segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Quem nunca

Quem nunca se surpreendeu consigo mesmo? Eu não acredito que disse isso, que fiz isso, que penso assim! Quando podemos, nós mesmos, nos surpreender, é que provamos que a vida é esse monte de vivências, umas em cima das outras, onde as certezas e as incertezas ora dão-se as mãos, ora contradizem-se e isso faz todo um mundo diversificado, misterioso e belo.

Todo dia aprendo alguma coisa, como todo mundo, aliás. Nem sempre me dou conta imediatamente, mas depois tomo consciência. Às vezes de forma dolorosa e outras, surpreendentemente bonita.

Não, o mundo não é como um lindo bolo de aniversário, confeitado, belo e quando cortamos o que tem dentro nem sempre é saboroso. Mas é o símbolo da festa e só porque existe, existe festa. Fazemos parte dele, completamente. Mesmo quando o que sobra são restos dos momentos passados, uma música que continua a tocar quando todo mundo já foi embora e é hora de apagar as luzes.

Aprendi e tenho aprendido a caminhar sobre as águas. Não como um passe de mágica, ilusório, mas com os olhos fixos numa promessa na qual acredito, me apego e que me leva para além mar. Só caminha pelas águas quem possui os olhos da fé, que agradam a Deus e o levam a Si. Não há regras que dizem que nunca vamos chorar, mas não há também que afirmam que não podemos atravessar. E, olhos marejados, ocultando a visão do que está por vir, seguimos assim a trajetória da vida, preparada com tanto carinho por Aquele que nos amou antes e mais que tudo.

O primeiro texto de hoje fala sobre isso: o caminhar sobre as águas! quem não conhece a história de Pedro que caminhou enquanto acreditou e, uma vez que duvidou, começou a afundar? Ah! A certeza nos conduz à Verdade e a Verdade nos conduz à vida e à sua plenitude.

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