segunda-feira, 22 de junho de 2009

Na Área Social

... Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome e
o que crê em mim nunca mais terá sede.
JOÃO 6:35.

A assistência social é um meio, não o objetivo principal a
que se propõe a tarefa espírita.
Necessária e valiosa é a comida e a vestimenta para
acalmar os sentidos fisiológicos; no entanto, magnífico
e excelso é o suprimento que atende às necessidades
do espírito imortal.
Muitos advogam que a criação e a manutenção
de obras sociais compete unicamente ao Estado.
Outros acreditam, de forma radical, que os objetivos
do movimento espírita devam assentar-se na
assistência social, esquecendo que a Doutrina proclama
como primordial a educação das almas, e não
apenas simplesmente a sustentação do corpo, que é perecível.
Para este o prato de sopa é muito bem-vindo, sem dúvida,
mas a alma aspira ao verdadeiro pão da vida.
A seara do Bem envolve diversos trabalhos em benefício
dos carentes do corpo e da alma.
Pode parecer, no entanto, que as necessidades
essenciais e imediatas residam no corpo denso, mas,
na realidade, se encontram no íntimo das criaturas.
Não basta construirmos lares ou abrigos que fazem do
prato nutriente, da perpetuação da espécie e da maneira
simplória de ver a vida as únicas razões da existência humana.
Urge, sim, estabelecermos noções de valores imortais e
bases educacionais para preparar as almas para a
grandeza espiritual a que estão destinadas.
Toda congregação espírita na Terra tem como finalidade
maior esclarecer pelo estudo, promover o amadurecimento
emocional pelo trabalho e desenvolver as virtudes em potencial.
Eis a atividade prudente e prioritária dos aprendizes do Evangelho.
A ação caritativa e a boa vontade do Movimento Espírita
prestam inestimáveis serviços à sociedade e ao Estado,
conquanto não devam assumir de maneira simplista e
com espírito salvacionista as funções do serviço social, que cabe à administração pública.
A solidariedade pode surgir como anseio da alma,
acompanhada das seguintes características:
Responsabilidades abandonadas em existências passadas;
Despertamento devido a uma nova visão do mundo
e das pessoas;
Terapia salutar para superar problemas e conflitos;
Problemas de consciência por estar vivendo no fausto
e na ociosidade;
Felicidade em servir voluntariamente.
O companheiro interessado em ingressar no celeiro do
alimento celeste deve buscar, antes de tudo,
a sua iniciação espiritual.
Por iniciação, devemos entender o início da experiência
da verdade sobre si mesmo.
Ao buscarmos o alimento invisível em nossas
potencialidades divinas, poderemos produzir por nós
mesmos o pão da vida e reparti-lo com nossos
companheiros de jornada.
Somente uma criatura iniciada poderá realmente induzir
os outros à busca ou produção do próprio alimento.
Não devemos esperar que as organizações governamentais
venham realizar a tarefa que compete ao Espiritismo,
ou seja, levar a toda humanidade a mensagem de
Jesus Cristo, através de Kardec, a fim de que nunca mais
as almas tenham fome ou sede.
Todavia, enquanto o poder público não conseguir eliminar
os horrores da miséria, é justo que cooperemos com o
pão material em nossos empreendimentos assistenciais.
Tomemos o cuidado, porém, de não manter nossos assistidos
tão dependentes e retrógrados quanto no primeiro dia em
que puseram os pés no grupo de auxílio.
Sem estudar, sem progredir, sem alargar a visão diante
da vida e da sociedade.
E nada fazendo para aprender a buscar por si mesmos a completa
saciedade: a pérola no fundo do mar (Mateus 13: 45 e 46),
o tesouro oculto no campo (Mateus 13:44),
o grão de mostarda (Mateus 13:31 e 32) - o reino de Deus.

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