sábado, 9 de fevereiro de 2008

FACES

Deixo que minhas caras se entrelacem

Num enlace perfeito e pleno.

Faces tão minha e tão nuas

Mutação rarefeita que povoa meus momentos

Fazendo-se tantas e muitas

Mostrando-se entrecortas

De acordo com os acontecimentos.

Caras de dentro e de fora

Num rodízio constante

Fulguras de maneira completa

Ora riso, ora dores.

Na serenidade acorda

Depois carrega seus rancores

Brilha diante do amor que lhe apregoa

Fechando-se diante das saudades e seus temores.

Num rodízio constante se perfazem

Entre a felicidade e os dissabores

E assim dão cabo do dia

Para que no silencio da noite

Juntem-se todas na maior serenidade.

São minhas todas elas

Desfilam pela janela dos olhos meus

Mostrando pedaços dos meus sentimentos

Escorrendo tal quais os murmúrios que levo por dentro.

Tento esconde-las por vezes

Mas traiçoeiras me delatam.

Moram comigo todas elas

E me usam quando lhes apetece

Fazendo de mim, a sua própria casa.

Faces tantas que me povoam...

Acordam comigo

Fazem suas brincadeiras tantas ao longo do dia.

Depois se recolhem cansadas

Quando a noite chega... E as embala.

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