sábado, 14 de fevereiro de 2009

Há pessoas que desistem da felicidade

Renunciam, como quem renuncia a um prêmio não merecido.

Mas essa renúncia não se faz de forma consciente e clara.

Ninguém diz: à partir de agora não quero mais ser feliz.

Não.

O que acontece é bem pior, pois a pessoa não se dá conta do perigo que se instalou dentro dela.

Abandonar-se é afastar de si as probabilidades de momentos que poderiam ser eternos e inesquecíveis.

São tantas as marcas deixadas pelas decepções, tantas feridas que nunca chegam a cicatrizar, tanta dor latente, que o que acontece é que perdemos a capacidade de acreditar nas coisas boas.

Dizemos que amor verdadeiro não existe, que pessoas com as quais sonhamos não existem, que da vida não esperamos mais nada.

Nos resignamos a viver o dia-a-dia como se não tivéssemos outra opção.

Não vemos mais a felicidade como objetivo, mas como oportunidade perdida de maneira irremediável.

Morremos de inveja quando vemos alguém feliz, mas não tomamos a decisão de na manhã seguinte partirmos para a luta por uma conquista cara ao coração.

Deixamos de dar valor mesmo ao que já faz parte da vida e que contribui, de maneira ou de outra, a manter a razão da existência.

Mas felicidade não é um todo e nem tampouco algo de uma vez por todas.

Felicidade são gotas de bons momentos que passamos aqui e ali, são horas agradáveis que desfrutamos com as pessoas que são importantes pra nós, são coisas que ficam gravadas no nosso coração para sempre para manter-nos de pé quando a maré estiver baixa.

Raras são as pessoas que podem afirmar que nunca tiveram um momento de verdadeira felicidade.

Ricos são os que guardam esses momentos e os reavivam na hora certa.

Tristes são as pessoas que os jogam fora e deixam que percam de valor empoeirados em um recanto qualquer da vida.

Felicidade não é nenhuma recompensa, é um direito natural de todo ser humano.

Se você já foi feliz um dia, mesmo que por um momento, isso pode encher seu coração de esperança.

Porque o sol volta, a chuva volta, mesmo as tempestades voltam, mas os bons momentos voltam também.

Sem comentários: