ÀS VEZES PENSO QUE NÃO SEI MAIS REZAR!
Há pouco, atento ao compasso da chuva mansa,
Concomitante, ouvia o canto melodioso do sabiá,
Que me traz doces recordações do tempo criança,
Ponte deveras importante entre meu cá e meu lá.
De repente, um arrepio pelo corpo, uma secura na garganta,
A imediata conexão com o Criador, a vontade de agradecer,
Mas, as orações pré-construídas fogem do meu saber,
Forço em vão a memória na busca de pista na lembrança,
Deixo a mente perscrutar o Orbe até onde a vista alcança,
Invoco a ajuda dos anjos, que respondem em bel canto:
- Não se exaspere, pois não se concebem palavras para tanto!
Em seu poetar a tradução da inspiração se perde em escolhas,
Mas o que de melhor haverá de encontrar para expressar o
“farfalhar das folhas”?
Recebo a lição com os ouvidos e o coração.
Tomo a decisão de não cometer sacrilégio,
De não privilegiar privilégio,
De não agredir a linguagem poética,
De não assumir atitude profética,
De não censurar a onomatopéia,
De não apressar a centopéia.
Assumo a simplicidade
E a verborréia
Deixo de lado.
Senhor Deus,
Obrigado!
sexta-feira, 19 de março de 2010
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