sexta-feira, 29 de maio de 2009

ERA MEU FILHO

Havia um povo que morava ao pé da montanha. Suas vidas transcorriam em paz, enquanto eles se esmeravam no amanho da terra, cultivando flores e árvores frutíferas.

Formavam uma grande família, onde uns auxiliavam os outros, no cuidado com as crianças, a disciplina aos jovens, a educação da madureza.

No alto da montanha, uma outra comunidade se desenvolvia.

Eram criaturas não tão gentis, nem tão disciplinadas.

Um povo desconhecia o outro, porque as vias de acesso eram íngremes, tomadas por densa mata.

Um belo dia, o povo da montanha resolveu descer ao vale, na busca de riquezas. Surpreendeu-se ao descobrir pessoas trabalhadoras, de bom trato e tão solidárias.

Encantou-se com seus pomares e jardins e, por observar como eles enfrentavam tudo com disposição, auxiliando-se mutuamente, decidiram levar uma semente daquela preciosidade para a sua vila.

Assim, escolheram uma criança. Um bebê lindo de olhos brilhantes, através dos quais parecia traduzir a sua inteligência aguçada. E, quando empreenderam sua viagem de retorno, o raptaram, desaparecendo entre a vegetação abundante, montanha acima.

A pobre mãe, ao descobrir o berço vazio, caiu em quase desespero. O conselho da comunidade se reuniu. Os homens optaram por se unirem e resgatar o pequenino.

Juntaram provisões, cobertores, roupas quentes, pois imaginavam que à medida que subissem, teriam que enfrentar os ventos gélidos, que soprariam violentos.

Partiram. Os dias passaram lentos e angustiantes para toda a pequena cidade. Os olhos a cada instante se voltavam para cima, no intuito de ver se a expedição retornaria vitoriosa.

Finalmente, os homens regressaram... Mas de mãos vazias. Embora seus esforços, as várias tentativas, eles haviam se perdido entre as trilhas da montanha e não tinham conseguido encontrar o caminho que os conduziria ao povo de cima.

Estavam arrasados, sentindo-se fracassados e até envergonhados em ter que confessar sua incapacidade em vencer a montanha e trazer de volta o pequenino habitante raptado.

Foi então que um leve choro de bebê lhes chamou a atenção. Voltaram-se todos na direção do som e viram a pobre mãe que tivera seu bebê raptado vir ao encontro deles.

Nos braços, ela trazia um invólucro precioso. Era o seu bebê. Ela estava com as roupas rasgadas pelos espinheiros, a pele queimada pelo frio, mas o bebê estava todo enrodilhado em uma manta, protegido. São e salvo.

- Como você conseguiu? - Foi a pergunta de todos. - Como, se nós, homens vigorosos e treinados em andanças, não conseguimos encontrar a trilha certa e vencer a montanha? Como você uma mulher, sozinha, conseguiu ir até o topo e resgatar o bebê?”

E a mãe, aconchegando ainda mais ao peito o fardo pequenino, sorriu e respondeu:

“Muito simples. Eu consegui porque era o meu bebê que estava lá em cima.”

* * *


Para o amor verdadeiro não existem barreiras intransponíveis. Nada que ele não possa vencer, transpor, conquistar.

E de todos os amores que existem na terra, o amor de irmãos, de amigos, de namorados, de esposos, nada mais sublime do que o amor de mãe.

É o amor que ama, mesmo que não receba retorno algum do ser a quem se dedica. Tem a capacidade de sobreviver a todas as tragédias e continuar fiel, mesmo diante de guerras de ingratidão e de sofridas batalhas de solidão.

Felizes todos aqueles de nós que valorizamos o amor grandioso e incondicional dessa mulher chamada mãe.

Pensamento

As mães, sem dúvida, são como estrelas nos céus da humanidade, iluminando as horas de sombra e as noites tormentosas do mundo.

Enquanto permaneçam no ideal de servir, na condição de co-criadoras com Deus, a alegria e a esperança estarão de braços dados edificando o futuro, por mais cruéis que sejam as ameaças de extinção da raça humana, pelos ódios, pelos vícios, pelos crimes, pelas guerras.

Por todas essas razões é que muitas mães são consideradas anjos protetores da humanidade.

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