Em nome da hegemonia política, Esparta esmagou Atenas, em guerras sangrentas, depois de vencer Tebas, Mantinéia, Megalópolis, senhoreando-se das demais ilhas gregas, plantando seus marcos de triunfo nas terras conquistadas. Enquanto toda a Hélade chora a dor dos filhos, Esparta canta um hino de triunfo e liberdade nas ruas engalanadas.
Em regozijo à sua eleição como povo escolhido, Israel trucida os filisteus e todos os povos nômades de sua fronteira, em lutas lamentáveis e demoradas e, clamando por liberdade, insurge-se posteriormente contra o romano dominador que lhe arrebata o cetro.
E em todos os tempos, enquanto os dominadores exaltam a liberdade, os dominados clamam por ela.
Testemunhando seu amor a Jesus, Pedro, o Eremita, inicia a pregação das Cruzadas, na Europa, para libertar o túmulo vazio do Mestre, na Ásia, desencadeando a série de guerras desnecessárias que enlutaram tantas nações.
Foi igualmente em nome da liberdade que a França desencadeou a terrível hecatombe que ensangüentou a Europa no último quartel do século XVIII.
E até hoje o panorama continua o mesmo. A prepotência estabeleceu as diretrizes da dominação e, em nome dos direitos humanos, a força sobrepõe-se à fraqueza, na posição de protetora e - como não dizer? - também de algoz.
No Evangelho de Jesus, anunciado há vinte séculos, a liberdade atinge seu mais nobre lugar. Através da revolução pacífica da moral e dos costumes, o Cristo é o protótipo do homem livre.
Diante de Pilatos, escarnecido e humilhado, permanece digno e nobre. Atado ao poste do suplício, alça-se a Deus e comunga com Ele.
Pregado à cruz entre apupos e zombarias, mantém o padrão elevado da liberdade, perdoando aos próprios algozes.
Assinado, volta do túmulo em esplendorosa manhã, caminhando livremente ao lado dos companheiros atônitos e receosos.
O Evangelho é a grande lição de liberdade que o mundo conhece.
Durante dezesseis séculos fez-se dele peia e açoite, sem se conseguir destruí-lo, entretanto.
A História fala-nos de santos e mártires que experimentaram punições cruéis e atrozes suplícios, vivendo na liberdade gloriosa da fé cristã, embora presos e martirizados até a morte. É que o Mestre expressara, na sua eloqüência sábia, que liberdade é condição de alma isenta de paixões. Por isso, alentou os discípulos, indagando: “Que medo podem fazer aqueles que matam apenas o corpo e nada podem fazer à alma?”
Liberdade não é, portanto, estado de movimentação para o corpo, mas condição de alma no corpo.
***
Acreditava-se, antes, que o Evangelho era uma cadeia a jungir o crente ao carro do dever, proibindo-o tudo, tudo condenando. Graças, porém, à Revelação Espírita, o Evangelho passa a ser encarado na sua legítima situação de dínamo poderoso, capaz de transformar homens tíbios em gigantes, dando energia para a vitória sobre todos os males. Porque o Evangelho é mensagem de luz e esclarecimento, e o homem, beneficiado pelo conhecimento evangélico, opera o auto-descobrimento que o felicita e liberta.
Evangelho - caminho da liberdade rumo à perfeição.
Liberdade - mensagem do Evangelho trazida por Jesus ao presídio humano.
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