Além da suspeita mundana, muito além da inquietude febril das metrópoles embelezadas pelas luzes coloridas artificiais, existe um templo de pedras preciosas, em cujo interior só os iniciados do amor é permitido adentrar.
Ali, durante o dia, as rochas são banhadas pela luz do sol, mas ao cair da noite, quando as estrelas começam reluzir, a claridade interna do templo se faz por uma única luz natural, a luz do amor maior.
Certo dia, um neófito, aprendiz da oculta e sagrada ciência, conversando com o ancião do templo, perguntou-lhe: Mestre, eu tenho estudado e meditado tanto sobre o amor, mas tantos obstáculos interpoem-se entre meu coração e minha alma e nunca chego a uma resposta conclusiva. O mestre ancião, olhando em seus olhos, interroga-lhe: E quais são esses obstáculos filho?...
O maior obstáculo que se faz dúvida em minhas meditações é que eu jamais cheguei a ter a resposta do que é maior, a amizade ou o amor, podeis responder-me?...
O mestre desenhou um círculo no chão e do centro riscou algumas linhas semelhantes aos raios da luz solar. Fora do círculo rabiscou algumas linhas onduladas e perguntou ao neófito: O que vês nesse desenho?...
Uma lágrima logo apontou no doce olhar do aprendiz, respondendo ao seu mestre: Eu não só vejo como sinto a verdade apresentar-se ao meu coração. E qual é essa verdade, indaga-lhe o mestre. A verdade é que não existe amizade sem amor e este nasce na alma produzindo a amizade no coração, então um não vive sem o outro, assim, onde não existe amor não pode haver amizade e onde existe amizade ali também está o amor, não havendo divisão de tamanho.
Então não só descobriste que a amizade é um elo do amor, mas que também a verdade é o início do caminho da luz.
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