A voz, doce e quente, do Pastor, conclamava:
“Vinde os cansados sob fardos, exauridos pelos desenganos, sofridos nas circunstâncias existenciais, desanimados em razão da perda da esperança!”
“Ateai o fogo da alegria no feno da tristeza, no combustível em reserva, que restou das aspirações nobres, nas reminiscências das ofensas, nas cercas das dificuldades!”
“Erguei barreiras ao vício, impedimentos ao erro, dificuldades ao mal, utilizando a virtude do amor, o exercício da dignidade, a insistência no bem.”
“A tempestade que ameaça e arrasa, também modifica a paisagem, rarefaz a atmosfera, reverdece a terra...”
“E passados os momentos rudes, a brisa mansa oscula as ramagens quebradas, o solo encharcado, a terra ferida em sulcos profundos, anunciando as flores que virão, a gramínea que se recomporá, o pomar que se repletará de frutos.
“Ouvi, diz Ele, os cardos também se abrem em flor, os cadáveres fertilizam o chão, o charco se transforma em regato, sob as dadivosas mercês do Pai.”
“Estrelai, com a esperança da fé, as vossas noites de solidão e cantai o amor aos ouvidos desamados.”
“A vossa música, se nascer do coração permanecerá para sempre na acústica das almas que vos escutarem.”
“O cansaço, o desengano, a exaustão e o abatimento cederão lugar às manifestações da felicidade em forma de saúde, alegria e paz.”
Assim falou o Pastor.
Desde então os fracos tornam-se fortes, os tristes fazem-se alegres, os pobres adquirem fortunas, os enfermos restauram a saúde...
Uma canção, suave e morna, aquece o mundo, os homens, os animais e a vida não silenciando jamais.
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