No jardim dos mais belos sonhos,
ele buscou plantar lindas rosas,
cuidando com todo desvelo e carinho,
para florescerem na primavera do amor.
Cresciam vigorosas coroando os canteiros
da glória infinita que a natureza dispõe,
para amenizar o peso do cotidiano,
daqueles que as buscam na contemplação.
Houveram momentos de enlevado deleite.
Os dedos acariciavam as pétalas acetinadas,
e o doce perfume inebriava as entranhas.
Desabrochavam-se os corações apaixonados.
Porém, numa quente tarde de outono,
escurecido o céu com pesadas nuvens,
a chuva veio com força descomunal,
despedaçando as rosas sem piedade.
Em desespero, o jardineiro de ilusões
correu por entre as flores sem acreditar,
que todo o seu trabalho fora destruído,
pela própria natureza, em sua fúria.
Encharcado pela chuva e pelas lágrimas,
quedou-se cansado no meio das flores.
Recolheu uma rosa e a aproximou de si,
percebendo nela, uma lágrima rubra.
Neste momento de profunda emoção,
relembrou a sua trajetória amorosa.
Quantas vezes chorou escondido,
tal qual a rosa, por sentir-se perdido.
A chuva que inundou a sua alma,
no princípio trouxe tristes lágrimas,
mas depois as vibrantes cores do arco-íris,
inundaram sua vida de novas esperanças.
Assim é a vida, somos nós e a natureza.
Surpreendentes, inquietos e passionais,
atuando em ciclos que se alternam,
tendo como alvo a sonhada harmonia.
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