sexta-feira, 16 de maio de 2008

A LÍNGUA

“A língua também é um fogo”. (Tiago: 3:6)



A desídia das criaturas justifica as amargas considerações de Tiago em sua epístola às comunidades do Cristianismo.

O início de todas as hecatombes do planeta localiza-se, quase sempre, no mau uso da língua.

Ela está posta entre os membros do organismo humano como o pequeno leme de uma embarcação poderosa, como lembra o grande apóstolo de Jerusalém. Em sua potencialidade está o recurso sagrado de criar, como o leme de proporções reduzidas foi instalado para conduzir.

A língua guarda a centelha divina do verbo mas o homem, de um modo geral, costuma desviá-la de sua função grandiosa para o pântano de cogitações subalternas e aí a temos como fonte de quase todos os desvarios da Humanidade sofredora, cristalizada em propósitos mesquinhos, à míngua de humildade e de amor.

A guerra nasce da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos. As grande tragédias sociais se originam da linguagem dos sentimentos inferiores.

Poucas vezes a língua do homem há consolado e edificado aos seus irmãos; notemos, porém, que a sua disposição é sempre ativa para excitar, disputar, deprimir, enxovalhar, acusar e ferir desapiedadamente.

O discípulo sincero encontra nos apontamentos de Tiago uma tese brilhante para todas as suas experiências. E quando chegue a noite de cada dia será justo que interrogue a si mesmo: “Terei hoje utilizado a minha língua como Jesus utilizou a dele?”

Sem comentários: