domingo, 11 de maio de 2008

Retrato de Mãe

* “Em belíssima e comovente poesia, intitulada “Retrato de Mãe”, Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo espírito Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre.
No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento, preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:

“Amo-te filho meu, amo-te e quero
Ver-te, de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...

E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desgarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: - quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!...

No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus”.

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