sábado, 18 de julho de 2009

Mundo Moderno

Talvez o maior desafio da vida moderna

seja sermos nós mesmos em um mundo

que insiste em modelar nosso jeito de ser.

Querem que deixemos de ser como somos

e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.

Aliás, a própria palavra "pessoa" já é um convite

para que você deixe de ser você.

"Pessoa" vem de "Persona", que significa "máscara".

É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho.

Ou vá para a vida com a sua máscara.

Talvez o sentido do elogio:

"Fulano é uma boa pessoa", signifique na verdade:

"Ele sabe usar muito bem a sua máscara social".

Mas qual o preço de ser bem adaptado?

O número de depressivos, alcoólatras

e suicidas aumenta assustadoramente.

Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico

e síndrome do lazer não param de surgir.

Dizer-se estressado virou lugar-comum

nas conversas entre amigos e familiares.

Esse é o preço.

Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação

que parece perseguir a maioria das pessoas.

Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo

de acordo com a nossa vocação.

E qual o grande modelo da sociedade moderna?

Querer ser o que a maioria finge que é.

Querer viver fazendo o que a maioria faz.

É essa a cruel angústia do nosso tempo:

o medo de ser ultrapassado em uma corrida

que define quem é melhor,

baseada em parâmetros que, no final da pista,

não levam as pessoas a serem felizes.

Quanta gente nós não conhecemos,

que vive correndo atrás de metas sem conseguir

olhar para dentro da sua alma

e se perguntar onde exatamente

deseja chegar ao final da corrida?

Basta voltar os olhos para o passado para ver

as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos,

e, mais que isso, despertou nas pessoas

o desejo de serem elas mesmas.

Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln,

Martin Luther King, Isaac Rabin?

É muito perigoso não ser adaptado!

Essa mesma sociedade que nos engessa

com suas regras de conduta, luta intensamente

para fazer da educação um processo

de produção em massa.

A maioria das nossas escolas trabalha

para formar estudantes capazes

de passar no vestibular.

São poucos os educadores que se perguntam

se estão formando pessoas para assumirem

a sua vocação e a sua forma de ser.

Quantos casos de genialidade que foram excluídos

das escolas porque estavam além

do que o sistema de educação poderia suportar.

Conta-se que um professor de Albert Einstein

chamou seu pai para dizer que o filho

nunca daria para nada,

porque não conseguia se adaptar.

Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca!

O livro "Fernão Capelo Gaivota"

foi recusado por 13 editoras!

O projeto da Disney Word foi recusado por 67 bancos!

Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso

na entrada do parque não daria lucros.

A lista de pessoas que precisaram passar por cima

da rejeição porque não se adaptavam ao esquema

pré-existente é infinita.

A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça

na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço

que lhe cabe será impiedosamente criticado.

Os próprios departamentos de treinamento

da maioria das empresas fazem isso.

Não percebem que treinamento é coisa para cachorros,

macacos, elefantes.

Seres humanos não deveriam ser treinados,

e sim estimulados a dar o melhor de si

em tudo o que fazem.

Resultado: a maioria das pessoas se sente o patinho feio

e imagina que todo o mundo se sente o cisne.

Triste ilusão: quase todo mundo

se sente um patinho feio também.

Ainda há tempo!

Nunca é tarde para se descobrir único.

Nunca é tarde para descobrir que não existe

nem nunca existirá ninguém igual a você.

E ao invés de se tornar mais um patinho,

escolha assumir sua condição inalienável de cisne!

Pense nisso!

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