sábado, 8 de novembro de 2008

Encontrando o amor

Olhava o modo como chegava.
Seu silêncio, sua desconexão.
Faltava-lhe alegria, faltava-lhe o ar.
Punha-se, quieta, a pensar no sofá da sala, trancada em suas ilusões.
E eu observava sua dificuldade em alcançar, em encontrar e sentir o Amor, que por ali passava, parecendo querer roubá-la para um doce, um chá;
parecendo querer seu sorriso, sua doçura, sua real natureza.
Via que passava horas tentando convencê-la a levantar-se, a sair, a caminhar.
E os dias se passavam daquela forma.
Ele, o Amor, não desistia da sua natureza em amar.
Ela acreditava não poder fazer parte do que ele lhe propunha.
Um dia chegou da mesma forma.
Em silêncio, sozinha e confusa.
Ele, pela primeira vez, sentou-se ao seu lado e nada fez.
Ela estranhou, mas achou melhor desprezar o fato.
E algumas horas se passaram sem que o Amor nada fizesse.
Ela, por vezes, fitava-o, querendo descobrir o que estava acontecendo.
De repente, ele se pôs em pé. Parecia ir embora...
Quando ela chorou, pedindo-lhe para ficar.
Naquele momento, os olhos dela iluminaram-se.
Ela havia aberto a sua porta, havia manifestado a sua vontade.
Encontrara o Amor.
E então, eles puderam dançar juntos, saborearam os doces e os chás.
Saíram para ver o sol, tomaram chuva e oraram a Deus.
Ela pôde sentir a bênção em ser filha do Pai.
Quando o Amor a olhou nos olhos e se despediu.
Ela não acreditou e perguntou:
Porque me abandonas exatamente no momento quando mais preciso de ti?
E ele respondeu:
Na verdade, Criatura de Deus, não te estou abandonando.
Apenas descobriste que és concebida do Amor.
E agora poderás prosseguir com seu próprio coração, pois nele encontra-se tudo de que necessitas.
Enquanto isso, vou à procura de outros que, como tu, precisam descobrir que são o que eu sou, para voltarem a ser o que sempre foram:
O Amor!

Sem comentários: