domingo, 8 de fevereiro de 2009

"PRISIONEIROS E LIBERADOS"

Paixão e amor são coisas diferentes, apesar do parentesco próximo.
Alguns acreditam que todo amor inicia com uma paixão, outros que as paixões são efêmeras e que os amores são para sempre, enfim, há verdades para cada gôsto.
A minha verdade que não é muito original, é a seguinte:
a maior diferença entre a paixão e o amor é que a paixão escraviza e o amor liberta, o que parece contraditório, pois geralmente nos apaixonamos quando estamos livres e começamos a amar depois de comprometidos.
A paixão escraviza porque te torna refém do telefone, do correio eletrônico e demais sinais sonoros e visuais de reciprocidade.
O amor liberta porque tem certeza do sentimento do outro, e se não tem, ao menos tem certeza do próprio sentimento, e isso faz com que a gente gaste nosso precioso tempo pensando em outras coisas igualmente importantes, como trabalho, viagens, leituras e amigos.
A paixão escraviza porque faz planejar cada frase dita e cada detalhe escolhido.
O amor liberta porque está dominado.
Não precisa forjar as provas da sua existência.
Não corre o risco de terminar apenas porque ela está acima do pêso ou ele está com a camisa furada.
O amor acontece por dentro.
A paixão escraviza porque corre contra o relógio: a qualquer momento o(a) outro(a) pode descobrir que não somos tão legais assim e tirar o time.
O amor liberta porque ultrapassou o tempo do "qual é o seu ascendente?" e tem o tempo inteiro do mundo para gastar com parceria, trocas profundas de idéias e carinhos, e muito silêncio compartilhado sem cobrança..
A paixão escraviza porque a concorrência é acirrada: toda a torcida do Flamengo quer se apaixonar e o prazo se esgota no domingo.
O amor liberta porque é raro, exige intimidades maiores que ficar juntos por apenas uma festa, exige cumplicidade e dedicação, e como nem todos estão a fim deste esfôrço, passam rápido por aquele(a) que poderia ser o amor eterno deles(as), mas que é todo seu.

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