segunda-feira, 25 de maio de 2009

JUNTOS

Bob era um veterano da guerra do Vietnã. E na guerra deixou suas duas pernas, à conta da explosão de uma mina.

Foi recebido em seu país, como herói. Mas verdadeiramente herói ele demonstrou ser, vinte anos depois de seu retorno.

Isso porque o verdadeiro heroísmo brota do coração.

Era o ano de 1985 e ele trabalhava em sua garagem, num dia quente de verão. De repente, a tranqüilidade das horas foi rompida pelos gritos de uma mulher.

Bob verificou que os gritos vinham da casa vizinha e, com rapidez, moveu sua cadeira de rodas naquela direção.

Entretanto, a vegetação densa que ali existia, não permitia o acesso da cadeira.

Os gritos continuavam, desesperadores e ele não teve dúvidas. Jogou-se ao chão e foi se arrastando, entre os arbustos.

Quando chegou à casa ao lado, percebeu que os gritos vinham da piscina. Era a mãe de uma criança de apenas 3 anos que assim se expressava, quase em histeria.

A criança caíra na piscina. Era uma garotinha com deficiência física: nascera sem os braços. Não tinha como nadar.

Bob mergulhou até o fundo e trouxe a pequena Stephanie de volta.

Ela não tinha pulso, o rosto estava azulado. Não respirava.

Ele praticamente ordenou à mãe que chamasse os bombeiros, enquanto iniciou manobras de ressuscitação na criança.

Quando a mãe retornou, ainda aflita, informou que os para-médicos iriam demorar um pouco, pois se encontravam em outro atendimento.

Ela chorava, sem saber o que fazer. Mas Bob foi quem a sossegou.

Não se preocupe. Eu fui os braços dela para sair da piscina.

Agora sou os seus pulmões.

Não se preocupe. Juntos, vamos conseguir.

Alguns segundos mais e a menininha tossiu, recobrou a consciência e começou a chorar.

Mãe e filha se abraçaram.

Como você sabia que tudo ia dar certo? – perguntou depois ao veterano de guerra a vizinha agradecida.

Minha senhora, quando a mina explodiu, arrancando-me as pernas, eu estava sozinho num campo.

Não havia ninguém para ajudar. Apenas uma menininha vietnamita.

Enquanto eu lutava, me arrastando, para chegar ao seu vilarejo, ela ficava repetindo, num inglês atravessado: ‘Está tudo bem. Você vai viver. Eu ser suas pernas. Juntos nós conseguir.’

Bem, eu consegui com a ajuda da garotinha. Agora, foi a minha oportunidade de retribuir o favor.

E fico feliz por isso. É uma forma de dizer a Deus que agradeço por estar vivo.

Pense nisso!

Quase sempre colocamos limites para nossas atuações no bem. Pensamos muito antes de agir. O que faz que, por vezes, o socorro chegue atrasado.

Dizemos que não temos dinheiro para ajudar a quem precisa, que não temos tempo, que não sabemos o que fazer.

Pensemos um pouco:

Quem realmente se importa com o outro e quer, age. Com o que tem, como pode, onde possa.

Mesmo porque, por vezes, somos a única opção de auxílio a alguém.

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