domingo, 24 de fevereiro de 2008

HONRA DE SERVIR

Às vezes, alma irmã, dizes que a vida

É um tecido de lutas colossais,

Que não tens paciência de sofrê-las,

Que não suportas mais.

Acalma-te, no entanto, pensa e nota:

Sem que os problemas surjam tais quais são,

Tudo seria o caos no campo da existência,

Deserto sem degraus de elevação.

- "Paciência, - explicou-nos sábio amigo, -

É o respeito ideal que se mantém,

Entre os seres e as vidas que se entrosam

Para a realização do Eterno Bem."

Para que não se faça barro e lodo,

Pântano incomodando o próprio ar,

Deve a fonte servir no curso a que se prende,

No anseio de atingir a grandeza do mar.

Se o trigo recusasse a mó que o pulveriza,

Faria nobre prato com certeza

Ou talvez fosse adorno para o mundo,

Mas não seria pão brilhando à mesa.

Sem controle da usina que a governa,

Depois de acumulada onde se ativa,

Seria a força da eletricidade

Unicamente força destrutiva.

Se quisesse fugir da órbita a que atende,

Seria o próprio Sol, nos espaços profundos,

Um monstro luminoso sem destino,

Perturbando a mecânica dos mundos.

Paciência, alma irmã, é o dom do entendimento,

A honra de servir que temos ao dispor,

Para erguer, ante os Céus, nos distritos da Terra,

O caminho da Paz e a presença do Amor.

Sem comentários: