A Festa de Cristo Rei foi criada por Pio XI, (1922-1939) em
1925 como arma especial contra as forças consideradas destruidoras dos
tempos.
O ano de 1925 era também o 16° Centenário do Primeira Concílio
Ecuménico de Niceia (325), que claramente ensinou a unidade de Cristo
com o Pai.
Da parte da Igreja já havia a esperança de que os Estados civis
reconhecessem Cristo como Rei.
Os condicionalismos sociais e históricos modificaram-se por completo e
foi então possível a celebração desta festa no seu verdadeiro contexto
litúrgico e teológico.
As leituras da Escritura dão ênfase ao fim último da peregrinação da
Igreja ao encontro do Senhor.
Cristo é efectivamente Rei, mas numa ordem diferente da temporal, como
Ele mesmo afirmou :
- O Meu Reino não é deste mundo. (Jo.18,36).
A Igreja liberta-se de compromissos terrenos, a maior parte das vezes
contrários à sua missão específica de evangelizadora e defensora dos
fracos.
Este domingo especial é assim uma espécie de Último Dia do Senhor.
A realeza de Cristo reflecte-se na Igreja, não no seu esplendor e
poderio social, mas na vivência da justiça e da caridade.
S. Lucas é o único Evangelista que nos apresenta uma conversa de Jesus
na Última Ceia que é como o Seu Testamento ou a Sua Última vontade :
- "Levantou-se entre eles uma disputa sobre qual deles devia ser
considerado o maior. Jesus disse-lhes : Os reis das nações imperam
sobre elas e os que nelas exercem autoridade são chamados benfeitores.
Convosco não deve ser assim; que o maior entre vós seja como o menor,
e aquele que mandar, como aquele que serve. Pois quem é maior ? O que
está sentado à mesa ou o que serve ! Não é o que está sentado à mesa ?
Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve. Vós estivestes
sempre junto de Mim nas Minhas provações, e Eu disponho a vosso favor
do Reino, como Meu Pai dispõe dele a Meu favor, a fim de que comais e
bebais à Minha mesa, no Meu Reino. E sentar-vos-eis, em tronos, a
julgar as doze tribos de Israel". (Lc.22,24-30).
A ideia do Reino de que Cristo é ao mesmo tempo Rei e Servo, deve
aplicar-se com mais propriedade à Igreja que como Serva deve todavia
reinar no Mundo para bem de todos, em favor do bem e contra o mal, de
todas as maneiras.
Usando do seu poder e da sua autoridade, a Igreja não pode ficar
apenas a observar e a censurar os acontecimentos que nos chegam todos
os dias pelos meios da Comunicação Social e a enviar para a Imprensa
de tempos a tempos, o parecer da Conferência Episcopal, porque isso é
muito pouco.
A Igreja deve exercer a sua autoridade e o peso da força que Cristo
lhe deixou para contrariar de todas as maneiras a força do mal e a
opressão dos que sofrem.
A isto não se pode chamar dominar, mas sim, procurar evitar que os
outros impropriamente dominem.
Só assim a Igreja poderá levar os homens à posse do autêntico Reino de Deus.
domingo, 22 de novembro de 2009
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