sexta-feira, 9 de maio de 2008

Folhas perdidas

Caminhando nas folhas mortas da minha memória
as pisando, me parece que crepitam com vida
os sons daqueles estalados de folhas secas ,
que pareciam mortas, folhas de tantos outonos de minha vida

algumas a secarem naturalmente cairam
outras arancadas, com seivas e gotejar, doloridas
por todos outonos que passei, quanta roupagem mudei
por força das imtemperies do dia a dia de minha saga vivida

desde os primeiros folhares, dos verdes inocentes
as primeiras quedas de folhas imberbes
apenas roupagens inocentes
as primeiras perdas de folhas vivas, torturas da vida

Ao crescer das vaidades pueris, as vaidades imorais
das infantilidades as maturidades, corredores de veleidades
as tão mutantes adolescentes fases
aos jovens adultos presumidos imortais, de fragilidade transparente

por tanta seiva perdida, por tantos ramos decepados
por tantas folhas caidas, ou dolorosamente arrancadas
cresci, e vi, não somente em mim, mas na vida
os ritos de passagem, as fases, as idades, as evolutivas dores

as marcas no corpo talhadas, na casca deformada
muitas enrrugadas no corpo sofrido de firmes raizes
Amadurecimento, sabedoria mãe de toda experiencia,
bem sucedida ou fracassada,

Involução do corpo, purificação da alma
folhas mortas das lembranças vivas
Folhas vivas farfalham sob as brisas da vida
Sábias, nem caidas nem arrancadas, apenas ofertadas...

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