Se a dor é individual, se o amor é individual, com que direito as pessoas querem escolher o que é melhor para os outros?
Não, não e mil vezes não! Ninguém tem o direito de interferir na felicidade de outra pessoa. Cada qual deve conhecer os limites do seu próprio jardim e também os do vizinho, filhos, pais e amigos.
Medo de que o outro se engane e seja infeliz? Cada qual deve ter sua quota de responsabilidade naquilo que faz ou deixa de fazer, deve ter o direito de experimentar o doce da felicidade e o amargo das decepções, se for preciso. Isso chama-se respeito à individualidade de cada um, dar-lhe o direito de ser e ser completamente, exatamente como desejamos para nós mesmos, exigimos até.
O difícil no relacionamento entre as pessoas é saber até onde deve-se ir. O fio que separa o amor que sentimos e a liberdade do outro de ser e de escolher o que quer ser é frágil, mas ele existe.
Mesmo com todo amor que sentia, com os riscos, perigos e tentações, Deus deixou o homem livre para tocar ou não na árvore, provar ou não do fruto. E não o amou menos por isso, nem renegou.
Ensinou-nos que amar significa cercar o outro de amor, mas sem prendê-lo, sem impedi-lo de respirar e de ser o que deseja ser.
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