Para quem não sabe, faço terapia há quase 10 anos e, felizmente, ainda descubro o quanto tenho a aprender, amadurecer e me transformar. A cada semana, percebo nuances de mim mesma e me vejo tendo de lidar com sentimentos difíceis, atitudes que não quero mais repetir e crenças que preciso reescrever.
Pois bem, nesta semana, enquanto dirigia para a sessão, comecei a entrar em contato com um incômodo que vinha me rondando há alguns dias. Terminei por constatar que a causa era o fato de ter sido chamada de tola, inocente e boba, por pessoas bastante queridas; três vezes num período de dez dias.
A primeira foi uma amiga que me contava sobre a separação dela. Descobriu que o marido vinha mantendo um caso extraconjugal há alguns meses e resolveu romper a relação. Falávamos, inclusive, sobre um de meus últimos artigos - ‘Preconceito ou falta de ética’ - e o quanto algumas pessoas parecem ter perdido a noção de lealdade.
Num determinado momento da conversa, disse a ela que, apesar de todas as mensagens que recebo, de todos os casos que me contam e de eu mesma já ter sido traída, continuo acreditando que existem pessoas fiéis, leais, dispostas a manter um relacionamento baseado na sinceridade, ainda que possam cometer erros.
Ela riu e me disse: ah, Rô, não seja boba. Não existem pessoas fiéis. Todo mundo trai e acha normal. Cada vez mais estou certa disso!. E eu discordei categoricamente, dizendo que no dia em que eu não acreditasse mais nas pessoas, pararia de escrever, porque teria perdido totalmente minha inspiração, meu alimento: o desejo genuíno de sermos bons e felizes!
A segunda foi um amigo que, ao relembrarmos um outro amigo muito próximo de mim, me falou que tinha certeza de que ele usa determinado entorpecente. Levei um susto e disse: claro que não! Somos confidentes e ele já me contou diversas situações da vida dele, mas sempre me garantiu que não usava isso. Inclusive, arrisco-me a dizer que ele pode ter vários defeitos, mas se tem algo que eu nunca o vi fazer, nem comigo e nem com ninguém, foi mentir. E se ele me disse que não usa, acredito nele!.
E meu amigo também riu de mim. Ah, fala sério! Como você é tonta! Só porque ele disse que não usa, você acredita? Talvez ele não faça na sua frente, mas você não está com ele o tempo todo. Além disso, tá na cara que é mentira!.
Ainda arrisquei: Mas você já o viu fazendo isso?. E ele respondeu: não, mas nem preciso. Basta olhar pra ele pra perceber!. Visivelmente irritada, retruquei: pois eu acredito nele e só deixarei de acreditar quando tiver um motivo concreto para isso!.
E a terceira vez, que me fez explodir, foi quando uma outra amiga me contava sobre alguns acontecimentos bizarros dentro de uma empresa conhecida. De repente, ela afirmou que uma pessoa de quem eu gosto demais, e que trabalha lá, havia feito uma escolha que considero antiética.
Imediatamente saí à defesa dela: ela não fez isso, tenho certeza! Já conversamos sobre o assunto e ela me garantiu que não fez!. E de novo fui motivo de riso. Minha amiga me chamou de inocente e disse que acredito demais nas pessoas.
Pois bem! Pensei, refleti, dei ouvidos à minha intuição, cheguei a chorar na sessão de terapia, mas já tenho uma conclusão: posso até ser tola em muitos momentos. Provavelmente sou mesmo inocente em outros. E certamente me comporto feito tonta em algumas circunstncias. Mas o fato é que, diante das pessoas que amo, tenho duas opções: acreditar nelas ou desacreditar delas!
A minha decisão é continuar acreditando até que - se for o caso - elas me dêem motivos concretos e reais para que eu passe a desacreditar. Porque, sinceramente, acredito que existem pessoas boas, fiéis, sinceras, éticas e humanas de verdade.
A única coisa em que, infelizmente, deixei de acreditar faz alguns bons anos é no sistema político do Brasil. Veja bem: não estou dizendo que todo político é corrupto, mas que o sistema está corrompido. E ainda assim, se me derem motivos concretos para voltar a acreditar num sistema eficiente e honesto, não pensarei duas vezes: acreditarei!
Portanto, declaro a quem possa interessar que me junto a Peter Pan, à Wendy e todos os seus amigos para gritarmos bem alto: Eu acredito em Fadas! Acredito! Acredito!...
Pois se cada vez que alguém diz ‘Eu não acredito em fadas’, uma pequenina fada cai morta no chão, estou certa de que cada vez que alguém diz que não acredita em pessoas sinceras, um coração sincero morre, em algum lugar do mundo!
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Difícil ser transparente?
Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil
ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente
é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros
que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente
é permitir que toda a nossa doçura aflore,
desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão
à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta
às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana
por respostas imediatas
à simplesmente nos entregar e admitir
que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir
uma máscara que nos distancia cada vez mais
de quem realmente somos,
preferimos assim:
manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais
em falsas palavras, em falsas atitudes,
em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos,
um vazio frio e escuro nos faz perceber
que já não sabemos dar e nem pedir
o que de mais precioso temos a compartilhar,
doçura, compaixão...
a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós,
imensamente tristes e
choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete a uma saudade
desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem de mostrar
à aqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos
que é melhor revidar, descontar, agredir,
acusar, criticar e julgar
do que simplesmente dizer:
"você está me machucando... pode parar, por favor?"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada,
não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto,
que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração,
não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,
apesar de todo o risco que isso possa significar.
ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente
é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros
que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente
é permitir que toda a nossa doçura aflore,
desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão
à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta
às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana
por respostas imediatas
à simplesmente nos entregar e admitir
que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir
uma máscara que nos distancia cada vez mais
de quem realmente somos,
preferimos assim:
manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais
em falsas palavras, em falsas atitudes,
em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos,
um vazio frio e escuro nos faz perceber
que já não sabemos dar e nem pedir
o que de mais precioso temos a compartilhar,
doçura, compaixão...
a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós,
imensamente tristes e
choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete a uma saudade
desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem de mostrar
à aqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos
que é melhor revidar, descontar, agredir,
acusar, criticar e julgar
do que simplesmente dizer:
"você está me machucando... pode parar, por favor?"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada,
não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto,
que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração,
não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,
apesar de todo o risco que isso possa significar.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Tá doendo?!? Então, solta!
Sabe quando você vive uma situação difícil, angustiante e que te incomoda? Quando você não sabe o que dizer, o que fazer ou como agir para que a dor passe ou ao menos diminua?
Pois vou te contar o que tenho descoberto, por experiência própria! Em primeiro lugar, observe a situação toda e, sobretudo, observe a si mesmo e os seus comportamentos.
Errou? Tente consertar e, de qualquer modo, peça desculpas!
Fez ou falou o que não devia? Explique-se, seja sincero, não tente esconder seu engano ou fingir que nada aconteceu... Valide a dor do outro, sempre.
Ta difícil conseguir uma nova chance? Dê um tempo. Espere... Às vezes, algumas noites bem dormidas e alguns dias sem a imposição de sua presença ou a insistência de suas tentativas são preponderantes para que os sentimentos bons sejam resgatados e para que um coração possa ser reconquistado.
Por fim, fez tudo isso e não deu certo? Não rolou? A pessoa até te perdoou, mas a massa desandou, a história se perdeu, os desejos esfriaram?!?
Você se sente inconformado, esmagado pelo arrependimento, atordoado pela tristeza do que poderia ter sido e não foi? Tem a sensação de que estragou tudo? Não sabe mais o que fazer para parar de doer? Acredite, só tem um jeito: solta!
A dor é consequência de um apego inútil! Deixa ir... Deixa rolar... Se você já fez o que podia fazer, tentou e não deu, confie na vida, confie no Universo e siga em frente. Pare de se lamentar, pare de se debater e de se perder cada vez mais, e tenha a certeza absoluta de que o que tiver de ser, será!
Quando essa certeza chega, é impressionante: a gente simplesmente relaxa e solta! E quando solta, a dor começa a diminuir, e a gente começa a compreender que está tudo certo, mesmo quando não temos a menor idéia de que "certo" é esse. Mas quando menos esperamos, tudo fica absolutamente claro!
Não se trata de desistir, mas de confiar! Isso é o que se chama "FÉ"! Isso é o que desejo a mim e a você, quando algo estiver doendo em nós...
Pois vou te contar o que tenho descoberto, por experiência própria! Em primeiro lugar, observe a situação toda e, sobretudo, observe a si mesmo e os seus comportamentos.
Errou? Tente consertar e, de qualquer modo, peça desculpas!
Fez ou falou o que não devia? Explique-se, seja sincero, não tente esconder seu engano ou fingir que nada aconteceu... Valide a dor do outro, sempre.
Ta difícil conseguir uma nova chance? Dê um tempo. Espere... Às vezes, algumas noites bem dormidas e alguns dias sem a imposição de sua presença ou a insistência de suas tentativas são preponderantes para que os sentimentos bons sejam resgatados e para que um coração possa ser reconquistado.
Por fim, fez tudo isso e não deu certo? Não rolou? A pessoa até te perdoou, mas a massa desandou, a história se perdeu, os desejos esfriaram?!?
Você se sente inconformado, esmagado pelo arrependimento, atordoado pela tristeza do que poderia ter sido e não foi? Tem a sensação de que estragou tudo? Não sabe mais o que fazer para parar de doer? Acredite, só tem um jeito: solta!
A dor é consequência de um apego inútil! Deixa ir... Deixa rolar... Se você já fez o que podia fazer, tentou e não deu, confie na vida, confie no Universo e siga em frente. Pare de se lamentar, pare de se debater e de se perder cada vez mais, e tenha a certeza absoluta de que o que tiver de ser, será!
Quando essa certeza chega, é impressionante: a gente simplesmente relaxa e solta! E quando solta, a dor começa a diminuir, e a gente começa a compreender que está tudo certo, mesmo quando não temos a menor idéia de que "certo" é esse. Mas quando menos esperamos, tudo fica absolutamente claro!
Não se trata de desistir, mas de confiar! Isso é o que se chama "FÉ"! Isso é o que desejo a mim e a você, quando algo estiver doendo em nós...
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Difícil ser transparente?
Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil
ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente
é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros
que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente
é permitir que toda a nossa doçura aflore,
desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão
à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta
às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana
por respostas imediatas
à simplesmente nos entregar e admitir
que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir
uma máscara que nos distancia cada vez mais
de quem realmente somos,
preferimos assim:
manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais
em falsas palavras, em falsas atitudes,
em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos,
um vazio frio e escuro nos faz perceber
que já não sabemos dar e nem pedir
o que de mais precioso temos a compartilhar,
doçura, compaixão...
a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós,
imensamente tristes e
choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete a uma saudade
desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem de mostrar
à aqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos
que é melhor revidar, descontar, agredir,
acusar, criticar e julgar
do que simplesmente dizer:
"você está me machucando... pode parar, por favor?"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada,
não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto,
que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração,
não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,
apesar de todo o risco que isso possa significar.
ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente
é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros
que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente
é permitir que toda a nossa doçura aflore,
desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão
à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta
às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana
por respostas imediatas
à simplesmente nos entregar e admitir
que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir
uma máscara que nos distancia cada vez mais
de quem realmente somos,
preferimos assim:
manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais
em falsas palavras, em falsas atitudes,
em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos,
um vazio frio e escuro nos faz perceber
que já não sabemos dar e nem pedir
o que de mais precioso temos a compartilhar,
doçura, compaixão...
a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós,
imensamente tristes e
choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete a uma saudade
desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem de mostrar
à aqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos
que é melhor revidar, descontar, agredir,
acusar, criticar e julgar
do que simplesmente dizer:
"você está me machucando... pode parar, por favor?"
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada,
não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto,
que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração,
não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,
apesar de todo o risco que isso possa significar.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Fragmentos de um Coração
Era uma vez um homem, centrado em suas verdades, falava através do silêncio. Mas na transparência e na quietude de suas palavras, feito canção que se compõe entre os olhares dos apaixonados, surgiam versos como surge o perfume das flores.
Ainda que existisse, tantas vezes se perguntava se ele era real. Amava por inteiro; queria ser amado, mas sem exigir sentimentos. Para ele, o amor só valia quando causava alegria. Era de um tanto dedicado que perturbava aqueles que não sabem receber o amor. Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse mais por não deixar-se desvendar...
Era homem, feito anjo; sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira, através das coisas que sentia...
Mas, além disso, sabia fazer voar, através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem, talvez nem fosse um anjo...
Certamente isso é uma fábula para quem não acredita em anjos ou em arco-íris ou mesmo em amor...
Não há um único nome. Existem vários. Aos homens, todos os outros homens, ele era, mesmo sem saber, uma parte dentro de cada um. Seu nome era coração.
Ainda que existisse, tantas vezes se perguntava se ele era real. Amava por inteiro; queria ser amado, mas sem exigir sentimentos. Para ele, o amor só valia quando causava alegria. Era de um tanto dedicado que perturbava aqueles que não sabem receber o amor. Porque não é simples recebê-lo.
Mas talvez perturbasse mais por não deixar-se desvendar...
Era homem, feito anjo; sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira, através das coisas que sentia...
Mas, além disso, sabia fazer voar, através dos sentimentos que oferecia.
Talvez não fosse um homem, talvez nem fosse um anjo...
Certamente isso é uma fábula para quem não acredita em anjos ou em arco-íris ou mesmo em amor...
Não há um único nome. Existem vários. Aos homens, todos os outros homens, ele era, mesmo sem saber, uma parte dentro de cada um. Seu nome era coração.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Você sofre para aprender ou para se perder ou simplesmente não sofre?
Que todo mundo sofre, a gente pode imaginar.
Sinceramente, creio que não haja sequer um ser vivo nesta dimensão que não sofra.
Jesus Cristo sofreu, Dalai Lama sofreu, Bin Laden sofre, Angelina Jolie e Brad Pitt sofrem, Bill Gates sofre, Xuxa sofre, eu sofro e suponho que você também...
Então, esse danado de sofrimento tem de servir para algo de bom!
Mas depende de nós, de como reagimos à dor, de como encaramos os momentos de angústia e aflição...
Aprender a transformar a dor em amadurecimento é uma tarefa que exige topete, como diria minha avó!
E parto do princípio de que existem três caminhos para lidar com ela, sendo que apenas um deles pode nos conduzir a uma condição realmente válida: a transformação do sofrimento em consciência e, conseqüentemente, em felicidade:
1- Fingir que não estamos sofrendo, desconectarmos-nos da dor, vestirmos uma armadura e simplesmente não entrarmos em contato com aquilo que nos machuca e nos faz perceber o quanto não sabemos lidar com a situação e, portanto, o quanto ainda temos o que aprender...
2- Sofrer exageradamente, descabidamente, nos perdendo e nos desrespeitando; passarmos a implorar pela atenção e pela piedade do outro; ignorar nossa auto-estima e, por fim, mais do que nos despedaçarmos para depois nos recompor, permitir que a dor nos faça desmanchar, até que já não mais saibamos quem realmente somos...
3- Sofrer intensa e dignamente, até compreender e assimilar que a dor é um aprendizado, um amadurecimento, um convite ao mundo de gente grande; usar a dor para evoluir, fazer diferente, reconhecer nossas limitações e transcendê-las...
Claro que a terceira opção é a mais difícil; é como arrancar a ferida sem anestesia, porque não há remédio que alivie; é fundamental sentir o que há para ser sentido, sem mascarar, sem amortecer.
Sendo assim, só existe uma coisa a fazer: encarar a si mesmo e sofrer até que desabroche o grande ensinamento.
Eis aí a mais pura e eficiente sabedoria.
Todos os problemas resolvidos?
De forma alguma.
A vida é cíclica.
O universo é perfeito; e se aqui estamos para nos tornarmos melhores, haveremos de entrar no ritmo de uma dança que intercala alegria e tristeza, amor e indiferença, equívocos e acertos, dor e felicidade, num compasso que pede, enfim, cada vez mais felicidade e menos dor!
Como?
Estando atentos todos os dias.
Admitindo os erros e nos acolhendo.
Reconhecendo o crescimento e festejando.
Olhando para isso tudo do modo mais carinhoso que conseguirmos, sem desistir: o trabalho é de formiga, dia a dia, passo a passo, sem nunca parar...
É assim: a gente repete o erro várias e várias vezes, porque uma coisa é saber e a outra é sentir e fazer...
Primeiro a gente descobre que está fazendo errado; aí tenta fazer o certo, mas ainda não sente e erra de novo.
Até que, um belo dia, a gente acorda e pensa: por que é que estou fazendo isso desse jeito?
Cai a ficha, finalmente, e daí não tem mais jeito, a gente acerta, acerta, acerta...
Só que, num outro belo dia, algo acontece e a gente se fragiliza e quando vê, está lá, errando de novo.
E assim caminha a humanidade...
O segredo?
Acertar mais vezes do que errar, porque acertar sempre é impossível.
É por isso que o caminho não tem fim, porque a gente nunca sabe tudo...
Num dia, está lá em cima, noutro dia, lá em baixo...
É o paradoxo que nos dá a noção do que realmente desejamos...
Por essas e outras, mais do que se culpar ou se afogar em lágrimas deliberadamente, procure saber e sentir, viver e agir, amar e, a despeito dos inevitáveis enganos, tentar de novo e nunca desistir, porque o objetivo é ser melhor e ser feliz!
Sinceramente, creio que não haja sequer um ser vivo nesta dimensão que não sofra.
Jesus Cristo sofreu, Dalai Lama sofreu, Bin Laden sofre, Angelina Jolie e Brad Pitt sofrem, Bill Gates sofre, Xuxa sofre, eu sofro e suponho que você também...
Então, esse danado de sofrimento tem de servir para algo de bom!
Mas depende de nós, de como reagimos à dor, de como encaramos os momentos de angústia e aflição...
Aprender a transformar a dor em amadurecimento é uma tarefa que exige topete, como diria minha avó!
E parto do princípio de que existem três caminhos para lidar com ela, sendo que apenas um deles pode nos conduzir a uma condição realmente válida: a transformação do sofrimento em consciência e, conseqüentemente, em felicidade:
1- Fingir que não estamos sofrendo, desconectarmos-nos da dor, vestirmos uma armadura e simplesmente não entrarmos em contato com aquilo que nos machuca e nos faz perceber o quanto não sabemos lidar com a situação e, portanto, o quanto ainda temos o que aprender...
2- Sofrer exageradamente, descabidamente, nos perdendo e nos desrespeitando; passarmos a implorar pela atenção e pela piedade do outro; ignorar nossa auto-estima e, por fim, mais do que nos despedaçarmos para depois nos recompor, permitir que a dor nos faça desmanchar, até que já não mais saibamos quem realmente somos...
3- Sofrer intensa e dignamente, até compreender e assimilar que a dor é um aprendizado, um amadurecimento, um convite ao mundo de gente grande; usar a dor para evoluir, fazer diferente, reconhecer nossas limitações e transcendê-las...
Claro que a terceira opção é a mais difícil; é como arrancar a ferida sem anestesia, porque não há remédio que alivie; é fundamental sentir o que há para ser sentido, sem mascarar, sem amortecer.
Sendo assim, só existe uma coisa a fazer: encarar a si mesmo e sofrer até que desabroche o grande ensinamento.
Eis aí a mais pura e eficiente sabedoria.
Todos os problemas resolvidos?
De forma alguma.
A vida é cíclica.
O universo é perfeito; e se aqui estamos para nos tornarmos melhores, haveremos de entrar no ritmo de uma dança que intercala alegria e tristeza, amor e indiferença, equívocos e acertos, dor e felicidade, num compasso que pede, enfim, cada vez mais felicidade e menos dor!
Como?
Estando atentos todos os dias.
Admitindo os erros e nos acolhendo.
Reconhecendo o crescimento e festejando.
Olhando para isso tudo do modo mais carinhoso que conseguirmos, sem desistir: o trabalho é de formiga, dia a dia, passo a passo, sem nunca parar...
É assim: a gente repete o erro várias e várias vezes, porque uma coisa é saber e a outra é sentir e fazer...
Primeiro a gente descobre que está fazendo errado; aí tenta fazer o certo, mas ainda não sente e erra de novo.
Até que, um belo dia, a gente acorda e pensa: por que é que estou fazendo isso desse jeito?
Cai a ficha, finalmente, e daí não tem mais jeito, a gente acerta, acerta, acerta...
Só que, num outro belo dia, algo acontece e a gente se fragiliza e quando vê, está lá, errando de novo.
E assim caminha a humanidade...
O segredo?
Acertar mais vezes do que errar, porque acertar sempre é impossível.
É por isso que o caminho não tem fim, porque a gente nunca sabe tudo...
Num dia, está lá em cima, noutro dia, lá em baixo...
É o paradoxo que nos dá a noção do que realmente desejamos...
Por essas e outras, mais do que se culpar ou se afogar em lágrimas deliberadamente, procure saber e sentir, viver e agir, amar e, a despeito dos inevitáveis enganos, tentar de novo e nunca desistir, porque o objetivo é ser melhor e ser feliz!
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Procura-se beijos que satisfaçam!
A impressão que tenho é de que estamos todos tentando satisfazer um mesmo desejo, porém de maneira tão individualista e ansiosa que percebemos a noção do que realmente importa.
Assim, a carência afetiva tem se transformado numa verdadeira epidemia.
Vivemos num mundo onde tudo o que fazemos nos induz a ter cada vez mais.
Um celular novo, um sapato de outra cor, uma jaqueta diferente, uma viagem em suaves prestações...
E enquanto isso, nos sentimos cada vez mais vazios.
Nossa voz interna faz um eco que chega a doer; e tudo o que poderia nos fazer sentirmos melhores seria apenas um pouco de carinho.
A carência é tão grande, a sensação de solidão é tão forte que nos dispomos a pagar por companhia, por uma remota possibilidade de conseguir um pouco de carinho.
Talvez você argumente: de forma alguma, eu nunca saí com uma garota ou um garoto de programa; jamais pagaria para ter carinho!
Pois é, mas não é de dinheiro que estou falando.
Estou falando das escolhas que fazemos, indiscriminadamente, em busca de afeto; das relações sexuais fáceis e fugazes, da liberação desenfreada de intimidade, da cama que chega às relações muito antes de uma apresentação de corações...
Expomos nossos corpos, mas escondemos nossos sentimentos de qualquer maneira!
Ou, ao contrário de tudo isso, estou falando da amargura e do mau-humor que toma conta daqueles que não fazem nada disso, que se fecham feito ostras, criticando e maldizendo quem se entrega, quem transa, quem sai em busca de afeto a qualquer preço...
Enfim, os extremos demonstram exatamente o quanto pagamos.
De uma forma ou de outra, estamos pagando pelo carinho que não damos e pelo carinho que, muitas vezes, não nos permitimos receber.
Ou seja, se sexo realmente fosse tão bom, poderoso e suficiente quanto prometem as revistas femininas, as cenas equivocadamente exageradas das novelas ou os sites eróticos, estaríamos satisfeitos, não é?
Mas não estamos, definitivamente não estamos!
Sabe por que?
Porque falta conteúdo nestas atitudes, nestes encontros.
Não se trata de julgamento de valor nem de pudor hipócrita.
Não se trata de contar quantas vezes já esteve com alguém para saber se já pode transar sem ser chamada de fácil...
Trata-se de disponibilidade para dar e receber afeto de verdade, sem contabilizar, sem morrer de medo de parecer tolo; sem ser, de fato, pegajoso ou insensível, apenas encontrar a sua medida, o seu verdadeiro desejo de compartilhar o seu melhor!
Muito mais do que orgasmos múltiplos, precisamos urgentemente de um abraço que encosta coração com coração, de um simples deslizar de mãos em nosso rosto, de um encontro de corpos que desejam, sobretudo, fazer o outro se sentir querido, vivo.
Tocar o outro é acordar as suas células, é revivescer seus poros, é oferecer um alento, uma esperança, um pouco de humanidade, tão escassa em nossas relações.
Talvez você pense: mas eu não tenho ninguém que esteja disposto a fazer isso comigo, a me dar este presente.
Pois é.
Esta é a matemática mais enganosa e catastrófica sob a qual temos vivido.
Quem disse que você precisa ficar à espera de alguém que faça isso por você?
Não!
Você não precisa, acredite!
De pessoas à espera de soluções o mundo está farto!
Precisamos daqueles que estão dispostos a serem a solução!
Portanto, se você quer vivenciar o amor, torne-se o próprio amor, o próprio carinho, a própria carícia.
Torne-se a diferença na vida daqueles com quem você se relaciona, para quem você se disponibiliza.
A partir de hoje, ao invés de sair por aí dizendo que vai beijar muito, concentre-se na sua capacidade de dar afeto e surpreenda-se com o resultado.
Beije sim, sem se preocupar se é muito ou pouco.
Beijar é bom, muito bom, sem dúvida; mas empenhe-se antes em trocar afeto, em se relacionar exercitando o respeito pelo outro, o respeito por si mesmo e estou certa de que os encontros valerão muito mais a pena!
Assim, a carência afetiva tem se transformado numa verdadeira epidemia.
Vivemos num mundo onde tudo o que fazemos nos induz a ter cada vez mais.
Um celular novo, um sapato de outra cor, uma jaqueta diferente, uma viagem em suaves prestações...
E enquanto isso, nos sentimos cada vez mais vazios.
Nossa voz interna faz um eco que chega a doer; e tudo o que poderia nos fazer sentirmos melhores seria apenas um pouco de carinho.
A carência é tão grande, a sensação de solidão é tão forte que nos dispomos a pagar por companhia, por uma remota possibilidade de conseguir um pouco de carinho.
Talvez você argumente: de forma alguma, eu nunca saí com uma garota ou um garoto de programa; jamais pagaria para ter carinho!
Pois é, mas não é de dinheiro que estou falando.
Estou falando das escolhas que fazemos, indiscriminadamente, em busca de afeto; das relações sexuais fáceis e fugazes, da liberação desenfreada de intimidade, da cama que chega às relações muito antes de uma apresentação de corações...
Expomos nossos corpos, mas escondemos nossos sentimentos de qualquer maneira!
Ou, ao contrário de tudo isso, estou falando da amargura e do mau-humor que toma conta daqueles que não fazem nada disso, que se fecham feito ostras, criticando e maldizendo quem se entrega, quem transa, quem sai em busca de afeto a qualquer preço...
Enfim, os extremos demonstram exatamente o quanto pagamos.
De uma forma ou de outra, estamos pagando pelo carinho que não damos e pelo carinho que, muitas vezes, não nos permitimos receber.
Ou seja, se sexo realmente fosse tão bom, poderoso e suficiente quanto prometem as revistas femininas, as cenas equivocadamente exageradas das novelas ou os sites eróticos, estaríamos satisfeitos, não é?
Mas não estamos, definitivamente não estamos!
Sabe por que?
Porque falta conteúdo nestas atitudes, nestes encontros.
Não se trata de julgamento de valor nem de pudor hipócrita.
Não se trata de contar quantas vezes já esteve com alguém para saber se já pode transar sem ser chamada de fácil...
Trata-se de disponibilidade para dar e receber afeto de verdade, sem contabilizar, sem morrer de medo de parecer tolo; sem ser, de fato, pegajoso ou insensível, apenas encontrar a sua medida, o seu verdadeiro desejo de compartilhar o seu melhor!
Muito mais do que orgasmos múltiplos, precisamos urgentemente de um abraço que encosta coração com coração, de um simples deslizar de mãos em nosso rosto, de um encontro de corpos que desejam, sobretudo, fazer o outro se sentir querido, vivo.
Tocar o outro é acordar as suas células, é revivescer seus poros, é oferecer um alento, uma esperança, um pouco de humanidade, tão escassa em nossas relações.
Talvez você pense: mas eu não tenho ninguém que esteja disposto a fazer isso comigo, a me dar este presente.
Pois é.
Esta é a matemática mais enganosa e catastrófica sob a qual temos vivido.
Quem disse que você precisa ficar à espera de alguém que faça isso por você?
Não!
Você não precisa, acredite!
De pessoas à espera de soluções o mundo está farto!
Precisamos daqueles que estão dispostos a serem a solução!
Portanto, se você quer vivenciar o amor, torne-se o próprio amor, o próprio carinho, a própria carícia.
Torne-se a diferença na vida daqueles com quem você se relaciona, para quem você se disponibiliza.
A partir de hoje, ao invés de sair por aí dizendo que vai beijar muito, concentre-se na sua capacidade de dar afeto e surpreenda-se com o resultado.
Beije sim, sem se preocupar se é muito ou pouco.
Beijar é bom, muito bom, sem dúvida; mas empenhe-se antes em trocar afeto, em se relacionar exercitando o respeito pelo outro, o respeito por si mesmo e estou certa de que os encontros valerão muito mais a pena!
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Para ser enganado, preencha este cupom com seus dados!
Que cupom?
Como assim?
Por que eu quereria ser enganado?
Tomara que você tenha se feito perguntas parecidas com essas ao ler o título deste artigo.
Afinal, será mesmo que alguém, em sã consciência, gostaria de ser enganado?
Parto do princípio que não!
A grande maioria de nós inicia relações, sejam de parceria profissional, amizade, namoro ou sob qualquer outro nome, desejando que a base delas seja, entre outros predicados, a sinceridade!
Aliás, um dos adjetivos que mais valorizamos numa pessoa é justamente a sua capacidade de dizer a verdade!
No entanto, haveremos de descobrir, ao longo de inúmeras experiências que vivermos, que a mente mente!
Ou seja, nosso complexo e ainda misterioso cérebro, um emaranhado de consciência e inconsciência, cria mecanismos de defesa ou estratégias de ataque que podem ser, antes de mais nada, perigosas e eficientes armadilhas.
Uma delas e mais comum do que imaginamos, é uma espécie de pedido para sermos enganados.
Pedimos?
Sim, pedimos, mesmo sem termos a menor noção de que estamos fazendo isso.
Na ânsia de amenizar certos sentimentos como solidão, baixa auto-estima, carência ou experimentar certas sensações como aceitação, acolhimento, segurança, criamos uma realidade que, na verdade, não existe!
Projetamos em alguém ou numa situação aquilo que gostaríamos de viver e sentir, e julgamos, ingênua e equivocadamente, que nosso desejo se tornou real e a vida nos presenteou com a chance de, finalmente, sermos felizes.
É a armadilha da idealização: passamos a viver uma história ideal, criada e alimentada por aqueles sentimentos e sensações que citei antes, do jeitinho que sempre desejamos que ela fosse; e embebedados por nós mesmos, nos recusamos a enxergar a história como ela realmente é.
Nossa mente passa a perceber, sentir e concluir não a partir do que está acontecendo de verdade, mas a partir de uma projeção deste ideal, ou seja, de uma ilusão...
Dependendo do quanto os envolvidos nessa nossa ilusão também a alimenta, e também dependendo do tempo que demoramos a cair na real, os estragos podem ser grandes.
Aqui cabe muito bem o ditado quanto mais alto, maior o tombo.
Como não preencher o cupom?
Como não idealizar?
Como não se enganar ou não permitir que alguém o engane?
Bem, tudo começa na coragem.
Todos nós podemos ser corajosos, mesmo quando estamos com medo.
Coragem não é a ausência do medo e sim o reconhecimento de nossa capacidade de superação.
Claro que não é fácil lidar com solidão, carência, baixa auto-estima, insegurança, entre outros sentimentos que nos colocam frente a frente com nossas limitações, mas com dedicação e persistência, podemos aprender e temos a vida toda para isso, embora seja prudente começarmos o quanto antes!
No mais, se você está com a sensação de ter se enganado ou de ter sido enganado mais vezes do que gostaria, perceba os sinais.
Se a sua voz interior ou intuição lhe disser, em alguns momentos, para você ir com calma, vá com calma!
Se as pessoas que amam você lhe alertarem para as improbabilidades desta situação, mantenha-se alerta!
Se a situação vivida lhe parecer a cura que caiu do céu, que vai lhe salvar de todas as suas angústias, questione-se: será que você não está fugindo de si mesmo?
Será que não está evitando ter de enfrentar suas dores, preferindo um atalho que parece lhe conduzir a uma felicidade bem mais rápida?
E fique com o coração bem aberto, a resposta virá!
Talvez você descubra que o que poderia ter se configurado como uma grande enganação é, na verdade, a oportunidade de aprender algo muito precioso.
Mas se, infelizmente, descobrir que é tarde demais e que você realmente se deixou enganar, corra atrás do prejuízo, rasgue o cupom preenchido e encha-se de coragem para abandonar o lugar de vítima e tornar-se dono de sua própria história.
Como assim?
Por que eu quereria ser enganado?
Tomara que você tenha se feito perguntas parecidas com essas ao ler o título deste artigo.
Afinal, será mesmo que alguém, em sã consciência, gostaria de ser enganado?
Parto do princípio que não!
A grande maioria de nós inicia relações, sejam de parceria profissional, amizade, namoro ou sob qualquer outro nome, desejando que a base delas seja, entre outros predicados, a sinceridade!
Aliás, um dos adjetivos que mais valorizamos numa pessoa é justamente a sua capacidade de dizer a verdade!
No entanto, haveremos de descobrir, ao longo de inúmeras experiências que vivermos, que a mente mente!
Ou seja, nosso complexo e ainda misterioso cérebro, um emaranhado de consciência e inconsciência, cria mecanismos de defesa ou estratégias de ataque que podem ser, antes de mais nada, perigosas e eficientes armadilhas.
Uma delas e mais comum do que imaginamos, é uma espécie de pedido para sermos enganados.
Pedimos?
Sim, pedimos, mesmo sem termos a menor noção de que estamos fazendo isso.
Na ânsia de amenizar certos sentimentos como solidão, baixa auto-estima, carência ou experimentar certas sensações como aceitação, acolhimento, segurança, criamos uma realidade que, na verdade, não existe!
Projetamos em alguém ou numa situação aquilo que gostaríamos de viver e sentir, e julgamos, ingênua e equivocadamente, que nosso desejo se tornou real e a vida nos presenteou com a chance de, finalmente, sermos felizes.
É a armadilha da idealização: passamos a viver uma história ideal, criada e alimentada por aqueles sentimentos e sensações que citei antes, do jeitinho que sempre desejamos que ela fosse; e embebedados por nós mesmos, nos recusamos a enxergar a história como ela realmente é.
Nossa mente passa a perceber, sentir e concluir não a partir do que está acontecendo de verdade, mas a partir de uma projeção deste ideal, ou seja, de uma ilusão...
Dependendo do quanto os envolvidos nessa nossa ilusão também a alimenta, e também dependendo do tempo que demoramos a cair na real, os estragos podem ser grandes.
Aqui cabe muito bem o ditado quanto mais alto, maior o tombo.
Como não preencher o cupom?
Como não idealizar?
Como não se enganar ou não permitir que alguém o engane?
Bem, tudo começa na coragem.
Todos nós podemos ser corajosos, mesmo quando estamos com medo.
Coragem não é a ausência do medo e sim o reconhecimento de nossa capacidade de superação.
Claro que não é fácil lidar com solidão, carência, baixa auto-estima, insegurança, entre outros sentimentos que nos colocam frente a frente com nossas limitações, mas com dedicação e persistência, podemos aprender e temos a vida toda para isso, embora seja prudente começarmos o quanto antes!
No mais, se você está com a sensação de ter se enganado ou de ter sido enganado mais vezes do que gostaria, perceba os sinais.
Se a sua voz interior ou intuição lhe disser, em alguns momentos, para você ir com calma, vá com calma!
Se as pessoas que amam você lhe alertarem para as improbabilidades desta situação, mantenha-se alerta!
Se a situação vivida lhe parecer a cura que caiu do céu, que vai lhe salvar de todas as suas angústias, questione-se: será que você não está fugindo de si mesmo?
Será que não está evitando ter de enfrentar suas dores, preferindo um atalho que parece lhe conduzir a uma felicidade bem mais rápida?
E fique com o coração bem aberto, a resposta virá!
Talvez você descubra que o que poderia ter se configurado como uma grande enganação é, na verdade, a oportunidade de aprender algo muito precioso.
Mas se, infelizmente, descobrir que é tarde demais e que você realmente se deixou enganar, corra atrás do prejuízo, rasgue o cupom preenchido e encha-se de coragem para abandonar o lugar de vítima e tornar-se dono de sua própria história.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Só não se esqueça de que o outro te vê como você se mostra!
A maioria de nós já caiu numa armadilha aparentemente banal, mas que é, na verdade, bastante perigosa: a de acreditar que o outro sabe quem somos sem que tenhamos de nos mostrar a ele...
Em decorrência desta crença, muitas pessoas têm vivido experiências frustrantes e amargado sentimentos de tristeza e decepção sem ao menos compreender o que é que fizeram de errado.
O problema é que temos nos perdido entre pensamentos e emoções, fantasias e realidade, especialmente quando o tema é relacionamento, romance e o desejo genuíno de sermos aceitos e queridos pelo outro.
Achamos, equivocadamente, que o outro deve perceber, de alguma forma, o que queremos com ele, o que esperamos da relação ou de uma situação específica.
Por algum motivo que ainda não sei exatamente qual é, simplesmente acreditamos que não precisamos nos mostrar para a pessoa por quem estamos interessados como nos mostramos para um amigo íntimo, por exemplo.
Não estou dizendo que o outro tem de saber absolutamente tudo o que pensamos e sentimos, mas precisa sim, com toda a certeza, enxergar aquilo que desejamos que ele reconheça em nós.
E só existe um modo de fazer isso acontecer: mostrando-nos, falando, deixando claro, seja através de atitudes, comportamentos sutis ou palavras.
Acontece que vivemos na era das formas prontas.
Além das medidas físicas, das roupas, dos cabelos preestabelecidos, e além da busca insana por botox, silicone, academia, dietas, entre outros exageros cometidos sem o mínimo de consciência real, resolvemos apostar que precisamos nos comportar como o parceiro ideal, aparentemente perfeito.
E tentamos, a todo custo, nos moldar a este formato inventado sabe-se lá por quem...
Outro dia, numa mesa de bar com uns amigos, falávamos sobre casar, namorar, ter filhos, ficar, beijar entre outros atos que demonstram vontade de estar com alguém.
E a impressão que me deu, ao voltar para casa, é que quase ninguém se assume.
Quer tudo isso, mas por alguma razão estúpida e incoerente, resolveu acreditar que o bonito é não querer, é não demonstrar suas verdadeiras intenções, como se a relação fosse um jogo de enigmas a serem desvendados.
Aos amigos, ainda se atrevem a revelar seus sentimentos e desejos, mas basta que alguém se aproxime para que rapidamente vistam a fantasia de desencanados, livres e independentes.
Só faltam dizer com todas as letras: estou muito bem sozinho, obrigado!
E daí, é só observar: quanto mais a pessoa tenta esconder o que quer, mais seus desejos escapam sem que ela perceba.
Assim, embora sustentem com relativa facilidade o estilo não estou nem aí para você, dois dias depois estão ligando sem parar, cobrando a presença do outro, fazendo de tudo para que os encontros continuem e lá se foi toda a pose, dando lugar a uma atitude pedante, autônoma, sem a menor noção de que tudo isso está apenas deixando claro o quanto não precisamos fazer tanta força para parecermos algo que não somos, para corresponder a uma imagem que, em última instância, não existe, não é condizente com o coração humano.
Portanto, se você quer que o outro saiba que você sente vontade de se casar, de ter uma família, de viver um romance, de ter filhos, de se relacionar comprometidamente ou, por outro lado, que você não sente vontade de nada disso neste momento, mostre, fale, deixe claro!
Obviamente vai correr o risco de vê-lo ir embora, mas ao menos terá sido coerente com o que verdadeiramente quer.
É muito mais fácil e honesto admitirmos que temos medo de não agradar, de assustar o outro ou de parecer cafonas ou antiquados, mas chega de agirmos de forma subterfugia, parcial, mascarada.
Chega de agirmos arbitrariamente, imprimindo no outro impressões falsas sobre nós, que não correspondem com o que realmente carregamos em nosso coração.
No final das contas, é justamente essa mistura entre a imprecisão e a espontaneidade, a cautela e a vontade, o desejo e o medo do desconhecido que torna o amor uma alquimia imperdível.
Com um pouco mais de ousadia e coragem, experimente mostrar quem você é e quem sabe você surpreenda mais do que imaginava ser capaz!
Em decorrência desta crença, muitas pessoas têm vivido experiências frustrantes e amargado sentimentos de tristeza e decepção sem ao menos compreender o que é que fizeram de errado.
O problema é que temos nos perdido entre pensamentos e emoções, fantasias e realidade, especialmente quando o tema é relacionamento, romance e o desejo genuíno de sermos aceitos e queridos pelo outro.
Achamos, equivocadamente, que o outro deve perceber, de alguma forma, o que queremos com ele, o que esperamos da relação ou de uma situação específica.
Por algum motivo que ainda não sei exatamente qual é, simplesmente acreditamos que não precisamos nos mostrar para a pessoa por quem estamos interessados como nos mostramos para um amigo íntimo, por exemplo.
Não estou dizendo que o outro tem de saber absolutamente tudo o que pensamos e sentimos, mas precisa sim, com toda a certeza, enxergar aquilo que desejamos que ele reconheça em nós.
E só existe um modo de fazer isso acontecer: mostrando-nos, falando, deixando claro, seja através de atitudes, comportamentos sutis ou palavras.
Acontece que vivemos na era das formas prontas.
Além das medidas físicas, das roupas, dos cabelos preestabelecidos, e além da busca insana por botox, silicone, academia, dietas, entre outros exageros cometidos sem o mínimo de consciência real, resolvemos apostar que precisamos nos comportar como o parceiro ideal, aparentemente perfeito.
E tentamos, a todo custo, nos moldar a este formato inventado sabe-se lá por quem...
Outro dia, numa mesa de bar com uns amigos, falávamos sobre casar, namorar, ter filhos, ficar, beijar entre outros atos que demonstram vontade de estar com alguém.
E a impressão que me deu, ao voltar para casa, é que quase ninguém se assume.
Quer tudo isso, mas por alguma razão estúpida e incoerente, resolveu acreditar que o bonito é não querer, é não demonstrar suas verdadeiras intenções, como se a relação fosse um jogo de enigmas a serem desvendados.
Aos amigos, ainda se atrevem a revelar seus sentimentos e desejos, mas basta que alguém se aproxime para que rapidamente vistam a fantasia de desencanados, livres e independentes.
Só faltam dizer com todas as letras: estou muito bem sozinho, obrigado!
E daí, é só observar: quanto mais a pessoa tenta esconder o que quer, mais seus desejos escapam sem que ela perceba.
Assim, embora sustentem com relativa facilidade o estilo não estou nem aí para você, dois dias depois estão ligando sem parar, cobrando a presença do outro, fazendo de tudo para que os encontros continuem e lá se foi toda a pose, dando lugar a uma atitude pedante, autônoma, sem a menor noção de que tudo isso está apenas deixando claro o quanto não precisamos fazer tanta força para parecermos algo que não somos, para corresponder a uma imagem que, em última instância, não existe, não é condizente com o coração humano.
Portanto, se você quer que o outro saiba que você sente vontade de se casar, de ter uma família, de viver um romance, de ter filhos, de se relacionar comprometidamente ou, por outro lado, que você não sente vontade de nada disso neste momento, mostre, fale, deixe claro!
Obviamente vai correr o risco de vê-lo ir embora, mas ao menos terá sido coerente com o que verdadeiramente quer.
É muito mais fácil e honesto admitirmos que temos medo de não agradar, de assustar o outro ou de parecer cafonas ou antiquados, mas chega de agirmos de forma subterfugia, parcial, mascarada.
Chega de agirmos arbitrariamente, imprimindo no outro impressões falsas sobre nós, que não correspondem com o que realmente carregamos em nosso coração.
No final das contas, é justamente essa mistura entre a imprecisão e a espontaneidade, a cautela e a vontade, o desejo e o medo do desconhecido que torna o amor uma alquimia imperdível.
Com um pouco mais de ousadia e coragem, experimente mostrar quem você é e quem sabe você surpreenda mais do que imaginava ser capaz!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Um pouco de solidão não faz mal a ninguém!
- Ai, eu não agüento mais ficar sozinha!
- Não me apaixono há um tempão! Isso me deixa com uma sensação de vazio...
Escutei essas duas frases, de dois amigos, uma mulher e um homem, respectivamente, na mesma semana e fiquei refletindo: quanto tempo se leva para amar novamente?
Será que tem tempo limite?
Será que tem necessariamente algo de errado com quem está só há algum tempo?
Onde estão escritas as regras e os prazos de cada coração?
Bem, a amiga que reclamou porque não agüenta mais ficar sozinha me contou que está sem namorado faz praticamente um ano e que tem se sentido extremamente carente.
Todos os encontros que teve depois deste namoro terminaram em duas ou três saídas, no máximo.
- Ninguém se interessa por mim!, reclamou ela num tom de tristeza e lamentação.
O amigo, por sua vez, me contou que se sente chateado porque não consegue se apaixonar por ninguém há uns três anos.
Confessou que as relações que vêm tendo durante este tempo, embora sejam afetuosas, não lhe trazem aquela sensação inexplicável de estar envolvido, entregue, com aquele sorriso fácil nos lábios...
Eu sei que o que todos nós desejamos, no final das contas, é sentir exatamente o que canta Zeca Baleiro, na música Telegrama:
Hoje eu acordei
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia
De beijar o português da padaria...
Mas o fato é que isso não acontece todos os dias...
E se pensarmos um pouco, não poderia ser diferente.
Se fosse banal, corriqueiro, cotidiano, não seria tão transformador, não seria tão especial...
Só que não queremos esperar.
Não queremos aprender a lidar com a tristeza, com o vazio, com a solidão.
Não queremos, sobretudo, aprender com todos os sentimentos que esse tempo em que ficamos sós nos traz.
Aliás, sequer nos permitimos descobrir o quanto pode ser bom ficar sozinho de vez em quando.
Muitas vezes, entramos numa ansiedade exagerada, destrutiva, que mina nossa auto-estima; e, assim, somos esmagados por uma cobrança interna que nos rouba o bom-senso e a capacidade de fazer escolhas.
Começa a valer o ditado o que vier, é lucro, mas em pouco tempo, percebemos que o preço a pagar por escolhas mal-feitas é alto demais.
Relações que não nos acrescentam; pelo contrário, servem para bagunçar ainda mais os nossos dias e aumentar a sensação de frustração e de incompetência emocional.
Claro, engolimos sem mastigar, numa tentativa desesperada de acabar com a solidão...
E aí eu pergunto: por que é que resolvemos acreditar que a solidão é algo tão ruim?
Será?
Será mesmo que não há nada de proveitoso, de bom e prazeroso que podemos fazer enquanto estamos descomprometidos?
E mais: será que é possível se apaixonar a cada quinze dias ou assim que acaba uma relação?
Será que é produtivo emendar uma relação na outra sem ter tempo sequer de se questionar quais são seus verdadeiros desejos?
E, por fim, será mesmo que estar com alguém é remédio para todas as nossas dores, solução para todos os nossos problemas e o fim de todas as nossas angústias?
Penso que é somente quando relaxamos e entendemos que estar com alguém e, principalmente, apaixonar-se e sentir-se feliz são conseqüências de uma harmonia interna, que compreendemos que somos seres genuinamente sós e que o outro é um presente a ser compartilhado e não uma necessidade dolorida, desesperada, insana...
Aí sim poderemos experimentar relações mais leves, mais gostosas e mais maduras ou ficaremos sós e nos sentiremos bem.
Em fase de espera, sim, mas sem tanta tristeza; apenas respeitando o ritmo dos corações e sabendo que uma relação gostosa e apaixonada acontece quando a gente realmente tem espaço para ela...
- Não me apaixono há um tempão! Isso me deixa com uma sensação de vazio...
Escutei essas duas frases, de dois amigos, uma mulher e um homem, respectivamente, na mesma semana e fiquei refletindo: quanto tempo se leva para amar novamente?
Será que tem tempo limite?
Será que tem necessariamente algo de errado com quem está só há algum tempo?
Onde estão escritas as regras e os prazos de cada coração?
Bem, a amiga que reclamou porque não agüenta mais ficar sozinha me contou que está sem namorado faz praticamente um ano e que tem se sentido extremamente carente.
Todos os encontros que teve depois deste namoro terminaram em duas ou três saídas, no máximo.
- Ninguém se interessa por mim!, reclamou ela num tom de tristeza e lamentação.
O amigo, por sua vez, me contou que se sente chateado porque não consegue se apaixonar por ninguém há uns três anos.
Confessou que as relações que vêm tendo durante este tempo, embora sejam afetuosas, não lhe trazem aquela sensação inexplicável de estar envolvido, entregue, com aquele sorriso fácil nos lábios...
Eu sei que o que todos nós desejamos, no final das contas, é sentir exatamente o que canta Zeca Baleiro, na música Telegrama:
Hoje eu acordei
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia
De beijar o português da padaria...
Mas o fato é que isso não acontece todos os dias...
E se pensarmos um pouco, não poderia ser diferente.
Se fosse banal, corriqueiro, cotidiano, não seria tão transformador, não seria tão especial...
Só que não queremos esperar.
Não queremos aprender a lidar com a tristeza, com o vazio, com a solidão.
Não queremos, sobretudo, aprender com todos os sentimentos que esse tempo em que ficamos sós nos traz.
Aliás, sequer nos permitimos descobrir o quanto pode ser bom ficar sozinho de vez em quando.
Muitas vezes, entramos numa ansiedade exagerada, destrutiva, que mina nossa auto-estima; e, assim, somos esmagados por uma cobrança interna que nos rouba o bom-senso e a capacidade de fazer escolhas.
Começa a valer o ditado o que vier, é lucro, mas em pouco tempo, percebemos que o preço a pagar por escolhas mal-feitas é alto demais.
Relações que não nos acrescentam; pelo contrário, servem para bagunçar ainda mais os nossos dias e aumentar a sensação de frustração e de incompetência emocional.
Claro, engolimos sem mastigar, numa tentativa desesperada de acabar com a solidão...
E aí eu pergunto: por que é que resolvemos acreditar que a solidão é algo tão ruim?
Será?
Será mesmo que não há nada de proveitoso, de bom e prazeroso que podemos fazer enquanto estamos descomprometidos?
E mais: será que é possível se apaixonar a cada quinze dias ou assim que acaba uma relação?
Será que é produtivo emendar uma relação na outra sem ter tempo sequer de se questionar quais são seus verdadeiros desejos?
E, por fim, será mesmo que estar com alguém é remédio para todas as nossas dores, solução para todos os nossos problemas e o fim de todas as nossas angústias?
Penso que é somente quando relaxamos e entendemos que estar com alguém e, principalmente, apaixonar-se e sentir-se feliz são conseqüências de uma harmonia interna, que compreendemos que somos seres genuinamente sós e que o outro é um presente a ser compartilhado e não uma necessidade dolorida, desesperada, insana...
Aí sim poderemos experimentar relações mais leves, mais gostosas e mais maduras ou ficaremos sós e nos sentiremos bem.
Em fase de espera, sim, mas sem tanta tristeza; apenas respeitando o ritmo dos corações e sabendo que uma relação gostosa e apaixonada acontece quando a gente realmente tem espaço para ela...
domingo, 25 de novembro de 2007
A ansiedade pode afastar um grande amor!
Minha intenção não é convencer ninguém de que seja possível acabar totalmente com a ansiedade. Mesmo porque, esse sentimento brota de outro, absolutamente positivo, que é a ânsia: ânsia de viver, de amar, de ser feliz, de desfrutar todas as possibilidades maravilhosas que a vida nos reserva. Enfim, ânsia em ser!!! Sem ânsia, nada se transforma, nada amadurece, nada nasce. É a ânsia que nos impulsiona para o novo, para as mudanças, para as grandes e certeiras conquistas.
O que sugiro, no entanto, é que você conheça tão bem a atuação de sua ansiedade que possa, na medida do possível, perceber em que momento ela deixa de ser saudável para atuar em razão de uma provável carência ou de um forte sentimento de insegurança. Pois, no momento em que ela transcende o desejo de viver para se tornar um “agilizador dos acontecimentos”, você pode estragar tudo! Ou melhor, pode assustar as pessoas, fazer com que elas se sintam “devoradas” por sua pressa e fujam, mesmo que inconscientemente.
Devemos nos lembrar que todas as situações da vida requerem um tempo próprio, uma evolução, um crescente. Quando tentamos “empurrar o rio”, podemos provocar acidentes, machucar as pessoas e, principalmente, nos machucar. Simplesmente porque não fomos capazes de esperar, de respeitar o tempo natural da vida e das pessoas.
Mesmo que, num primeiro momento, sua “ajudinha” pareça estar rendendo bons resultados, saiba que, mais adiante, a própria vida se encarregará de impor o seu ritmo e o que estiver fora, voltará para ele, causando sensações ruins, desentendimentos, desilusões e mágoas.
Além disso, a ansiedade não atrapalha a vida da gente somente quando o assunto é paixão. Ela pode colocar a perder muitas outras oportunidades. No trabalho, por exemplo, se nos deixarmos invadir por esse sentimento, podemos atropelar as etapas, prejudicar os colegas e até cometer grandes equívocos vislumbrando um aumento ou uma promoção.
Do mesmo modo, numa relação afetiva, ou diante da possibilidade de iniciarmos uma, se estivermos focados em nossas verdadeiras preferências, em nossos objetivos e em nossa própria felicidade, será bem mais fácil respeitar o tempo de cada etapa da conquista e, principalmente, dar continuidade nessa relação de amor e assim obter sucesso.
Como transformar ansiedade em sabedoria
Para safar-se do excesso de ansiedade, o segredo é: auto-observação! Quando você perceber que deseja muito que algo aconteça, que alguém se interesse por você ou ainda que, depois de interessado, esse alguém assuma você o mais rapidamente possível, traga logo esse desejo desenfreado para o seu foco racional, para a sua atenção. Tente descobrir o que esse excesso de ânsia está encobrindo: talvez uma carência, uma necessidade de auto-afirmação. Enfim, você melhor do que ninguém pode perceber o que faz com que fique tão ansioso e tão refém de um desejo.
Quando deixamos que a ansiedade domine uma situação, certamente tomamos atitudes precipitadas. Mas se estivermos conscientes desse sentimento, teremos condições de pensar antes de agir. Seremos capazes de avaliar se determinada atitude realmente deve ser tomada agora ou se ainda não chegou a hora.
O que sugiro, no entanto, é que você conheça tão bem a atuação de sua ansiedade que possa, na medida do possível, perceber em que momento ela deixa de ser saudável para atuar em razão de uma provável carência ou de um forte sentimento de insegurança. Pois, no momento em que ela transcende o desejo de viver para se tornar um “agilizador dos acontecimentos”, você pode estragar tudo! Ou melhor, pode assustar as pessoas, fazer com que elas se sintam “devoradas” por sua pressa e fujam, mesmo que inconscientemente.
Devemos nos lembrar que todas as situações da vida requerem um tempo próprio, uma evolução, um crescente. Quando tentamos “empurrar o rio”, podemos provocar acidentes, machucar as pessoas e, principalmente, nos machucar. Simplesmente porque não fomos capazes de esperar, de respeitar o tempo natural da vida e das pessoas.
Mesmo que, num primeiro momento, sua “ajudinha” pareça estar rendendo bons resultados, saiba que, mais adiante, a própria vida se encarregará de impor o seu ritmo e o que estiver fora, voltará para ele, causando sensações ruins, desentendimentos, desilusões e mágoas.
Além disso, a ansiedade não atrapalha a vida da gente somente quando o assunto é paixão. Ela pode colocar a perder muitas outras oportunidades. No trabalho, por exemplo, se nos deixarmos invadir por esse sentimento, podemos atropelar as etapas, prejudicar os colegas e até cometer grandes equívocos vislumbrando um aumento ou uma promoção.
Do mesmo modo, numa relação afetiva, ou diante da possibilidade de iniciarmos uma, se estivermos focados em nossas verdadeiras preferências, em nossos objetivos e em nossa própria felicidade, será bem mais fácil respeitar o tempo de cada etapa da conquista e, principalmente, dar continuidade nessa relação de amor e assim obter sucesso.
Como transformar ansiedade em sabedoria
Para safar-se do excesso de ansiedade, o segredo é: auto-observação! Quando você perceber que deseja muito que algo aconteça, que alguém se interesse por você ou ainda que, depois de interessado, esse alguém assuma você o mais rapidamente possível, traga logo esse desejo desenfreado para o seu foco racional, para a sua atenção. Tente descobrir o que esse excesso de ânsia está encobrindo: talvez uma carência, uma necessidade de auto-afirmação. Enfim, você melhor do que ninguém pode perceber o que faz com que fique tão ansioso e tão refém de um desejo.
Quando deixamos que a ansiedade domine uma situação, certamente tomamos atitudes precipitadas. Mas se estivermos conscientes desse sentimento, teremos condições de pensar antes de agir. Seremos capazes de avaliar se determinada atitude realmente deve ser tomada agora ou se ainda não chegou a hora.
O ciúme alimenta ou destrói o amor?
Há quem diga que o ciúme é o tempero do amor. Outros, porém, afirmam que ele é o veneno do amor! Eu, particularmente, diria que depende da dose! Em excesso, não há amor que resista. Realmente, a relação definha e perde muito quando um dos parceiros (ou os dois) se deixa consumir por este sentimento tão polêmico. Mas, uma pitadinha de ciúme (sempre acompanhado de bom senso) pode trazer mais romance e paixão para os casais.
Por isso, eu não seria ingênua ao ponto de dizer que precisamos acabar com o ciúme. Acredito que isso não seja possível, absolutamente! Quando estamos vivendo uma relação que nos faz feliz, a tendência é que desejemos prorrogar ao máximo essa sensação, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para manter a pessoa amada ao nosso lado. E, de preferência, que ela só tenha olhos para nós!
Até aí, tudo muito bom! O problema é quando a relação começa a ficar uma chatice por causa do excesso de ciúme (que pode ser melhor entendido por insegurança, medo de perder, falta de auto-estima e possessividade). Assim, vejo muitas relações sem qualidade, sem entrega e sem amor verdadeiro e, mesmo sem tudo isso, encharcada de ciúme! A questão que fica é: o casal está com medo de perder o quê, se o que eles têm é uma “brincadeira” de amor?!
Então, já que não dá para eliminá-lo – mesmo porque acredito ser um sentimento humano, compreensível e até justificável – minha sugestão é que aprendamos a controlá-lo; que encontremos o equilíbrio: nem se martirizar por sentir ciúme da pessoa amada, nem perder o pé da situação e começar a alucinar!
Convenhamos: quem já sentiu ciúme alguma vez (cerca de 99% da população mundial) sabe que a imaginação, nessa hora, rola solta! Conseguimos imaginar as situações mais cabeludas, horrorosas e até “impossíveis” de se acreditar. Somos capazes de encontrar justificativas plausíveis para todas as nossas desconfianças e, em questão de segundos, transformamos a pessoa amada em traidora, falsa, mentirosa, entre outros adjetivos desagradabilíssimos.
Quando você se encontrar no meio dessa “loucura mental”, lembre-se de recuperar o senso de realidade. Respire fundo e concentre-se em você. Lance mão de sua inteligência e comece a diferenciar o que é fato do que é exagero de sua parte. Tente analisar a questão friamente e espere até que possa conversar com a pessoa.
O ideal é que os parceiros reservem um espaço na relação para falarem sobre o ciúme e a insegurança que muito provavelmente os dois vão sentir uma hora ou outra. Creio que o que mais nos machuca não é o que acontece, mas o que imaginamos que possa acontecer. No entanto, devemos levar em conta que aquilo que fica somente no pensamento, ganha um tamanho muito maior do que tem de verdade! No momento em que verbalizamos nossas fantasias, nossos medos e nossas desconfianças, nós mesmos podemos perceber o quanto tudo estava tão maior dentro da gente.
Quando a fantasia passa para o plano material, quando ela se transforma em palavras, ela retoma seu tamanho real e aí fica bem mais fácil resolver a questão.
O problema é que a maioria das pessoas ou nem admite que está com ciúme ou não fala sobre o que está sentindo e pensando. E, assim, consumida por esses pensamentos que vão crescendo e tomando conta de todos os demais sentimentos que existiam antes, passa a agir de forma agressiva e irônica, fazendo acusações que mascaram o seu medo de perder a pessoa amada.
Portanto, sugiro que o ciúme não seja um bicho-papão correndo atrás do amor. Mas que ele seja o que é: um sentimento que deve ser cuidado, sobre o qual deve ser conversado. Assim, juntos, um poderá esclarecer as desconfianças do outro sem julga-lo como louco ou qualquer “coisa” do gênero.
E lembremos: quem está sentindo ciúme, está literalmente sofrendo. Um mínimo de carinho e acolhimento são necessário num momento como esse. Ainda mais porque estamos falando da pessoa amada...
Por isso, eu não seria ingênua ao ponto de dizer que precisamos acabar com o ciúme. Acredito que isso não seja possível, absolutamente! Quando estamos vivendo uma relação que nos faz feliz, a tendência é que desejemos prorrogar ao máximo essa sensação, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para manter a pessoa amada ao nosso lado. E, de preferência, que ela só tenha olhos para nós!
Até aí, tudo muito bom! O problema é quando a relação começa a ficar uma chatice por causa do excesso de ciúme (que pode ser melhor entendido por insegurança, medo de perder, falta de auto-estima e possessividade). Assim, vejo muitas relações sem qualidade, sem entrega e sem amor verdadeiro e, mesmo sem tudo isso, encharcada de ciúme! A questão que fica é: o casal está com medo de perder o quê, se o que eles têm é uma “brincadeira” de amor?!
Então, já que não dá para eliminá-lo – mesmo porque acredito ser um sentimento humano, compreensível e até justificável – minha sugestão é que aprendamos a controlá-lo; que encontremos o equilíbrio: nem se martirizar por sentir ciúme da pessoa amada, nem perder o pé da situação e começar a alucinar!
Convenhamos: quem já sentiu ciúme alguma vez (cerca de 99% da população mundial) sabe que a imaginação, nessa hora, rola solta! Conseguimos imaginar as situações mais cabeludas, horrorosas e até “impossíveis” de se acreditar. Somos capazes de encontrar justificativas plausíveis para todas as nossas desconfianças e, em questão de segundos, transformamos a pessoa amada em traidora, falsa, mentirosa, entre outros adjetivos desagradabilíssimos.
Quando você se encontrar no meio dessa “loucura mental”, lembre-se de recuperar o senso de realidade. Respire fundo e concentre-se em você. Lance mão de sua inteligência e comece a diferenciar o que é fato do que é exagero de sua parte. Tente analisar a questão friamente e espere até que possa conversar com a pessoa.
O ideal é que os parceiros reservem um espaço na relação para falarem sobre o ciúme e a insegurança que muito provavelmente os dois vão sentir uma hora ou outra. Creio que o que mais nos machuca não é o que acontece, mas o que imaginamos que possa acontecer. No entanto, devemos levar em conta que aquilo que fica somente no pensamento, ganha um tamanho muito maior do que tem de verdade! No momento em que verbalizamos nossas fantasias, nossos medos e nossas desconfianças, nós mesmos podemos perceber o quanto tudo estava tão maior dentro da gente.
Quando a fantasia passa para o plano material, quando ela se transforma em palavras, ela retoma seu tamanho real e aí fica bem mais fácil resolver a questão.
O problema é que a maioria das pessoas ou nem admite que está com ciúme ou não fala sobre o que está sentindo e pensando. E, assim, consumida por esses pensamentos que vão crescendo e tomando conta de todos os demais sentimentos que existiam antes, passa a agir de forma agressiva e irônica, fazendo acusações que mascaram o seu medo de perder a pessoa amada.
Portanto, sugiro que o ciúme não seja um bicho-papão correndo atrás do amor. Mas que ele seja o que é: um sentimento que deve ser cuidado, sobre o qual deve ser conversado. Assim, juntos, um poderá esclarecer as desconfianças do outro sem julga-lo como louco ou qualquer “coisa” do gênero.
E lembremos: quem está sentindo ciúme, está literalmente sofrendo. Um mínimo de carinho e acolhimento são necessário num momento como esse. Ainda mais porque estamos falando da pessoa amada...
Não expor o amor é impedir a própria evolução e a do outro...
Todos nós, quando nos apaixonamos e investimos num relacionamento, sentimos medo de perder a pessoa amada. Por conta disso, passamos a medir nossas atitudes e, especialmente, nossas palavras. Acreditamos que o silêncio seja uma espécie de garantia, como se o fato de a outra pessoa não saber o que nos incomoda ou o que nos faz sentir inseguros a impedisse de querer ir embora!
É verdade que corremos o risco de criar conflitos difíceis ao expormos o que não estamos gostando na relação, mas o silêncio não é, de forma alguma, sinônimo de que está tudo bem! Muito pelo contrário, pois não há oportunidade de crescimento quando o que é sentido não é exposto, não é manifestado...
Além disso, considero extremamente injusto com o outro não dar a ele a chance de rever suas atitudes, de mudar seu comportamento e tentar evoluir, aprender novas maneiras de compartilhar e de viver a dois. Relacionar-se é uma chance preciosa de crescer e enxergar questões que sozinhos não poderíamos!
Mas quando nos fechamos e preferimos “fingir” (mesmo que não seja por maldade) que está tudo ótimo, desperdiçamos essa chance e estagnamos, simplesmente para não termos de olhar para o que incomoda, para o que dói e não termos de admitir que há algo a ser trabalhado, seja em nós mesmos ou no outro!
Um relacionamento baseado na aparente indiferença nunca poderá revelar se estamos agindo corretamente ou não. Ficamos presos às nossas verdades, aos nossos motivos e às nossas razões e perdemos a riqueza que existe no outro. E, assim, quando já não dá mais para tolerar o inevitável, tudo acaba e ficamos com a sensação de que nada realmente intenso e verdadeiro foi vivido, compartilhado, trocado e aprendido!
Sugiro que você se exponha, se torne vulnerável, corra o risco de criar conflitos, mas com um objetivo essencial: o de se reconhecer, de aprender e de conhecer melhor a pessoa amada. Conflitos não são, necessariamente, situações destrutivas e que nos levam ao rompimento. Esses são os conflitos vividos por pessoas que querem sempre ter razão, que falam para impor a si mesmas porque não admitem a possibilidade de estarem equivocadas.
Os conflitos podem ser muito bons a partir do momento em que você percebe que pode se tornar uma pessoa e um parceiro melhor porque está disposto a olhar para si mesmo e para o outro. Porque acolhe a si mesmo e ao outro. E isso só pode acontecer quando estamos dispostos a ouvir sem criticar. Questionar, sim! Acusar indefinidamente, não!
Enfim, falar o que você está sentindo e expor o que não lhe agrada é amar o outro no sentido de dar a ele a chance de se rever, de se trabalhar e de transmutar suas próprias limitações. No entanto, o que vejo são pessoas justificando seu silêncio porque preferem a paz, porque não gostam de brigas ou porque não querem magoar a outra pessoa.
Isso é uma grande bobagem, muito mais um escudo que serve para esconder o medo de ser rejeitado, o medo de descobrir que estava errado e o egoísmo por querer parecer o “bom”, o “compreensivo”, o “injustiçado”. Minha bandeira é: “Abaixo o silêncio! Viva a verdade e a coragem de expor o amor”!
É verdade que corremos o risco de criar conflitos difíceis ao expormos o que não estamos gostando na relação, mas o silêncio não é, de forma alguma, sinônimo de que está tudo bem! Muito pelo contrário, pois não há oportunidade de crescimento quando o que é sentido não é exposto, não é manifestado...
Além disso, considero extremamente injusto com o outro não dar a ele a chance de rever suas atitudes, de mudar seu comportamento e tentar evoluir, aprender novas maneiras de compartilhar e de viver a dois. Relacionar-se é uma chance preciosa de crescer e enxergar questões que sozinhos não poderíamos!
Mas quando nos fechamos e preferimos “fingir” (mesmo que não seja por maldade) que está tudo ótimo, desperdiçamos essa chance e estagnamos, simplesmente para não termos de olhar para o que incomoda, para o que dói e não termos de admitir que há algo a ser trabalhado, seja em nós mesmos ou no outro!
Um relacionamento baseado na aparente indiferença nunca poderá revelar se estamos agindo corretamente ou não. Ficamos presos às nossas verdades, aos nossos motivos e às nossas razões e perdemos a riqueza que existe no outro. E, assim, quando já não dá mais para tolerar o inevitável, tudo acaba e ficamos com a sensação de que nada realmente intenso e verdadeiro foi vivido, compartilhado, trocado e aprendido!
Sugiro que você se exponha, se torne vulnerável, corra o risco de criar conflitos, mas com um objetivo essencial: o de se reconhecer, de aprender e de conhecer melhor a pessoa amada. Conflitos não são, necessariamente, situações destrutivas e que nos levam ao rompimento. Esses são os conflitos vividos por pessoas que querem sempre ter razão, que falam para impor a si mesmas porque não admitem a possibilidade de estarem equivocadas.
Os conflitos podem ser muito bons a partir do momento em que você percebe que pode se tornar uma pessoa e um parceiro melhor porque está disposto a olhar para si mesmo e para o outro. Porque acolhe a si mesmo e ao outro. E isso só pode acontecer quando estamos dispostos a ouvir sem criticar. Questionar, sim! Acusar indefinidamente, não!
Enfim, falar o que você está sentindo e expor o que não lhe agrada é amar o outro no sentido de dar a ele a chance de se rever, de se trabalhar e de transmutar suas próprias limitações. No entanto, o que vejo são pessoas justificando seu silêncio porque preferem a paz, porque não gostam de brigas ou porque não querem magoar a outra pessoa.
Isso é uma grande bobagem, muito mais um escudo que serve para esconder o medo de ser rejeitado, o medo de descobrir que estava errado e o egoísmo por querer parecer o “bom”, o “compreensivo”, o “injustiçado”. Minha bandeira é: “Abaixo o silêncio! Viva a verdade e a coragem de expor o amor”!
terça-feira, 6 de novembro de 2007
De quem você é refém?
Há alguns dias, tendo de tomar uma importante decisão no meu universo profissional, comecei a me sentir incomodada com algo, mas sem saber o que,
exatamente. Sentia-me sem vontade de trabalhar, me dispersando por qualquer motivo, improdutiva. Resolvi me observar; queria descobrir o que estava me deixando irritadiça, como se estivesse contestando alguém ou alguma coisa.
Numa tarde, conversando com minha agente e amiga muito querida, a Claudinha, descobri! Enquanto contava sobre como vinha me sentindo nos últimos dias,
inclusive porque ela mesma dizia perceber que eu não estava dando o retorno de sempre, ‘a ficha caiu’: estava me sentindo refém!
Mergulhei neste sentimento... Refém de quê? De quem? A troco de quê? Quanto deveria ser pago pelo meu resgate, a fim de que eu me sentisse livre? Quem
pagaria?
Segundo o Aurélio, ‘refém’ significa: “Pessoa importante que o inimigo mantém em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc.”. Achei esta definição perfeita, formidável. Era exatamente isso que estava acontecendo. E fiquei pensando que a maioria de nós se torna refém de algum inimigo durante boa parte de nossa vida.
“Mas que inimigo? Não tenho inimigos!”, você poderia argumentar. E eu afirmo, com certeza, que se não estivermos atentos, teremos um inimigo em potencial muito mais perto do que imaginamos: uma parte de nós mesmos, seja em forma de pensamentos negativos, de crenças limitantes, de promessas ultrapassadas, de tratados que já não fazem sentido, ou simplesmente de
desejos que não valem o preço do resgate.
Traduzindo melhor, esses inimigos podem ser escolhas que garantem aquisição de bens materiais – uma casa ou um carro, por exemplo; podem ser comportamentos para obtenção de fama ou reconhecimento de alguém ou a crença de que agindo de determinada forma seremos amados; a aceitação inconsciente da ilusão de que somos o que vestimos, o lugar onde freqüentamos, e assim
por diante.
Claro... tudo isso tem sua importância, sem dúvida! Mas desde que você seja sempre o mentor de cada uma dessas crenças e afirmações. Desde que você seja
comandante de suas ações, dirigente de seus passos e tutor de suas escolhas – cada uma delas – durante todos os dias de sua vida, lembrando que a sua verdade de hoje pode simplesmente se tornar uma mentira amanhã... e que isso, na maioria das vezes, se observarmos com os olhos do coração, não é de todo ruim.
Por fim, é bom começar a considerar que a partir do momento em que você age sem respeitar seus verdadeiros sentimentos, sem levar em conta sua missão, seus dons e seus valores, torna-se refém de si mesmo, torna-se seu próprio inimigo.
Abdica deliberadamente do seu direito de questionar o caminho que tem seguido e, se for o caso, mudar de idéia, de perceber que nada é garantia nesta vida, além da chance encantada de viver...
Deste modo, quando algo nos incomodar, que tal nos interrogarmos: quem disse que só existe esta saída? Quem disse que eu só poderei me sentir feliz deste jeito, neste lugar, com esta pessoa ou neste trabalho? Quem disse que eu tenho de ter isso ou aquilo? O que eu realmente quero? O que tenho feito para seguir a minha verdade, ainda que ela seja diferente da verdade de ontem? E, por fim, o que tenho feito para apostar diariamente naquilo em que
eu genuinamente acredito?!?
Assim, estou certa de que valerá a pena pagar o preço do seu resgate. Sim, porque é você, sempre você, quem terá de pagá-lo. Afinal de contas, você é uma pessoa importante e não pode permitir que o inimigo – ainda que seja você mesmo – o mantenha em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc. Se uma promessa se torna um cativeiro, é hora de pagar o preço por sua
liberdade e retomar o caminho da felicidade, o seu caminho!
exatamente. Sentia-me sem vontade de trabalhar, me dispersando por qualquer motivo, improdutiva. Resolvi me observar; queria descobrir o que estava me deixando irritadiça, como se estivesse contestando alguém ou alguma coisa.
Numa tarde, conversando com minha agente e amiga muito querida, a Claudinha, descobri! Enquanto contava sobre como vinha me sentindo nos últimos dias,
inclusive porque ela mesma dizia perceber que eu não estava dando o retorno de sempre, ‘a ficha caiu’: estava me sentindo refém!
Mergulhei neste sentimento... Refém de quê? De quem? A troco de quê? Quanto deveria ser pago pelo meu resgate, a fim de que eu me sentisse livre? Quem
pagaria?
Segundo o Aurélio, ‘refém’ significa: “Pessoa importante que o inimigo mantém em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc.”. Achei esta definição perfeita, formidável. Era exatamente isso que estava acontecendo. E fiquei pensando que a maioria de nós se torna refém de algum inimigo durante boa parte de nossa vida.
“Mas que inimigo? Não tenho inimigos!”, você poderia argumentar. E eu afirmo, com certeza, que se não estivermos atentos, teremos um inimigo em potencial muito mais perto do que imaginamos: uma parte de nós mesmos, seja em forma de pensamentos negativos, de crenças limitantes, de promessas ultrapassadas, de tratados que já não fazem sentido, ou simplesmente de
desejos que não valem o preço do resgate.
Traduzindo melhor, esses inimigos podem ser escolhas que garantem aquisição de bens materiais – uma casa ou um carro, por exemplo; podem ser comportamentos para obtenção de fama ou reconhecimento de alguém ou a crença de que agindo de determinada forma seremos amados; a aceitação inconsciente da ilusão de que somos o que vestimos, o lugar onde freqüentamos, e assim
por diante.
Claro... tudo isso tem sua importância, sem dúvida! Mas desde que você seja sempre o mentor de cada uma dessas crenças e afirmações. Desde que você seja
comandante de suas ações, dirigente de seus passos e tutor de suas escolhas – cada uma delas – durante todos os dias de sua vida, lembrando que a sua verdade de hoje pode simplesmente se tornar uma mentira amanhã... e que isso, na maioria das vezes, se observarmos com os olhos do coração, não é de todo ruim.
Por fim, é bom começar a considerar que a partir do momento em que você age sem respeitar seus verdadeiros sentimentos, sem levar em conta sua missão, seus dons e seus valores, torna-se refém de si mesmo, torna-se seu próprio inimigo.
Abdica deliberadamente do seu direito de questionar o caminho que tem seguido e, se for o caso, mudar de idéia, de perceber que nada é garantia nesta vida, além da chance encantada de viver...
Deste modo, quando algo nos incomodar, que tal nos interrogarmos: quem disse que só existe esta saída? Quem disse que eu só poderei me sentir feliz deste jeito, neste lugar, com esta pessoa ou neste trabalho? Quem disse que eu tenho de ter isso ou aquilo? O que eu realmente quero? O que tenho feito para seguir a minha verdade, ainda que ela seja diferente da verdade de ontem? E, por fim, o que tenho feito para apostar diariamente naquilo em que
eu genuinamente acredito?!?
Assim, estou certa de que valerá a pena pagar o preço do seu resgate. Sim, porque é você, sempre você, quem terá de pagá-lo. Afinal de contas, você é uma pessoa importante e não pode permitir que o inimigo – ainda que seja você mesmo – o mantenha em seu poder para garantir uma promessa, um tratado, etc. Se uma promessa se torna um cativeiro, é hora de pagar o preço por sua
liberdade e retomar o caminho da felicidade, o seu caminho!
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Às favas com o amor! Eu quero é ser feliz...
Pois é... a sensação que tenho tido, nos últimos tempos, é de que essa busca pelo grande amor, pelo par ideal, pelo príncipe encantado, pela felicidade infinita – que deveria ter se configurado como um caminho edificante e enobrecedor – tem servido bem mais para transformar a vida de um grande número de pessoas numa insanidade absurda.
Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser urgentemente revisto, reavaliado e reconduzido.
Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade, não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário que vivemos atualmente.
Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não faz muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que ganhava – a partir de então – um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então.
Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemos como que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma...
E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?
Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer, ou fez tudo errado...
Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefere ficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e sua individualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidão ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...
E nesses momentos, convencido (?) pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você, o conflito interno é praticamente inevitável: o que eu realmente quero? Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto? E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?
Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose. O que era antes não é mais. O que será ainda não sabemos. Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.
O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual. Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas. De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas... Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor). Ah! E que seja para sempre, claro!
Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado. As engrenagens externas estão totalmente desencaixadas das internas. Os ritmos estão desencontrados. O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras. Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!
Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o “grande-amor-dos-contos-de-fadas” é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.
A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um ‘estado civil’ qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa. Não é! Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado. E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado. Simplesmente porque somos gente e gente é assim: incerta, imperfeita e inconstante.
E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...
Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser urgentemente revisto, reavaliado e reconduzido.
Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade, não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário que vivemos atualmente.
Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não faz muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que ganhava – a partir de então – um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então.
Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemos como que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma...
E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?
Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer, ou fez tudo errado...
Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefere ficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e sua individualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidão ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...
E nesses momentos, convencido (?) pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você, o conflito interno é praticamente inevitável: o que eu realmente quero? Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto? E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?
Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose. O que era antes não é mais. O que será ainda não sabemos. Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.
O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual. Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas. De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas... Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor). Ah! E que seja para sempre, claro!
Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado. As engrenagens externas estão totalmente desencaixadas das internas. Os ritmos estão desencontrados. O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras. Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!
Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o “grande-amor-dos-contos-de-fadas” é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.
A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um ‘estado civil’ qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa. Não é! Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado. E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado. Simplesmente porque somos gente e gente é assim: incerta, imperfeita e inconstante.
E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...
domingo, 28 de outubro de 2007
Convivência - a arte da felicidade ou da guerra?!?
Creio que não haja exercício mais difícil nesta vida do que conviver com o outro. Aceitar as diferenças e administrar os conflitos, sem que isso se torne uma guerra trata-se, certamente, de uma charada sagrada.
Sim, porque sem a convivência nos tornamos como que sem propósito. Afinal, embora muitas vezes nos esqueçamos ou prefiramos ignorar esta verdade, o fato é que tudo o que fazemos e somos está a serviço de apenas um objetivo:
sermos reconhecidos e amados.
Porém, é também na convivência que reside nosso maior desafio, o mais humano e intrigante aprendizado, o mais intenso conflito a que nos submetemos durante toda nossa existência, do primeiro ao último suspiro!
É quando todos os nossos sentimentos - um a um – ficam aflorados, expostos, escancarados; algumas vezes de forma linda, mágica, encantadora... mas outras vezes, de forma ridiculamente mesquinha, pequena, assombrada...
Se considerarmos que passamos a maior parte de nosso tempo no ambiente de trabalho, haveremos de considerar que são as relações nutridas neste lugar que nos servem como práticas mais recorrentes.
Embora, geralmente, não estejam aí nossos encontros mais caros, é no trabalho que trocamos nosso comportamento por um valor determinado, previamente combinado, estejamos satisfeitos ou não com este montante.
Portanto, este pagamento nos induz, muitas vezes, a agir de modo comedido, engessado, como quem cumpre um script sem considerar os verdadeiros sentimentos.
Acontece que não fomos feitos para o fingimento e sim para a autenticidade, seja ela bonita ou não. Assim, mais cedo ou mais tarde, é quem realmente somos que fica em evidência e é a partir daí que encontramos bem-estar ou
desespero, alegria ou angústia, prazer ou dor, conciliação ou tormento.
Justamente por isso que acredito piamente ser a gentileza nosso maior trunfo. Obviamente que não falo da gentileza protocolar, mas daquela genuína, capaz de promover a paz nos relacionamentos do cotidiano. Por isso, embora realmente seja difícil praticá-la em algumas ocasiões, penso que é urgente começarmos a ser gentis com aqueles que dividem conosco o ambiente de trabalho e com quem compartilhamos a mesma casa, o mesmo quarto e a mesma
cama.
Por quê? Pra que? Até quando? Bem... se ao menos tentarmos e nos abrirmos para sentir os benefícios que a gentileza pode trazer para nossas vidas, tanto do ponto de vista interno, quanto relacional, certamente faremos um esforço.
10 dicas para ser gentil na convivência
1. Tente se colocar no lugar do outro. Tente de verdade, com todo o seu ser.
É eficiente demais esse exercício!
2. Aprenda a escutar. Esvazie seus ouvidos para absorver o que o outro está dizendo. Aí pode estar a solução que nem ele ainda foi capaz de enxergar.
3. Pratique a arte da paciência. Julgamentos e ações precipitadas tendem a causar desastres horrorosos.
4. Peça desculpas, especialmente se esta opção lhe parecer difícil demais.
Isso pode definitivamente mudar a sua vida!
5. Procure ao menos três qualidades no outro e perceba que esse hábito pode promover verdadeiros milagres.
6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de você. As diferenças são verdadeiras preciosidades para todos.
7. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.
8. Analise a situação. Deixe a decisão para o dia seguinte, se estiver de cabeça quente. Alcançar soluções pacíficas depende também do seu equilíbrio interno.
9. Faça justiça. Esforce-se não para ganhar, como se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras, mas para que você e as pessoas ao seu redor fiquem bem!
10. Seja gentil. A gentileza nos leva a resultados criativos e produtivos e ainda desvenda a charada da convivência: único meio de nos sentirmos verdadeiramente realizados
Sim, porque sem a convivência nos tornamos como que sem propósito. Afinal, embora muitas vezes nos esqueçamos ou prefiramos ignorar esta verdade, o fato é que tudo o que fazemos e somos está a serviço de apenas um objetivo:
sermos reconhecidos e amados.
Porém, é também na convivência que reside nosso maior desafio, o mais humano e intrigante aprendizado, o mais intenso conflito a que nos submetemos durante toda nossa existência, do primeiro ao último suspiro!
É quando todos os nossos sentimentos - um a um – ficam aflorados, expostos, escancarados; algumas vezes de forma linda, mágica, encantadora... mas outras vezes, de forma ridiculamente mesquinha, pequena, assombrada...
Se considerarmos que passamos a maior parte de nosso tempo no ambiente de trabalho, haveremos de considerar que são as relações nutridas neste lugar que nos servem como práticas mais recorrentes.
Embora, geralmente, não estejam aí nossos encontros mais caros, é no trabalho que trocamos nosso comportamento por um valor determinado, previamente combinado, estejamos satisfeitos ou não com este montante.
Portanto, este pagamento nos induz, muitas vezes, a agir de modo comedido, engessado, como quem cumpre um script sem considerar os verdadeiros sentimentos.
Acontece que não fomos feitos para o fingimento e sim para a autenticidade, seja ela bonita ou não. Assim, mais cedo ou mais tarde, é quem realmente somos que fica em evidência e é a partir daí que encontramos bem-estar ou
desespero, alegria ou angústia, prazer ou dor, conciliação ou tormento.
Justamente por isso que acredito piamente ser a gentileza nosso maior trunfo. Obviamente que não falo da gentileza protocolar, mas daquela genuína, capaz de promover a paz nos relacionamentos do cotidiano. Por isso, embora realmente seja difícil praticá-la em algumas ocasiões, penso que é urgente começarmos a ser gentis com aqueles que dividem conosco o ambiente de trabalho e com quem compartilhamos a mesma casa, o mesmo quarto e a mesma
cama.
Por quê? Pra que? Até quando? Bem... se ao menos tentarmos e nos abrirmos para sentir os benefícios que a gentileza pode trazer para nossas vidas, tanto do ponto de vista interno, quanto relacional, certamente faremos um esforço.
10 dicas para ser gentil na convivência
1. Tente se colocar no lugar do outro. Tente de verdade, com todo o seu ser.
É eficiente demais esse exercício!
2. Aprenda a escutar. Esvazie seus ouvidos para absorver o que o outro está dizendo. Aí pode estar a solução que nem ele ainda foi capaz de enxergar.
3. Pratique a arte da paciência. Julgamentos e ações precipitadas tendem a causar desastres horrorosos.
4. Peça desculpas, especialmente se esta opção lhe parecer difícil demais.
Isso pode definitivamente mudar a sua vida!
5. Procure ao menos três qualidades no outro e perceba que esse hábito pode promover verdadeiros milagres.
6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de você. As diferenças são verdadeiras preciosidades para todos.
7. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.
8. Analise a situação. Deixe a decisão para o dia seguinte, se estiver de cabeça quente. Alcançar soluções pacíficas depende também do seu equilíbrio interno.
9. Faça justiça. Esforce-se não para ganhar, como se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras, mas para que você e as pessoas ao seu redor fiquem bem!
10. Seja gentil. A gentileza nos leva a resultados criativos e produtivos e ainda desvenda a charada da convivência: único meio de nos sentirmos verdadeiramente realizados
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Eu quero é ser feliz...
Pois é... a sensação que tenho tido, nos últimos tempos, é de que essa busca pelo grande amor, pelo par ideal, pelo príncipe encantado, pela felicidade infinita - que deveria ter se configurado como um caminho edificante e enobrecedor - tem servido bem mais para transformar a vida de um grande número de pessoas numa aflição que é, sobretudo, ineficaz.
Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser revisto, reavaliado e reconduzido.
Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade, não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário em que vivemos atualmente.
Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não há muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que passou a ganhar um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então.
Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemos como que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma.
E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?
Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer, ou fez tudo errado...
Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefere ficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e sua individualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidão ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...
E nesses momentos, convencido (?) pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você, o conflito interno é praticamente inevitável: o que eu realmente quero? Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto? E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?
Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose. O que era antes não é mais. O que será ainda não sabemos. Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.
O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual. Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas. De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas... Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor). Ah! E que seja para sempre, claro!
Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado. As engrenagens externas estão desencaixadas das internas. Os ritmos estão desencontrados. O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras. Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!
Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o "grande-amor-dos-contos-de-fadas" é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.
A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um 'estado civil' qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa. Não é! Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado. E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado. Simplesmente porque somos gente e gente é assim: incerta, imperfeita e inconstante.
E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...
Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser revisto, reavaliado e reconduzido.
Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade, não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário em que vivemos atualmente.
Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não há muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que passou a ganhar um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então.
Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemos como que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma.
E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?
Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer, ou fez tudo errado...
Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefere ficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e sua individualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidão ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...
E nesses momentos, convencido (?) pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você, o conflito interno é praticamente inevitável: o que eu realmente quero? Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto? E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?
Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose. O que era antes não é mais. O que será ainda não sabemos. Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.
O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual. Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas. De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas... Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor). Ah! E que seja para sempre, claro!
Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado. As engrenagens externas estão desencaixadas das internas. Os ritmos estão desencontrados. O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras. Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!
Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o "grande-amor-dos-contos-de-fadas" é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.
A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um 'estado civil' qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa. Não é! Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado. E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado. Simplesmente porque somos gente e gente é assim: incerta, imperfeita e inconstante.
E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Um pouco de solidão não faz mal a ninguém!
‘Ai, eu não agüento mais ficar sozinha!’
‘Não me apaixono há um tempão! Isso me deixa com uma sensação de vazio’...
Escutei essas duas frases, de dois amigos - uma mulher e um homem, respectivamente - na mesma semana... e fiquei refletindo: quanto tempo se leva pra amar novamente? Será que tem tempo limite? Será que tem necessariamente algo de errado com quem está só há algum tempo? Onde estão
escritas as regras e os prazos de cada coração?
Bem, a amiga que reclamou porque não agüenta mais ficar sozinha me contou que está sem namorado faz praticamente um ano e que tem se sentido extremamente carente. Todos os encontros que teve depois deste namoro terminaram em duas ou três saídas, no máximo. ‘Ninguém se interessa por mim!’, reclamou ela num tom de tristeza e lamentação.
O amigo, por sua vez, me contou que se sente chateado porque não consegue se apaixonar por ninguém há uns três anos. Confessou que as relações que vêm tendo durante este tempo, embora sejam afetuosas, não lhe trazem aquela
sensação inexplicável de estar envolvido, entregue, com aquele sorriso fácil nos lábios...
Eu sei que o que todos nós desejamos, no final das contas, é sentir exatamente o que canta Zeca Baleiro, na música ‘Telegrama’:
... hoje eu acordei
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia
De beijar o português da padaria...
Mas o fato é que isso não acontece todos os dias... E se pensarmos um pouco, não poderia ser diferente. Se fosse banal, corriqueiro, cotidiano, não seria tão transformador, não seria tão especial...
Só que não queremos esperar. Não queremos aprender a lidar com a tristeza, com o vazio, com a solidão. Não queremos, sobretudo, aprender com todos os sentimentos que esse tempo em que ficamos sós nos traz. Aliás, sequer nos
permitimos descobrir o quanto pode ser bom ficar sozinho de vez em quando.
Muitas vezes, entramos numa ansiedade exagerada, destrutiva, que mina nossa auto-estima; e, assim, somos esmagados por uma cobrança interna que nos
rouba o bom-senso e a capacidade de fazer escolhas.
Começa a valer o ditado ‘o que vier, é lucro’, mas em pouco tempo, percebemos que o preço a pagar por escolhas mal-feitas é alto demais.
Relações que não nos acrescentam; pelo contrário, servem para bagunçar ainda mais os nossos dias e aumentar a sensação de frustração e de incompetência emocional.
Claro, ‘engolimos sem mastigar’, numa tentativa desesperada de acabar com a solidão... E aí eu pergunto: por que é que resolvemos acreditar que a solidão é algo tão ruim? Será? Será mesmo que não há nada de proveitoso, de bom e prazeroso que podemos fazer enquanto estamos descomprometidos?
E mais: será que é possível se apaixonar a cada 15 dias ou assim que acaba uma relação? Será que é produtivo emendar uma relação na outra sem ter tempo sequer de se questionar quais são seus verdadeiros desejos?
E, por fim, será mesmo que estar com alguém é remédio para todas as nossas dores, solução para todos os nossos problemas e o fim de todas as nossas
angústias?
Penso que é somente quando relaxamos e entendemos que estar com alguém e, principalmente, apaixonar-se e sentir-se feliz são conseqüências de uma harmonia interna, que compreendemos que somos seres genuinamente sós e que o
outro é um presente a ser compartilhado e não uma necessidade dolorida, desesperada, insana...
Aí sim poderemos experimentar relações mais leves, mais gostosas e mais maduras ou... ficaremos sós e nos sentiremos bem. Em fase de espera, sim, mas sem tanta tristeza; apenas respeitando o ritmo dos corações e sabendo que uma relação gostosa e apaixonada acontece quando a gente realmente tem espaço para ela...
‘Não me apaixono há um tempão! Isso me deixa com uma sensação de vazio’...
Escutei essas duas frases, de dois amigos - uma mulher e um homem, respectivamente - na mesma semana... e fiquei refletindo: quanto tempo se leva pra amar novamente? Será que tem tempo limite? Será que tem necessariamente algo de errado com quem está só há algum tempo? Onde estão
escritas as regras e os prazos de cada coração?
Bem, a amiga que reclamou porque não agüenta mais ficar sozinha me contou que está sem namorado faz praticamente um ano e que tem se sentido extremamente carente. Todos os encontros que teve depois deste namoro terminaram em duas ou três saídas, no máximo. ‘Ninguém se interessa por mim!’, reclamou ela num tom de tristeza e lamentação.
O amigo, por sua vez, me contou que se sente chateado porque não consegue se apaixonar por ninguém há uns três anos. Confessou que as relações que vêm tendo durante este tempo, embora sejam afetuosas, não lhe trazem aquela
sensação inexplicável de estar envolvido, entregue, com aquele sorriso fácil nos lábios...
Eu sei que o que todos nós desejamos, no final das contas, é sentir exatamente o que canta Zeca Baleiro, na música ‘Telegrama’:
... hoje eu acordei
Com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho e desejar bom dia
De beijar o português da padaria...
Mas o fato é que isso não acontece todos os dias... E se pensarmos um pouco, não poderia ser diferente. Se fosse banal, corriqueiro, cotidiano, não seria tão transformador, não seria tão especial...
Só que não queremos esperar. Não queremos aprender a lidar com a tristeza, com o vazio, com a solidão. Não queremos, sobretudo, aprender com todos os sentimentos que esse tempo em que ficamos sós nos traz. Aliás, sequer nos
permitimos descobrir o quanto pode ser bom ficar sozinho de vez em quando.
Muitas vezes, entramos numa ansiedade exagerada, destrutiva, que mina nossa auto-estima; e, assim, somos esmagados por uma cobrança interna que nos
rouba o bom-senso e a capacidade de fazer escolhas.
Começa a valer o ditado ‘o que vier, é lucro’, mas em pouco tempo, percebemos que o preço a pagar por escolhas mal-feitas é alto demais.
Relações que não nos acrescentam; pelo contrário, servem para bagunçar ainda mais os nossos dias e aumentar a sensação de frustração e de incompetência emocional.
Claro, ‘engolimos sem mastigar’, numa tentativa desesperada de acabar com a solidão... E aí eu pergunto: por que é que resolvemos acreditar que a solidão é algo tão ruim? Será? Será mesmo que não há nada de proveitoso, de bom e prazeroso que podemos fazer enquanto estamos descomprometidos?
E mais: será que é possível se apaixonar a cada 15 dias ou assim que acaba uma relação? Será que é produtivo emendar uma relação na outra sem ter tempo sequer de se questionar quais são seus verdadeiros desejos?
E, por fim, será mesmo que estar com alguém é remédio para todas as nossas dores, solução para todos os nossos problemas e o fim de todas as nossas
angústias?
Penso que é somente quando relaxamos e entendemos que estar com alguém e, principalmente, apaixonar-se e sentir-se feliz são conseqüências de uma harmonia interna, que compreendemos que somos seres genuinamente sós e que o
outro é um presente a ser compartilhado e não uma necessidade dolorida, desesperada, insana...
Aí sim poderemos experimentar relações mais leves, mais gostosas e mais maduras ou... ficaremos sós e nos sentiremos bem. Em fase de espera, sim, mas sem tanta tristeza; apenas respeitando o ritmo dos corações e sabendo que uma relação gostosa e apaixonada acontece quando a gente realmente tem espaço para ela...
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Só não se esqueça de que o outro te vê como você se mostra!
A maioria de nós já caiu numa armadilha aparentemente banal, mas que é, na verdade, bastante perigosa: a de acreditar que o outro sabe quem somos sem que tenhamos de nos mostrar a ele...
Em decorrência desta crença, muitas pessoas têm vivido experiências frustrantes e amargado sentimentos de tristeza e decepção sem ao menos compreender o que é que fizeram de errado.
O problema é que temos nos perdido entre pensamentos e emoções, fantasias e realidade, especialmente quando o tema é relacionamento, romance e o desejo genuíno de sermos aceitos e queridos pelo outro.
Achamos – equivocadamente – que o outro deve perceber, de alguma forma, o que queremos com ele, o que esperamos da relação ou de uma situação específica. Por algum motivo que ainda não sei exatamente qual é, simplesmente acreditamos que não precisamos nos mostrar para a pessoa por quem estamos interessados como nos mostramos para um amigo íntimo, por exemplo.
Não estou dizendo que o outro tem de saber absolutamente tudo o que pensamos e sentimos, mas precisa sim – com toda a certeza – enxergar aquilo que desejamos que ele reconheça em nós. E só existe um modo de fazer isso acontecer: mostrando-nos, falando, deixando claro, seja através de atitudes, comportamentos sutis ou palavras.
Acontece que vivemos na era das ‘formas prontas’. Além das medidas físicas, das roupas, dos cabelos preestabelecidos, e além da busca insana por botox, silicone, academia, dietas, entre outros exageros cometidos sem o mínimo de consciência real, resolvemos apostar que precisamos nos comportar como o parceiro ideal, aparentemente perfeito. E tentamos, a todo custo, nos moldar a este formato inventado sabe-se lá por quem...
Outro dia, numa mesa de bar com uns amigos, falávamos sobre casar, namorar, ter filhos, ficar, beijar entre outros atos que demonstram vontade de estar com alguém. E a impressão que me deu, ao voltar para casa, é que quase ninguém se assume. Quer tudo isso, mas por alguma razão estúpida e incoerente, resolveu acreditar que o bonito é não querer, é não demonstrar suas verdadeiras intenções, como se a relação fosse um jogo de enigmas a serem desvendados.
Aos amigos, ainda se atrevem a revelar seus sentimentos e desejos, mas basta que alguém se aproxime para que rapidamente vistam a fantasia de desencanados, livres e independentes. Só faltam dizer com todas as letras: estou muito bem sozinho, obrigado!
E daí, é só observar: quanto mais a pessoa tenta esconder o que quer, mais seus desejos escapam sem que ela perceba. Assim, embora sustentem com relativa facilidade o estilo ‘tô nem aí pra você’, dois dias depois estão ligando sem parar, cobrando a presença do outro, fazendo de tudo para que os encontros continuem e... lá se foi toda a pose, dando lugar a uma atitude pedante, autônoma, sem a menor noção de que tudo isso está apenas deixando claro o quanto não precisamos fazer tanta força para parecermos algo que não somos, para corresponder a uma imagem que, em última instância, não existe, não é condizente com o coração humano.
Portanto, se você quer que o outro saiba que você sente vontade de se casar, de ter uma família, de viver um romance, de ter filhos, de se relacionar comprometidamente ou – por outro lado – que você não sente vontade de nada disso neste momento, mostre, fale, deixe claro! Obviamente vai correr o risco de vê-lo ir embora, mas ao menos terá sido coerente com o que verdadeiramente quer.
É muito mais fácil e honesto admitirmos que temos medo de não agradar, de assustar o outro ou de parecer cafonas ou antiquados, mas chega de agirmos de forma subterfugia, parcial, mascarada. Chega de agirmos arbitrariamente, imprimindo no outro impressões falsas sobre nós, que não correspondem com o que realmente carregamos em nosso coração.
No final das contas, é justamente essa mistura entre a imprecisão e a espontaneidade, a cautela e a vontade, o desejo e o medo do desconhecido que torna o amor uma alquimia imperdível. Com um pouco mais de ousadia e coragem, experimente mostrar quem você é... e quem sabe você surpreenda mais do que imaginava ser capaz?!
Em decorrência desta crença, muitas pessoas têm vivido experiências frustrantes e amargado sentimentos de tristeza e decepção sem ao menos compreender o que é que fizeram de errado.
O problema é que temos nos perdido entre pensamentos e emoções, fantasias e realidade, especialmente quando o tema é relacionamento, romance e o desejo genuíno de sermos aceitos e queridos pelo outro.
Achamos – equivocadamente – que o outro deve perceber, de alguma forma, o que queremos com ele, o que esperamos da relação ou de uma situação específica. Por algum motivo que ainda não sei exatamente qual é, simplesmente acreditamos que não precisamos nos mostrar para a pessoa por quem estamos interessados como nos mostramos para um amigo íntimo, por exemplo.
Não estou dizendo que o outro tem de saber absolutamente tudo o que pensamos e sentimos, mas precisa sim – com toda a certeza – enxergar aquilo que desejamos que ele reconheça em nós. E só existe um modo de fazer isso acontecer: mostrando-nos, falando, deixando claro, seja através de atitudes, comportamentos sutis ou palavras.
Acontece que vivemos na era das ‘formas prontas’. Além das medidas físicas, das roupas, dos cabelos preestabelecidos, e além da busca insana por botox, silicone, academia, dietas, entre outros exageros cometidos sem o mínimo de consciência real, resolvemos apostar que precisamos nos comportar como o parceiro ideal, aparentemente perfeito. E tentamos, a todo custo, nos moldar a este formato inventado sabe-se lá por quem...
Outro dia, numa mesa de bar com uns amigos, falávamos sobre casar, namorar, ter filhos, ficar, beijar entre outros atos que demonstram vontade de estar com alguém. E a impressão que me deu, ao voltar para casa, é que quase ninguém se assume. Quer tudo isso, mas por alguma razão estúpida e incoerente, resolveu acreditar que o bonito é não querer, é não demonstrar suas verdadeiras intenções, como se a relação fosse um jogo de enigmas a serem desvendados.
Aos amigos, ainda se atrevem a revelar seus sentimentos e desejos, mas basta que alguém se aproxime para que rapidamente vistam a fantasia de desencanados, livres e independentes. Só faltam dizer com todas as letras: estou muito bem sozinho, obrigado!
E daí, é só observar: quanto mais a pessoa tenta esconder o que quer, mais seus desejos escapam sem que ela perceba. Assim, embora sustentem com relativa facilidade o estilo ‘tô nem aí pra você’, dois dias depois estão ligando sem parar, cobrando a presença do outro, fazendo de tudo para que os encontros continuem e... lá se foi toda a pose, dando lugar a uma atitude pedante, autônoma, sem a menor noção de que tudo isso está apenas deixando claro o quanto não precisamos fazer tanta força para parecermos algo que não somos, para corresponder a uma imagem que, em última instância, não existe, não é condizente com o coração humano.
Portanto, se você quer que o outro saiba que você sente vontade de se casar, de ter uma família, de viver um romance, de ter filhos, de se relacionar comprometidamente ou – por outro lado – que você não sente vontade de nada disso neste momento, mostre, fale, deixe claro! Obviamente vai correr o risco de vê-lo ir embora, mas ao menos terá sido coerente com o que verdadeiramente quer.
É muito mais fácil e honesto admitirmos que temos medo de não agradar, de assustar o outro ou de parecer cafonas ou antiquados, mas chega de agirmos de forma subterfugia, parcial, mascarada. Chega de agirmos arbitrariamente, imprimindo no outro impressões falsas sobre nós, que não correspondem com o que realmente carregamos em nosso coração.
No final das contas, é justamente essa mistura entre a imprecisão e a espontaneidade, a cautela e a vontade, o desejo e o medo do desconhecido que torna o amor uma alquimia imperdível. Com um pouco mais de ousadia e coragem, experimente mostrar quem você é... e quem sabe você surpreenda mais do que imaginava ser capaz?!
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