, dentro da luta em que
te refazes para a Vida Maior...
Bênçãos inatingíveis do Céu te coroam a fronte, e aprendes a suportar,
com heroísmo, o cálice de fel que o mundo te apresenta e a cultivar a
humildade que te faz mais humano e melhor à frente dos semelhantes...
Contudo, não te esqueças, é ao som dessa música renovadora, que teu
filho será amanhã teu retrato e que nele estamparás teus próprios ideais
e teus próprios impulsos, plasmando-lhe o novo modo de ser.
Sem dúvida, não é um estrangeiro em tua casa, nem um desconhecido
ao teu afeto...
É alguém que chega de longe, como acontece a ti mesmo.
Alguém que te comungou as experiências do passado e que se liga ao
teu caminho pelos laços luminosos do amor ou pelas duras algemas da
aversão.
Recebe-o, assim, com doçura e reconhecimento, mas não olvides o
dever de armá-lo com elevação espiritual necessária ao combate que,
amanhã,
lhe cabe ferir...
Ajuda-o, equilibra-o e ampara-o com o trabalho digno e com o estudo
edificante.
Ama-o e educa-o, oferecendo-lhe o melhor de tua alma, porque,
cumpridas as tuas obrigações no lar, ainda mesmo que teu filho não te
possa compreender a nobreza do sacrifício e a excelsitude da abnegação,
receberás do Eterno Senhor, Nosso Pai Celestial, a bênção da alegria e
da paz, de vez que, diante d’Ele, todos somos filhos e tutelados também.
quinta-feira, 26 de março de 2009
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